Cogitadas

150 13 6
                                    

-- Writer --

Hye voltou a descansar. Jimin tirou o excesso de sangue que pingava da testa da menina, e limpou sua mão em sua roupa. Àquele ponto, Park já estava todo sujo de sangue, mas isso era o de menos naquele momento. Ela se remexeu mais um pouco.

— Jimin... — Ela chamou-o baixinho. Ele ficou atento ao que ela iria dizer. — Não me faça mal. — Era como um filme. Uma jornada de muita angústia que sobrecarregava a mente da garota. Apertou o braço dele, se aconchegando mais um pouco entre seus braços. — Me prometa que você não irá fazer algo de ruim?

— Eu não irei, Hye. Eu não irei. — Beijou-a em sua bochecha com sutileza. O fato de Hye não tratar Jimin tão bem, e em seguida dizer tais coisas, deixou o loiro tão confuso. Mas resolveu apenas fazer a tal promessa e calar-se.

Eu diria que, era uma cena fofa. Jimin tentando deixar Hye calma, com zelo, atenção e cautela. Caro leitor, eu poderia estar retratando um estuprador se apaixonando por sua escrava, mas não estou. O fato é que, Jimin não era o mesmo. Ele tinha mudado, seu organismo era outro, mas sua mente também. O cara frio, havia sido substituído por um de boa índole. Ele não nutria sentimentos fortes por Hye, mas sabia que algo nela o atraía. Mas a menina já tinha esquecido seu antigo amor por ele. Claro, ela tinha sido abusada, por que iria continuar gostando dele? Não tinha motivos.

Estupro é algo imundo, digno de muitos anos de punição. Não tem perdão. Mas há coisas que a razão não consegue explicar no coração, em outras palavras, Hye não entendia por que se sentia tão bem nos braços daquele menino. Não era ele o mau da história? Não era ele o bruto, mal educado e sem coração? Então, por que ele estava a tratando tão bem? Eram cogitadas demais para ela.

— Essa menina é estranha. — Jungkook cochichou perto do ouvido de Park. O mais velho fechou a cara.

— Cala a boca. — Revirou os olhos. Falar mal de uma menina que aparentemente passava por coisas difíceis, era algo inaceitável para ele. Voltou a encostar seu queixo no ombro dela, fechando os olhos. — Você não é estranha, Hye. — Sussurrou.

Após alguns minutos. Jungkook tomou a iniciativa de descer. Ele foi se segurando em uns galhos, e com um pouco de dificuldade conseguiu chegar ao solo. Jimin percebeu o vazio atrás de si, e olhou para baixo. Vendo Jeon acenar para ele, chamando-o.

— VENHAM LOGO! — Gukkie gritou pondo as mãos no quadril. Os meninos moveram-se para descer. Jimin seria o último, e teria a difícil missão de acordar Hye, para levá-la para baixo. Subir naquela árvore tinha sido uma batalha, descer então, iria ser pior ainda. Após Sehun e Taehyung terem saído, era o momento de Jimin agir.

— Hye... Acorde, precisamos sair daqui. — Tentou manter o tronco dela erguido por si só, mas ela caiu para trás novamente chocando-se contra o peitoral dele. — Vai ficar aqui?

— Tudo dói, não aguento. — Franziu o rosto, mostrando que sentia dores. — Eu não consigo nem me mover.

— Então como iremos descer? — Segurou-a pelos ombros com firmeza. — TAEHYUNG! ELA VAI DESCER! SEGURE! — Pôs suas mãos no quadril de Hye, a forçando a se erguer. — É melhor você descer, ou então nunca voltaremos para casa. — Ela assentiu soltando um suspiro, para tentar controlar a dor que lhe atormentava. Hye levantou-se, ficando de pé em um galho melhor, e mais perigoso. Jimin segurou-a pelas mãos. A morena olhou para baixo. Os pés dela foram dando pequenos passos, enquanto Jimin a guiava.

E noutro lado da cidade, há quilômetros de onde aqueles jovens estavam, o caos ia se multiplicando. Os hospitais já estavam lotados, a zona leste era um cenário de guerra. E a maioria das pessoas agora queriam sair de Seul. Eram helicópteros para todo lado, carros blindados da CB andando pelas zonas mais próximas do prédio leste, para manter a segurança. Não só agentes da CB eram feridos, inocentes, que viviam pelas redondezas, também sofriam as consequências de explosões, incêndios e outras calúnias da ação dos bandidos. O mundo todo agora sabia do que estava acontecendo em Seul. "A sede leste de uma das maiores empresas de segurança da Ásia, está sendo vítima de um atentado." Era o que um jornal americano dizia.

Chanyeol, que estava em casa, sentia-se nervoso. Andava de um lado para o outro, tentando ligar para Hye. Ela já estava há duas horas longe de casa, e isso o deixou com um aperto, angústia e uma desesperança. Sra. Ku também não voltava e Hyon não chegava da escola. A correria dos seguranças pela casa, não dava ainda a sensação de segurança a ele.

— Senhor! — Uma empregada entrou correndo no quarto dele. — Olhe isso! — Mostrou-lhe o site de notícias, em seu celular. — Sr. Ku... — A mulher estava trêmula e seus olhos cheios de água. — Foi encontrado morto.

Chan esbugalhou os olhos e pegou o telemóvel da mão dela, lendo a notícia atentamente. Dizia que o homem tinha sido atacado por um bomba tóxica, o corpo já tinha sido resgatado.

— Ah! Não pode ser! — Pensou em tantos palavrões. Estava frustrado. — Por que isso veio a acontecer agora? Justo quando Hye saiu... — Permitiu que sua face fosse contaminada por gostas quentes. A empregada saiu, com seu telefone. Chanyeol tinha a voz chorosa, passava as mãos pelos cabelos espessos, além de continuar tentando ligar para Hye. — Atende! Por favor.

Ela não atendeu. Ele jogou o celular em cima da cama, irritado.

Yoongi e Jessie estavam na central, no prédio mais prestigiado na cidade. O pálido iria partir para a missão, tentaria ajudar na situação grave em que se encontrava a cidade. Jessie abraçou Yoongi com toda a força que pôde. Não era um adeus, mas poderia ser. Yoon saiu daquela sala fria, deixando a loira sozinha, só ela e o medo. Ele tinha em mente sua amada, que estava no hospital. Min saiu com o resto de seus companheiros, dando suspiros e empunhando sua arma.

Slave (Park Jimin - BTS) Onde histórias criam vida. Descubra agora