Michael recebe ligação de Diane

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Michael

Eu estava tão feliz, finalmente o quarto do bebê estava começando a ter uma casa especial, Sarah quando chegasse ficaria feliz por ver o papel de parede e a decoração que montei.
Espalhei ursos de pelúcia pelos cantos e em prateleiras, Yumi estava me ajudando nesta empreitada depois que os móveis foram montados e o papel de parece no lugar.
Os móveis eram todos brancos, com tons pasteis no enxoval.
Meu celular começou a tocar insistentemente.

- Deve ser Theodoro. Ele não cansa de me ligar. - Soltei o ar com força e atravessei aquele corredor para atender a ligação na sala. pois meu celular estava sobre a mesinha de centro.

Estranhei o numero, eu não conhecia, iria deixar tocar, mas por alguma razão resolvi atender.

- Michael... - Disse sem muito interesse, demonstrando que não tinha paciência para baboseiras.

- Aqui é a Diane! É sobre a Sarah... - havia pesar em sua voz.

- O... Que aconteceu? - minhas pernas ficaram bambas e eu praticamente caí sentado no sofá.

- A Sarah sofreu um acidente, foi atropelada próxima ao trabalho. Venha para o hospital Santa Luzia.

- Ela está bem... e meu filho? - Minha voz ficou embargada, passei as mãos nos cabelos, pois algo me dizia que não era nada bom.

- Ela vai ser submetida a uma cesariana! Sarah está em coma, Mike! Eu sinto muito!

Eu puxei o ar e me engasguei com meu próprio choro, largando o celular que caiu no chão. Yumi que trazia as caixas de papelão para jogar no lixo os soltou de uma vez e veio correndo para me dar assistência.

- O que foi? O que aconteceu? - Ela apanhou o celular e o desligou.

- Sarah... Ela... - Não consegui dizer. - Tenho que ir para o hospital...

- Você não tem condições de ir sozinho. Eu vou com você... - ela se ergueu. - Fique aqui, vou pegar minha bolsa.

Ela me deu as costas e entrou apartamento a dentro, olhei para minhas mãos, eu tinha que ser forte. Me levantei praticamente tonto, me enchi de esperança e força, apanhei a chave do carro, a carteira e saí sem esperar por Yumi.

Voei para o hospital como se não houvesse amanhã, mal estacionei o carro, largando-o aberto, apenas apertei o alarme para que ninguém conseguisse leva-lo do local.
Entrei correndo, pedi informações de Sarah e me indicaram a sala de espera.

- Onde? Como posso vê-la? - pedi para Diane que estava sentada na sala de espera da emergência.

- Ela está passando pela cesariana nesse momento! - Diane afirmou e me deu um abraço reconfortante. - Eu lamento muito, Mike! - Diane afastou-se. - Mas, vai ficar tudo bem com o meu sobrinho e a minha irmã!

- Me conte como ela está? como foi isso? - Segurei nos braços de Diane. - pegaram o desgraçado que a atropelou?

- Ele está preso!- Diane afirmou, mas parecia que havia algo que ela não queria me contar.

- Eu quero ver os dois. - Me soltei dela e fui até a porta que dá para a emergência.

- Não podemos entrar ainda! O parto teve de ser acelerado pois ela estava perdendo muito fluido amniótico.

- Droga! - Esmurrei a parede me levando ao chão e chorei.

O medo de perder Sarah e o bebê era grande, eu não saberia o que fazer sem os dois na minha vida. Tantos planos para chagar ao sétimo mês e os perder assim.

Diane suspirou longamente e me encarou com pesar.

- Você precisa saber, Mike! Foi o seu irmão que atropelou a Sarah. - Foi um acidente! - a voz de Victoria encobriu a de Diane.

Olhei incrédulo, e me levantei num impulso indo para cima de Victória parecendo um touro enfurecido.

- Acidente? O que Theodoro estava fazendo... - parei tomando distancia, olhei para Diane me sentindo confuso. - Theodoro não faria isso...

- Ele não fez... Não de modo intencional! - havia tensão na voz de Victória. - Por favor, Mike, não odeie o seu irmão.

- Não odiar? - Eu vociferei. - É a minha mulher que está lá dentro, em coma... tendo o meu filho arrancado de dentro dela... ele nem estava preparado para isso... Eu posso perder eles dois... E você vem me dizer que foi acidente? Você e eu sabemos muito bem que ele não gostava dela. Theodoro não gosta de ninguém e me admira muito dele ter se casado.

Aquelas palavras feriam a mim também, pois eu queria arrumar culpados. No fundo eu sabia que ele não teria feito isso, porque ele sabia que eu a amava o suficiente para que ele mesmo garantisse sua integridade física.

- Mike! Você sabe que o que está falando não faz sentido... Theodoro não faria nada que pudesse te machucar.

- Eu não sei... - Disse em lágrimas. - No momento eu não quero pensar nisso... Eu só quero saber como Sarah e o bebê estão.

- Me desculpe, Mike! - Vicky emendou. - Theo também está sofrendo.

- Que sofra... Muito. - Desviei o olhar para o lado.

Diane voltou a se sentar e se calou, ela também não sabia o que pensar daquele caso.

Victória acenou em despedida e nos deixou. Ela sabia que sua presença ali seria um incômodo.

- Acompanhante de Sarah? - Uma enfermeira saiu procurando por Diane.

- Eu e.. Ela. - Me levantei junto com Diane. - Então? como estão?

- Parabéns... é uma linda menina... - A enfermeira sorriu.

- Há! Jura? - Sorri entre as lágrimas, feliz por saber da novidade. - E... ela está bem?

- Ela está estável, mas continua em coma. Você é o pai?

- Sim... Sou eu. - Respirei fundo e olhei para Diana, ela sabia que eu não devia dizer isso, não antes de passar pelo DNA.

Mas foda-se, depois veria isso.

- posso ver minha filha?

- Sim! Ela foi para o banho e exames, como é de se esperar de um bebê prematuro, ela é bem pequena com apenas 38 cm, mas tem 2 quilos e meio. Ela se desenvolveu bem, a Sarah foi uma gestante bem zelosa.

- Cuidei muito bem delas... - Soei orgulhoso da minha Sarah. - Agora... Me conte sobre Sarah! Vai ter sequelas?

- Talvez! Ela teve uma lesão na coluna que pode ser irreversível. Além do fato do seu cérebro estar muito inchado.

- E o que vão fazer quanto a isso? - Perguntei ansioso. temeroso.

- Sarah vai passar por uma cirurgia corretiva na coluna para devolver a vértebra deslocada para o local de origem e quanto ao inchaço no cérebro, esse vai precisar de tratamento medicamentoso.

- Tudo bem... Eu tenho fé de que ela vai sair desta. - Respirei fundo e puxei Diane para um abraço, pois era tudo que eu precisava.


MATA-ME DE PRAZER - TENTAÇÃO (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora