Amor?

277 21 0
                                    

-- Jimin --

Eu ainda estava no meu quarto, tentando entender tudo que eu estava sentindo. Meu ódio por Hye estava vivo, eu tinha a clara certeza disso. Minha raiva era tão grande, tão densa, que eu poderia facilmente matá-la na melhor oportunidade. Mas tinha uma coisa a mais, tinha uma coisa acompanhando meu ódio dentro de mim. O que era essa coisa? Por que ela estava ali?

— Senhor, por favor venha, seu pai e uma menina estão na sala. — A voz irritante da empregada gritou.

Bufei e me ergui da cama. Pus minha camiseta e passei a mão pelo cabelo despreocupadamente. Abri a porta e passei pela empregada sem mesmo olhá-la fixamente.

— Ora, ora... — Murmurei descendo as escadas e vendo meu pai e Elisa na sala, sentados. — por que trouxe a menina? — Pus as mãos nos bolsos e encarei meu pai com uma certa raiva.

— Sehun não sabe cuidar de criança, então peguei minha neta antes que ele fizesse bostas. — Appa cruzou as pernas arqueando as sobrancelhas.

— Vai brincar lá no jardim. — Ordenei a minha filha. Ela sorriu e abraçou minhas pernas. Apenas toquei levemente sua cabeça para que ela fosse embora logo. Elisa saiu pela grande porta saltitante.

— Elisa está linda, não? Com apenas seis anos já tem esse sorriso. — Meu pai sempre quer se gabar da beleza da mestiça. — Puxou o sorriso do pai.

— Veio aqui pra dizer o quanto Elisa e eu nos parecemos? — Ri fraco e sentei em uma poltrona de frente para a dele. — Ou você tem algo a mais?

— Onde está Hye? — Indagou.

— No calabouço, recebendo o castigo que merece. — Contei.

— O que ela fez dessa vez? — O mais velho bufou olhando para o teto.

— Está grávida e muito rebelde. — Falei na maior calma possível. Com certeza eu levaria uma bronca, mas mantive a calma.

— COMO É QUE É? — Meu pai levantou da poltrona com uma certa brutalidade. Estava incrédulo.

— Fica tranquilo, ela vai abortar a maldita criança. — Rolei os olhos achando todo aquele escândalo desnecessário e chato.

— Ah! Jimin você só faz o que não deve. Você sabe que ela é sua prima, então por que a estuprou?

— Ah, pai! Não tem nada de mais nisso, eu só queria passar o tempo. — Franzi o rosto e acenei com a mão, em um gesto de despreocupação. Levantei do estofado de couro e cruzei os braços ficando de frente pra ele.

— O que você realmente quer daquela menina? — Meu pai sabe ser imprevisível. Fez a pergunta quase sem elevar o tom e um pouco mais calmo.

— Nada. — Respondi.

— O que sente por ela?

— Nada. — Mantive a resposta.

— Tem certeza? Não sente nada por Hye? Nada? Me diga o que sente! Desabafar é bom, sabia? — Ele poderia ter falado como se fosse um pai conselheiro, mas só debochou.

— Eu sinto ódio por ela, porque aquela cretina roubou minha fortuna. Mas também... sinto...

— Sente... — Appa gesticulou para que eu continuasse o diálogo.

— Amor. — Suspirei.

Amor?! — Ele soltou uma gargalhada tão alta e sincera que eu até pensei ter dito uma piada. — Você sente amor?! — Continuou rindo.

— O que há de engraçado nisso? — Franzi o cenho, ficando irritado.

— Você não sente amor por Hye, Jimin! Nunca sentiu! Você nem ao menos sabe o que é amar.

Slave (Park Jimin - BTS) Onde histórias criam vida. Descubra agora