Noona

124 14 0
                                    

-- Sra. Ku --

Meu coração partiu-se quando um agente da CB — Yoongi —, veio até minha casa me informar claramente sobre o óbito de minha filha. Eu já tinha ficado sem chão quando soube da possibilidade, e depois da confirmação meu mundo caiu. E eu não tinha forças para o erguer após o ocorrido. Meu marido tinha também ido embora. Ele tinha saído para o trabalho com certeza muito animado, pois seus negócios estavam no auge da prosperidade, todavia acabou morrendo enquanto fazia o que mais gostava. Chanyeol ainda não havia chegado do trabalho, porém com certeza já sabia da notícia triste. Quando o pálido me contou sobre a história de uma moça americana, que tinha ajudado Hye durante sua vida nas mãos de Park Young-Hee, fiquei extremamente agradecida.

— Diga-lhe que meu respeito e admiração já são inteiramente dedicados a ela. Ela foi uma moça exemplar, e qualquer coisa ou dificuldade eu estarei aqui para ajudar. — Apertei a mão do pálido. Ele sorriu antes de curvar-se e ir embora.

Escutei um choro familiar, Hyon chorava como quase todo dia. Fui-me até seu quarto, e encontrei-o sendo amparado por sua governanta. Ele trajava sua roupa escolar, mas até então não tinha ido ao colégio. Fiquei ao seu lado abraçando-o.

— Omma! Quero que a noona me deixe na escola. — Dizia pausadamente, soluçando. — Por que ela não me levou pra Disney? — E mais uma vez eu me encontrava mentindo para meu bem precioso. Eu não queria que ele saísse, pois facilmente as pessoas poderiam dizer a ele sobre a morte da irmã, mas era inevitável. De qualquer modo Hyon teria que conviver com o mundo a fora, apesar de ser sem sua noona.

— Você não pôde ir, porque precisa estudar. Não acha? E você sabe que Hye sente orgulho quando você acerta escrever Hangul. — Hyon ainda era muito pequeno, mas sabia que fazia sua irmã feliz quando conseguia fazer seus deveres básicos sozinho. Acho que falar aquilo o incentivou.

— Ah! Verdade. Ainda preciso aprender todas as combinações. — Sorriu gracioso após o abraço. — Por que chora, mamãe?

— A omma sente muito orgulho de você, continue assim. — Passei a mão em seu cabelo liso. — Agora vá a escola, você já perdeu muitas aulas. — O peguei no colo. — Vamos? — Abri um sorriso largo.

— Ya! Claro que vamos! — Ergueu seu braço esquerdo, animado. Limpei seu rosto molhado. Ele estava todo vermelho, suas lamúrias tinham durado muito tempo.

— Ele vai precisar pagar para entrar na escola. — A babá disse me entregando a mochila dele.

— Isso não importa. Eu mesma pago. — Respondi. Suspirei engolindo o choro, e saí de casa para deixar Hyon em sua escola.

----

Me entristecia viver agora sozinha. Apenas Hyon e Chanyeol eram minha família. Eu agradecia a Deus por ter um rapaz tão compreensivo e trabalhador naquela casa. Ele era a salvação da empresa. A família de Chanyeol saeng chegaria logo logo, e eu já mandava prepararem os quartos e as melhores comidas coreanas. Mas tristemente eu não sentia felicidade, nada mais fazia sentido. Eu não tinha ânimo ou incentivo. Uma das poucas coisas que me davam vontade de viver, era meu filho. Meu único filho.

Fui a igreja rezar pelas almas dos meus entes queridos. Pedi por luz e paz para minha família, em um momento tão difícil a igreja conseguiu me acalmar. Conversei com Deus por um tempo. Mas até mesmo na casa do Criador, paparazzis me vigiavam. Aishh...

— Como pretende dizer ao único herdeiro da CB que a irmã faleceu? — Uma repórter me surpreendeu quando cheguei perto de meu carro. Ah! Nessas horas eu sinto falta dos seguranças. — Senhora! Como foi saber da morte da menina? — Tentou manter o microfone perto de mim, mas fechei o vidro do carro antes do ato. Acelerei deixando para trás uma penca de fofoqueiros. E durante o caminho, não pude deixar de chorar quando escutei as notícias da morte da minha bebê pelo rádio do carro, e telões por Seul. Ah! Quanta dor!

Como eu queria ter abraçado Hye e meu marido antes da partida. Tinha uma vontande intensa de senti-los por perto novamente. O que mais me deixava indignada era a futilidade da sociedade. Eles tinham morrido por conta da ganância, e ambição. Foram vítimas de assassinatos. Se Hye não tivesse sido sequestrada, nada disso teria acontecido. Mas agora era tarde para se arrepender do passado, não havia volta e nem esperança. Eu nunca mais iria vê-los, fato. Parei no semáforo, e derramei as lágrimas necessárias. Mas a justiça seria feita. E eu faria o possível e o impossível para encontrar os autores do atentado e assassinatos. Uma hora ou outra a verdade seria revelada.

— Me perdoe Hye, eu não fui capaz. — Pedi mesmo sabendo que ela não estaria me ouvindo.

-- Jessie --

Alguém bateu na porta de meu quarto — que na verdade também tinha cozinha, banheiro e uma pequena lavanderia. Era um mini apartamento —, ao abrir encontrei um abraço quentinho. Yoongi me apertou contra si, me consolando com sussurros e condolências. Nunca me imaginei sem Taehyung. Perder minha melhor amiga e o homem da minha vida, foi a pior dor que já senti. Molhei o ombro do mais velho com as gotas e solucei violentamente diversas vezes. Meu coração estava em decadência, assim como meus dias.

— Eu sinto muito. — Min também choramingou. — Mas os corpos não foram encontrados. — Terminou a frase com a voz embargada. Após o abraço limpei seu rosto, cheio de rugas causadas pela expressão tão tristonha. — Taehyung se foi.

— Não... Não pode ser. — Virei de costas pondo uma mão na testa. Eu não queria acreditar. — Eu estou há tanto tempo sem vê-lo, e agora eu nunca mais vou poder o abraçar. — Senti uma mão grande em meu ombro. Yoongi oppa me fez girar os calcanhares.

— Ele morreu te amando, só pense no quanto ele deve estar feliz. Com certeza Taehyung está te olhando e sorrindo quadrado. Fiquei calma, dongsaeng. — Assenti voltando a abraçá-lo. — Vamos encontrar o autor, e isso não vai demorar. Tae vai ser honrado. Não se preocupe.

— Obrigada, Yoongi oppa. — Fechei os olhos. — Obrigada por ser um amigo tão carinhoso.

— Não precisa agradecer. Posso ser rude às vezes, mas pessoas como você merecem minha consideração. — Respondeu passando a mão pelas minhas costas, em um gesto carinhoso.

Slave (Park Jimin - BTS) Onde histórias criam vida. Descubra agora