As semanas passaram correndo, Já fazia praticamente três semanas que Patrice havia ido embora do meu apartamento.
Já estava me acostumando com sua ausência, o problema era a cama vazia, a solidão dos pesadelos que me assolavam me tirando o sono.
Estava seguindo para a Produtora quando vi alguns carros de bombeiros seguindo para o mesmo local que eu, acelerei para chegar ao estúdio e havia um corre dos funcionários, o carro de Theo já estava no local, Estacionei ao lado e corri para ver o que estava acontecendo.
- THEO? - Chamei de longe entrando no estúdio.
A brigada de incêndio estava no local, parecia um rescaldo.
- Michael! Graças a Deus! - Meu irmão veio até mim, praticamente sem o paletó, mangas arregaçadas, gravata afrouxada.
- O que aconteceu? - O segurei pelos braços assim como ele fez comigo.
- Um curto... - Ele me puxou para fora do Studio. - Quero que vá para a sala de segurança e acompanhe com os investigadores o que aconteceu, o pessoal do seguro está vindo para cá.
- Tem alguém ferido? - Seguíamos para a sala de segurança a passos largos.
- Não... Tivemos tempo de tirar todos daqui, mas... Acho que vi alguém muito conhecido, usando roupas de uma empreiteira. - Theo me disse puxando o celular, alguém ligava para ele.
- Atenda sua chamada, eu vou acompanhar os videos.
- Michael! Tente identificar o Dr. Rossi...
Franzi o senho parando meus passos, o encarei, ele já estava atendendo a chamada, deu as costas para mim. O que me restava era apenas passar o dia vendo as fitas de segurança.
Entrei na saleta e havia mais de 7 homens lá dentro, um deles se voltou para mim, olhando dos meus pés a minha cabeça e estendeu a mão em um cumprimento.
- Detetive Ortega. - Apertamos as mãos.
- Michael Taylor Austin... - Sorri numa linha profissional. - Vim acompanhar as investigações e tentar reconhecer algum suspeito.
- Tem alguém em mente, senhor... Taylor ou melhor chama-lo por Austin! - Senti certo tom de deboche em sua voz, alguns deles riram.
Me aprumei em minhas pernas, ficando até um pouco mais alto que ele, o encarei altivo como aprendi com meu irmão, apertei os dentes.
- Me chame do que quiser... Não estou aqui para termos formalidades. - Respirei fundo me voltando para os monitores. - Já começaram a rodar as fitas?
- Vamos lá meu rapaz... - O detetive se sentou ao lado do segurança, me coloquei de pé atrás dele.
Por mais de uma hora ficamos atentos aos videos, Theo acabou se juntando a nós. Como eu admirava Theodoro, ele era astuto e observador, nada passava desapercebido aos seus olhos e ouvidos. E lá estava ele apontando para a tela, pedindo para pausar e retornar segundos antes, identificando um possível criminoso.
A parte do video foi salva, agora era olhar o Studio e contabilizar as perdas e danos. Caminhamos lado a lado em silêncio, a nossa frente bombeiros enrolavam as mangueiras para guardar no caminhão, recolhiam suas ferramentas, os funcionários andavam de um lado para o outro tentando ajeitar o que foi retirado a tempo de dentro do Studio.
- Fale alguma coisa? - Pedi para Theo.
- Eu estou com tanto ódio que poderia pegar Rossi pelo pescoço... e matá-lo lentamente.
- Theodoro... Não faz mais parte da sua vida esse comportamento, você é pai e agora vai ter outro filho, arrumar inimigos não é o certo.
- Estou ardendo por dentro... E eu preciso ser a pessoa mais calma deste mundo. - Ele falou cantarolando, sorrindo de lado e tomou a dianteira.
Não tinha como não rir do modo como falou e o segui.
O dia não foi fácil, exaustivo, Por fim acabamos indo para casa, dispensando funcionários, sem gravações, um dia perdido.
E os dias que se seguiram foram de restauração, reconstrução e compras do equipamento para voltar ao trabalho o quanto antes, e no primeiro dia de retorno as gravações, Victória nos faz uma visita. Era incrível de como ela costumava pegar Theodoro nas mais bizarras posições com uma atriz em cena. E este dia foi o dia mais assustador.
Era fácil ouvir os gritos e berros dos dois discutindo, e depois de quarenta minutos, Theodoro e Victória atravessarem aquele Studio completamente desgrenhados, camisa rasgada, face arranhada. Theodoro parecia satisfeito, mas não perdia nunca aquela altivez, era como um troféu que ele carregava, não conseguia entender o que se passava na cabeça do meu irmão.
- Eles brigarão? - Suellen a camareira se aproximou parando ao meu lado, tão pasma como eu.
- N-não! - Cruzei os braços franzindo o senho. - eles só... Conversaram...
- Há!!!! - Ela soltou dando de ombros. - Sei. - Ela torceu a boca dando as costas.
Eu só pude dar risada, pois aquilo era loucura e não sei se conseguiria viver com alguém tão insegura, talvez esse era o meu problema.
VOCÊ ESTÁ LENDO
MATA-ME DE PRAZER - TENTAÇÃO (COMPLETA)
RomansaEra o que faltava para tudo ficar perfeito. Michael Taylor Austin, solitário, onde apenas o trabalho e a vida de seu irmão lhe interessam, mudará da água para o vinho após conhecer uma garota mimada, levando seus desejos ao limite, correndo riscos p...