Chanyeol

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-- Hye --

Entrei em meu quarto com o papelzinho ainda em mãos. Fechei a porta e me encostei na mesma. Estava tudo confuso demais, mas claro, eu iria nesse encontro. Talvez se eu quisesse, poderia facilmente gostar de Chanyeol.

Notei que eu estava tendo muita sorte. Além de eu não precisar contar para meus pais sobre meu bebê, eu tinha encontrado um pai para a criança. Elisa estava nas mãos de Yoongi, porém logo logo ela estaria morando comigo, e eu me sentia aliviada ao saber que minha pequena estava bem acolhida.

Me deitei na cama, que pela qual eu havia sentido tanta falta. Fechei meus olhos e deixei meu corpo relaxar. Minha mente estava tão maltratada, cheia de dúvidas e pressentimentos, e merecia um bom descanso para que tudo ficasse organizado, sem confusão.

-- Writer --

Enquanto tudo estava indo bem na recuperação de Hye, a vida de Jimin ia de mau a pior. O rapaz estava passando por experiências dolorosas e que nunca ele havia sofrido. Depois de uma certa investigação mais a fundo, a CB descobriu que Jimin era mesmo filho de Park Young-Hee, e tudo complicou mais ainda. Agora o castigo dele seria mais penoso, seria angustioso a ponto de Jimin chorar e implorar por perdão.

A substância que Sr. Ku inseriu na corrente sanguínea do garoto era praticamente impossível de ser encontrada em laboratórios pelo país, pois só era encontrada e fabricada pela CB. O líquido transparente era usado para castigar aqueles que eram considerados traidores da justiça. Os efeitos não eram imediatos, mas faziam com que o criminoso tivesse sua memória completamente apagada, o sujeito se tornaria muito intelectual, isso porque as células estariam sofrendo mutações, e assim o nível de inteligência do indivíduo ficaria ainda maior. Posteriormente Jimin estaria se tornando um boneco para CB.

Jimin seria controlado pela CB até não poder mais. Ele seria considerado parte da empresa, ajudaria no controle do sistema de dados e a rede, que era extremamente confidencial, da CB. Dificilmente Jimin teria sua memória de volta, tudo era questão de aceitação do organismo dele com a substância. Dependendo da reação de seu corpo, Jimin poderia sim ter algumas recordações, ou não. Dependia dele.

— Em quanto tempo a substância vai fazer efeito nele? — Um dos agentes, que ficavam vigiando Jimin, perguntou.

— Não sei. Cada corpo tem um tempo para se acostumar, mas ao que me parece ele já está entrando no transe. — O outro respondeu.

O chão branco e límpido estava sendo infestado de sangue. O líquido vermelho descia pela lateral do corpo de Jimin. As costas desnudas do rapaz sangravam sem parar, os braços acorrentados eram perfurados a todo momento e consequentemente Jimin estava perdendo muito sangue. Park acordava aos poucos, em cerca de três horas ele perderia sua memória por completo. Perderia sua personalidade, esqueceria de seus pais, de sua filha, de Hye e de tudo que um dia viveu.

Ao abrir os olhos ele piscou com força, tendo uma sensação estranha pelo corpo. Ele sentia como se ali não fosse ele, como se seu corpo não fosse o mesmo de sempre. O olhar congelado e que escondia tanta angústia focou no chão, e assim ficou por uns minutos. Aquele transe duraria mais algumas horas. Jimin ficaria imóvel, como um vegetal, por cerca de dois dias. Todo esse processo seria cheio de dor, mas ele não poderia fazer nada para mudar isso, já que agora a CB o controlava.

— Por que não consigo me mover? — Ele indagou aos agentes armados. Ninguém respondeu, o que deixou Jimin um pouco desesperado. — Eu não consigo me mexer. — Derramou as primeiras lágrimas. — Por quê? — Gritou.

O peitoral de Jimin subia e descia rápido, uma velocidade fora do normal. Logo a cabeça do garoto latejava, eram pontadas de dor horríveis. Jimin urrou 'inúmeras' vezes. Lamúrias preenchiam a sala escura, um choro de horror, de medo, de muita dor e sofrimento. O rosto tão bonito, com feições belas e destemidas agora não existia mais. A face dele tinha cortes – que poderiam virar cicatrizes –, marcas e hematomas. Os lábios, antes vermelhos, estavam secos e com rachaduras, Jimin tinha olheiras profundas, o cabelo estava suado e oleoso. Jimin não era o mesmo.

— Aaah... Me tirem daqui! — Suplicou tombado a cabeça para trás. — SOCORRO! — Chorava aos berros. — Me tirem daqui! — Continuou implorando.

— CALADO! — Um agente, que se posicionava atrás do preso com um chicote e chibata, deu três chicotadas nas costas sangrentas do loiro. O choro de Jimin aumentou mais ainda, o que fez ele receber agora chibatadas.

— Ah! Ah! — Ele gritava a cada contato com o material rígido. Era como se suas costas estivessem sendo rasgadas de ponta a ponta, uma sensação agoniante e desesperadora.

O ritmo de chibatadas era frenético. O agressor ia com mais força a cada soluço que Jimin dava. Como a sala era vazia, as lamúrias do que estava sendo castigado faziam um eco horrendo. Jimin se contorceu – limitadamente – após receber a última chibatada e apertou os olhos agonizando em aflição. Já que ele tinha seus movimentos limitados, a agonia só aumentou. Uma tortura que quase não teve um desfecho e que maltratou tanto fisicamente, quanto psicologicamente.


Slave (Park Jimin - BTS) Onde histórias criam vida. Descubra agora