Victória vai a luta

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Me afastei da cela a passos largos, indo até Sanchez. 

- Vamos até o local do acidente!

- Mas... Eu nem conversei com o Sr. Austin! - Ele disse surpreso.

- E não vai, ele está remoendo a culpa por ter atropelado a cunhada. Vamos ter de ir em busca de provas que foi um acidente.

- Isso cabe a polícia! - Não devia interferir.

Sanchez me acompanhava até a saída da delegacia.

- Sabe como a polícia pode ser lenta e omissa!

- Sra. Austin! Vou pedir ao meu assistente que acompanhe a senhora. Enquanto isso vou até o juiz e expor o caso e pedir a soltura de seu marido. - Ele sorriu amável. - Estou velho demais para ser um detetive particular.

Sorri de lado, pois Sanchez havia me dado uma ótima idéia. 

- Deduzo que como advogado da causa, você saiba o local do acidente.

Sanchez me encarou parecendo estranhar a minha pergunta e atestou que o acidente foi próximo ao meu escritório. Isso tornava as coisas mais fáceis.
Tomei meu carro, pensando em como um acidente pode ter acontecido tão próximo a mim e eu estar alheia a tudo. Eu saí tão apressada do escritório que não tinha idéia do que aconteceu ao redor.

Chegando numa rua transversal ao meu escritório notei as câmeras de segurança da rua e elas podiam explicar o que houve, observei também os comércios que haviam por perto e me aproximei de um homem-sanduíche que fazia a propaganda da lanchonete às suas costas.

- Olá, bom dia! - Cumprimentei-o, o rapaz me encarou sorridente e me entregou um folheto aceitei de bom-grado e lhe estendi uma nota de vinte dólares, ele estranhou- Eu preciso de uma pequena informação!

- Claro minha Deusa! O que manda! - Ele sacudiu aquele enorme sanduíche como roupa.

- Sei que houve um acidente aqui mais cedo, sabe se o carro envolvido foi guinchado?

- Foi sim... A polícia o levou. - Ele me encarou com o cenho franzido. - É da polícia? - Ele me estendeu a nota temeroso.

- Não! - Sorri pra ele. - Já viu uma policial usando um vestido tão caro?

- É! Posso dizer que não. - Ele passou a língua nos lábios olhando para meu corpo.

Lhe estendi mais uma nota de vinte.

- Você viu o acidente?

- Não. Quando voltei já tinha acontecido... Mas o cara da banca deve ter visto. - Ele apontou para a banca de jornal do outro lado da rua.

- Obrigada, se você souber de mais alguma informação, me liga! Talvez eu possa lhe arranjar um emprego melhor que esse. - lhe passei o meu cartão de visitas junto a mais uma nota e pisquei pra ele, Theodoro me mataria se me visse jogando charme pra outro homem que não ele, mas eu não veria meu marido ser submetido a prisão perpétua ou algo pior sem fazer nada.

- Falou, madame! - Ele riu com os 60 Dólares nas mãos.

- Até a próxima!

Fui até a banca de jornal da esquina, mas tudo o que o homem tinha visto foi Theodoro diante de Sarah no chão, o que não me ajudava muito.
Telefonei para o meu velho tutor, Brad Nicholson!

- Meu querido Brad! - exclamei com a minha expressão mais falsa. - Preciso dos seus serviços! 

- Quem você vai matar dessa vez, Victória? - revirei os olhos. 

- Eu não te pedi o laudo sobre a vida do Rossi para matá-lo. Eu queria algo pra incriminá-lo e mandá-lo para cadeia. 

- Ainda assim você o matou. 

- Era eu ou ele, Brad! Foi legítima defesa. - Sei Victória, mas eu conheço você.

- Sim, você conhece, meu velho! Eu preciso que você invada o sistema de segurança do departamento de trânsito. 

- Você quer o que, Victória? - Houve um acidente aqui perto do meu escritório, a minha recepcionista foi atropelada! - omiti o fato de que foi por Theodoro.

- O motorista evadiu-se do lugar? 

- Acho que sim! - não entrei em detalhes. - Em quanto tempo você consegue hackear o sistema. 

- Te dou as imagens em vinte e quatro horas. 

- Não dá pra ser antes? - eu tinha pressa. 

- É preciso fazer uma triagem das imagens, Vicky! Mas, eu consigo. O que não faço por você? 

- Vou te mandar aqueles charutos cubanos e um novo rolex se me der o que eu quero. 

- Pode contar comigo, Victória!

MATA-ME DE PRAZER - TENTAÇÃO (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora