Jason acaba aceitando o bebê

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Jason

Acordei com sentindo que havia alguém ao meu lado, olhei para o lado e lá estava Ashley, dormindo tranquila, apenas com o lençol cobrindo seu corpo, senti que estava nu. Passei as mãos nos cabelos tentando lembrar o que aconteceu.

Me levantei devagar, apanhei a calça e a vesti e saí do quarto pasmo comigo em ter deixado Ashley entrar.

Para a minha surpresa a casa estava limpa, arrumada, sem todas aquelas garrafas de cervejas espalhadas na sala, não estava fedendo. Me sentei no sofá relembrando que o que aconteceu a noite não foi sonho, ela realmente esteve a noite toda, conversamos e falamos sobre o nosso filho.

"Merda!!! Sim... eu disse que estava feliz."

Apanhei os exames que estavam sobre a mesa e os olhei.

Ashley estava se cuidando bem, os exames estavam bons e o ultrassom estava com as medidas certas. Olhei para a imagem do bebê, levei a mão a boca e sorri feliz por ver aquele bebê ali, eu seria pai e talvez essa fosse a chance que estava recebendo para ter um filho e uma mulher que me amava de verdade. Pois talvez o filho de Sarah nem fosse meu realmente, eu sabia lá no fundo que era mais fácil ela ter deixado que aquele canalha a engravidasse para me deixar como estava, no chão, sem rumo e me sentindo um lixo.

Senti as mãos delicadas de Ashley deslizarem em meus ombros e me beijou.

- Olhando assim... parece com um menino. - Apontei para a imagem do bebê. - Você não fez isso porque eu queria ser pai? - peguei em sua mão e a fiz dar a volta no sofá e a olhei.

- Eu não fiz de propósito, Jason! É difícil acreditar nisso vindo de uma médica, mas com tantos compromissos, cirurgias, trocas de plantão e viagens, era difícil me lembrar de tomar os remédios. E sejamos realistas, eu já passei dos trinta, mais alguns anos estarei com trinta e cinco entrando em idade de risco. Essa é a hora certa pra mim.

- Eu acredito em você... - Sorri e a abracei. - Vamos cuidar desse bebê... De você. Acho que podemos começar algo, sem forçar, ok? Pode ser assim? um namoro, dividindo responsabilidades. Me diz o que quer fazer?

- É o que quer de verdade? - Perguntou ela.

- Não quero te machucar... Não quero forçar um casamento logo de cara... por mais que você me ame, Ashley! Mas eu não sei o que está se passando dentro de mim. Não sei se é essa mudança radical de sair de um casamento que não tive tempo nem de ser ouvido ou escutar... não sei se amo Sarah ou se a odeio... não sei se amo você ou não... Entende? - Mantive ela em meus braços. - Se você me prometer ter calma, da gente começar um namoro... Dividir nossas vidas bem devagar... Acho que terei tempo de ver o que realmente eu quero. - Beijei seus cabelos. - Estou me cuidando com o psicólogo do hospital, tenho certeza que essa fase vai passar.

- Isso é bom, Jason! Não vou forçar nada. Amo você e preciso reforçar sempre isso, até que você acredite. Eu o amo desde a residência e o meu erro foi não ter demonstrado quando eu pude, ter deixado passar o tempo e você se apaixonar pela Diane e logo depois pela Sarah. Não vou te pressionar, mas também não vou cometer o erro de me omitir outra vez.

- Não precisa se omitir... Eu sempre soube. Só que eu era imaturo demais para reconhecer isso. - Acariciei seus cabelos. - Vamos curtir um namoro com uma criança a caminho. E também quero que se lembre que Sarah também está grávida e o filho pode ser meu.

- Eu sei! Sarah sempre está um passo a frente. - havia desgosto em sua voz.

- Vai trabalhar hoje? - A olhei descansando em meu ombro.

- Sim! Tenho plantão noturno. - ela sorriu. - Vou cozinhar pra nós

- Está bem... - Sorri e voltei a ficar com ela em meus braços, olhando para a imagem do bebê.

 - É engraçado, você está diferente!

- Isso é bom? Na verdade eu estava cansado de dar murro em ponta de faca.

 - Do meu ponto de vista, sim! Mas, dá medo. Será que você conseguirá me amar um dia, Jason?

- Ashley! sem cobranças... Você está forçando. Já disse para deixar fluir. - Me levantei indo para a cozinha. - Vou fazer um café para nós... Você quer um suco?

 - Tem limão? Aceito uma limonada!

- Limonada em jejum? Grávida? - Abanei a cabeça em negativa. - No almoço eu faço uma limonada, mas em jejum não.

Ashley apenas sorriu.

- Laranja então? Ou estou proibida de ingerir frutas cítricas.

- Laranja não vejo problema... Posso fazer. - Abri a geladeira pegando as laranjas que estavam na gaveta.

Apanhei presunto e queijo, pão de forma, leite e fui tirando da geladeira tudo que eu achava que dava para fazer um bom café da manhã.

Rapidamente fiz um café, o suco de laranja para Ashley, dois mistos quentes e levei tudo para a mesa.

- espero que o bebê não rejeite o mimo.

- Eu costumo gostar de queijo.

- O queijo estava vencido... Tenho que ir ao mercado. - Fiz um bico desgostoso. - Prometo por a minha vida nos eixos.

- Não precisa me prometer nada, Jason! Só me deixe ajudar nesse processo

- Tudo bem. - Peguei seu copo e despejei o suco de laranja. - Espero que esteja do seu agrado...

- Delicioso! - Ashley sorriu afastando os cabelos do rosto.

- Estou pensando em montar uma clinica médica... Cansado de plantões... Acho que assim teria mais tempo para as crianças.

- Seria uma ótima alternativa! - Ashley sorriu.

- Poderíamos ter uma ala pediátrica. Quer dizer, você poderia!

- Podemos ter. - Passei a mão pelo rosto soltando o ar com força e a olhei com meio sorriso.

Era gostoso fazer planos, por mais que eu achasse que estava fazendo isso rápido demais.

- Disponho de algum capital. Me deixa ser sua sócia?

- Tudo bem... - Sorri contente. - Vamos começar a procurar um local de movimentação, vamos ter muitos clientes.

Ashley sorriu e mordeu o seu misto

- Humm! Muito bom.

Peguei o meu e fiz a mesma coisa, dando uma mordida generosa.

Passamos a conversar sobre nossos planos e o nosso trabalho, eu era um neurocirurgião, poderia agendar cirurgias e tentar manter meus fins de semana com as crianças ou com o bebê de Ashley.

Depois nos arrumamos e saímos para fazer compras e almoçar fora, não podia exigir muito de Ashley, afinal de contas ela iria passar a noite trabalhando e eu ainda estava de folga por licença médica.



MATA-ME DE PRAZER - TENTAÇÃO (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora