Ashley volta de viagem

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Ashley

Aquele afastamento do Jason tinha me dilacerado, mas eu tinha certeza de que tinha feito o melhor pra nós dois.

De um modo ou de outro aquela viagem profissional tinha me feito bem, me comcentrei um pouco mais na minha carreira e menos na minha obsessão por Jason. Acabei começando um tratamento psicológico nesse meio tempo.

De volta ao hospital eu não imaginava o tamanho das novidades que me aguardavam e elas não eram necessariamente boas, os burburinhos que circulavam pelo hospital eram referente ao nascimento da filha de Sarah Smith e do acidente que ela sofrera.

- O Jason já sabe que ele é pai? - indaguei de Dayse.

- Não, e você não deveria se meter nisso. Você vai acabar se metendo em problemas.

- Mas, Dayse... ele tem o direito de saber.

- Se a família da paciente não o procurou para informar, você deveria ficar no seu canto.

- Você tem razão! - disse apenas para tranquilizar Dayse, mas eu não conseguiria ficar em paz com a minha consciência se não contasse para Jason tudo o que estava acontecendo.

Talvez a bebê nem fosse do Jason, mas ele tinha o direito de saber.
Tomei meu carro na hora do almoço e segui até a casa de Jason.
O ambiente estava uma bagunça e ele dormia no sofá da sala, sua imagem era de dar pena. Cabelos longos, barba por fazer.

- Chamando Dr Smith! - tentei chamar a sua atenção, o cutucando.

Jason abriu os olhos assustado e se sentando no sofá rapidamente.

- Ashley!... - ele esfregou os olhos e me olhou novamente, parecendo confuso.

- Acabei de voltar! - acarinhei seu rosto e ele mirou minha barriga. - Ela cresceu um pouco essas últimas semanas! -sorri- Por que não está no hospital?

- Eu pedi demissão. - Ele se recostou no sofá. - Estou pensando em ir para Seattle.

- Como assim? Vai se afastar do seu... dos seus filhos?

- Não... Eu só quero esquecer e me afastar deste pesadelo... - Ele apoiou a mão no meu joelho. - Você pode vir comigo se quiser.

- Podemos pensar nisso depois! - emendei. - O bebê nasceu, Jason!

- Que bebê?

- Da Sarah, Jason! É uma menina...

Infelizmente a Sarah sofreu um acidente e isso acelerou o parto.

- Como você sabe disso?

- Eu acabei de voltar pro hospital! - suspirei. - Achei que era seu direito saber.

Jason se levantou parecendo afobado, parou e me olhou. 

- Quando foi isso?

- Há três dias! - suspirei. - Eu acho que você precisa se livrar dessa obsessão pela Sarah, mas aquela garotinha pode ser sua filha e não é certo, esconderem isso de você.

Jason voltou a se sentar, abriu os braços descansando-os no encosto do sofá e me encarou parecendo revoltado.

- Vou esperar me ligarem... Pelo jeito ninguém me quer por perto. não vou correr atrás. Deixa a Sarah quebrar a cara depois que o DNA der negativo para aquele idiota do amante dela.

- Jason, Sarah está em coma!

- Ashley! Não é da minha conta. - Ele disse querendo parecer indiferente.

- Tudo bem! - de certo modo aquela reação dele me decepcionou. - Quer que eu faça alguma coisa pra você comer?

- Não... - ele disse pensativo. - Merda! não dá pra ficar aqui sem saber o que realmente aconteceu... e... se a menina está bem. - Ele me olhou. - Vai comigo até lá?

Suspirei satisfeita por vê-lo demonstrar alguma empatia, eu já estava preocupada que não houvesse mais humanidade nele. 

- Sim, eu vou! Vá tomar banho, enquanto eu separo uma roupa pra você.

- Obrigado! - Ele sorriu, me deu um beijo leve na boca, segurou a minha barriga com as duas mãos. - O papai já volta!

- É um menino! - tentei chamar um pouco a sua atenção pra o nosso filho.

- ôhhhhhhhhh... Um garotão? - Jason abriu um largo sorriso, feliz pela notícia. - isso é maravilhoso. - E me puxou para um abraço gostoso.

Quase me derreti naquele abraço. Eu era louca por aquele homem!

- Vou procurar sua roupa!- o afastei devagar.

Ele se levantou comigo e foi para o banheiro. Demorou praticamente 40 minutos, e, quando saiu estava com a barba feita e os cabelos cortados na maquina, apenas enrolado com a toalha, pendendo na cintura. Estava mais magro, porem, ainda chamava a atenção.

- Você está bem melhor assim! - sorri e lhe estendi uma camisa polo azul. -turquesa e calça jeans escura.

- Obrigado! gosto quando cuida de mim. - Ele vestiu as roupas calmamente.

Sorri diante da suavidade de sua expressão. 

- Tem certeza que não quer comer nada antes de sair?

- Não estou com fome. - ele acertou os cabelos e se virou para mim. - Podemos comer algo depois que sairmos do hospital.

- É uma boa opção! - dei de ombros, me perguntando por quanto tempo eu ainda resistiria a ele.


MATA-ME DE PRAZER - TENTAÇÃO (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora