MATA-ME DE PRAZER - TENTAÇÃO (COMPLETA)

Sarah acorda

Michael

Os pesadelos tinham voltado com toda a força. A falta que Sarah fazia era grande.

O medo de perdê-la era grande, pois um dia ela estava sem febre, no outro apresentava febre e infecção, o sedativo já havia sido tirado e nada dela acordar.
A angustia era grande. Angel era exigente, e adorava um colo.
Yumi estava sendo uma avó postiça maravilhosa, praticamente se mudou para o quarto da pequena para ajudar a cuidar dela.
Já tinha se passado 20 dias do acidente, hoje teria outra avaliação sobre a saúde de Sarah.
A noite tinha sido perturbador e acordei aos berros e não dormi mais. Estava com olheiras funda.
Tomei um banho rápido e saí depois de beijar a testinha da minha filha que dormia largada no colo de Yumi.

- Tenho certeza que será um dia bom. - Disse ela me animando.

- Será se Sarah acordar.

- Ela vai.

Apenas sorri amável e saí.

Cheguei ao hodpital e fui direto para a UTI. Sarah estava serena ainda dormindo.
Olhei para os aparelhos e eles continuavam no mesmo ritmo.
Me sentei ao seu lado depois de puxar a cadeira, baixei a máscara e peguei em sua mão.

- Angel está crescendo... - Sorri ao falar dela. - É exigente, grita quando quer alguma coisa. Adora tomar banho, você precisa ver... - Acariciei sua mão. - Sarah! Está na hora de você voltar para nós. Estamos com saudades de você. Até Theodoro está doente por sua causa. Ele não teve culpa e... Só você para perdoa-lo. Sinto a sua falta. Eu não consigo dormir, meus pesadelos estão cada vez piores. Acorda meu doce. Temos uma filha linda que precisa de você.

Baixei a cabeça olhando para sua mão, massageando seus dedos, beijei demoradamente e senti uma leve apertada.
Me levantei puxando a campainha para chamar a equipe médica, Sarah abriu os olhos.

- Amor! Ah! - Comecei a chorar de felicidade.

Esperei uma reação de Sarah, mas ela mantinha-se imóvel e apenas encarando o nada. Me apressei em sair do quarto em busca de ajuda e logo sua médica e uma equipe de enfermagem me acompanharam até o quarto. A médica aproximou-se da cama e tomou a mão de Sarah, que a apertou devagar.

Olá, Sarah! - ela cumprimentou-a, mas Sarah não esboçou nenhuma reação- Você voltou pra nós?

- Ela esboçou alguma reação além da que presenciamos agora?- a médica indagou, enquanto a enfermeira aferia os sinais de Sarah.

- Ela apertou a minha mão e abriu os olhos. - Me inclinei para ela me ver. - Sarah, meu anjo! É seu Mike!

- Sinais vitais regulares! - a enfermeira afirmou.

- Não se preocupe, Mike! - a médica sorriu- Ela acabou de sair do coma, é normal que demore um pouco a reagir.

- Graças a Deus! - Falei baixo. - Posso ficar aqui com ela?

- Sim! Vamos submetê-la a alguns procedimentos padrões, mas você pode acompanhar.

- Mike... - Sarah emitiu baixo e um tanto rouca.

- Estou aqui. - Me inclinei novamente. - Bem vinda, meu amor! Estou feliz que voltou. - beijei sua mão novamente, molhando com as minhas lágrimas.

Sarah não me deu nenhuma resposta, mas olhava diretamente pra mim.

- Não espere respostas imediatas dela. Elas podem demorar um pouco! Mas, continue conversando com ela, é bom pra que retome seu estado de consciência.

- Tudo bem. - Agradeci a médica . - Nós temos uma linda menininha! E adivinha só! Eu sou o pai.

Sorri para ela.

- Seus pais sempre estão aqui, Diane também, ela tem ajudado com os cuidados com a Angel. Eu pego todos os dias leite materno aqui do hospital para nossa pequena.

Vi um sorriso se insinuar no rosto de Sarah.

- A sua filha é uma linda garotinha, Sarah! E muito forte também. -a médica sorriu amável- Você precisa ficar bem logo pra ir para casa com a sua filha e seu marido.

- Eu só não a trouxe hoje porque esfriou, não quero que ela se resfrie.

- Nenhum de nós quer?

- Eu só quero que se recupere e vá para casa. Sinto sua falta. - Beijei a sua mão.

Sarah foi preparada pra ser submetida a exames e eu a acompanhei em todos os procedimentos aos quais ela foi submetida. Ela não esboçava nenhuma reação física, mas eu podia ver em seu olhar e naquele meio sorriso que as vezes ela conseguia esboçar, que ela estava feliz em voltar pra nós