BÔNUS – GABRIELA
Michel foi meu primeiro em tudo e também foi o homem que eu mais amei em toda a minha vida desde que me conheço por gente.
Desde que bati meus olhos nele pela primeira vez em uma festa com alguns amigos, eu sabia que ele tinha que ser meu e obviamente não foi difícil.
Lembro-me de que na época ele era noivo, mas alegava para todos que não a amava suficiente e que só iria se casar por que seus pais os obrigaram.
Eu sabia muito bem que estava sendo errada ao tentar algo com um cara comprometido, mas se não fosse ele, quem seria? Meu coração não batia acelerado por ninguém que não fosse ele, os meus planos de ser uma mulher feliz, com meus filhos, não faziam sentido se não tivesse ele, então eu entrei nessa com a cara, coragem e coração.
Ficar com Michel não foi difícil já que ele não era feliz em seu noivado, mas me surpreendeu o fato de que namorá-lo mesmo estando comprometido, fosse ainda mais fácil e quando o chamei para ir embora comigo, ele foi sem ao menos pestanejar.
Algum tempo depois, Michel fez o seu primeiro investimento.
Eu sempre tive muito dinheiro, era de uma família influenciável e tudo o que eu queria não era difícil de conseguir, então lembro-me perfeitamente de que quando Michel era um zero à esquerda, eu emprestei dinheiro para que ele investisse em um negócio próprio.
Amor era isso, não era? Doar-se por completo para uma pessoa de todas as formas, até mesmo financeiramente.
Hoje eu até concordo em partes dessa filosofia que citei do amor, mas também concordo que doar-se cem por cento a alguém, existe vantagens de não ser retribuída da mesma forma e foi o que aconteceu comigo.
Michel abriu o próprio negócio e que no começo era uma mini empresa, depois ela ficou mediana e depois de muito trabalho árduo, estávamos no topo, ou melhor, ele estava e meu casamento foi por água abaixo.
Ele já não tinha mais tempo para mim e focava sempre em seus compromissos repentinos e enquanto meu coração tentava acreditar de que eram somente compromissos, minha cabeça dizia que depois de um tempo eu não passaria nem na porta de tanto chifre que estaria carregando.
Brigávamos constantemente, mas as brigas eram quase que fatais, pois eu sempre jogava em sua cara tudo que fiz e mostrava para ele a forma que estava sendo retribuída e ele? Gritava comigo, me ofendia porque naquela altura do campeonato ele não era mais o Michel zero à esquerda e sim, o Michel poderosos que as revistas pintavam.
Eu via o nosso casamento indo pelo ralo, mas por amá-lo não conseguia simplesmente sair dele, deixa-lo livre.
Ele não fazia questão alguma.
Passamos por outro momento tenso em nosso relacionamento, foi quando sofremos uma tentativa de assalto dentro da nossa casa e ele dizia que era a minha culpa de tudo estar acontecendo.
Eu estava acabada tanto emocionalmente quanto fisicamente. O desprezo de Michel após isso fez com que eu emagrecesse cerca de oito quilos, fez também com que eu perdesse a vontade de viver e eu me enfiei naquilo.
Até que então, em minha vida surgiu Plínio.
Plínio começou a trabalhar para nós a partir da tentativa de assalto, era nosso segurança particular e em muitas vezes era meu motorista particular.
Me levava para todos os cantos e também tinha a liberdade de me elogiar quando eu passava uma maquiagem simples.
Quando Michel teve que viajar, eu pedi pelo amor de Deus para que ele não fosse porque eu tinha medo de ficar sozinha em casa, e então ele deixou Plínio a mercê de mim e foi sem ao menos olhar para trás.
O que uma mulher sozinha em um sábado a noite, sem sexo há meses, sem atenção do marido faz? Claro, procura outro e Plínio foi a minha procura.
Não sentia nada nos primeiros dias e transava com ele loucamente na cama em que eu dormia com Michel, mas só transava ali de ódio e quando Plínio voltava ao seu posto, eu chorava por fazer aquilo.
Mas não podia negar, era muito bom.
Foi bom até eu engravidar de Plínio e ser obrigada a transar com Michel sem camisinha, deixa-lo gozar dentro para fazê-lo acreditar que o filho que estava carregando era dele.
Mas não era mais a mesma coisa. Com Michel não tinha mais a química, a vontade e quando fazia era por fazer, agora com Plínio transei até o oitavo mês de gestação, porque mesmo gerando um ''filho do meu marido'' ele ainda sim me deixou sozinha em casa.
Em ótima companhia, diga-se de passagem.
Descobri então que era uma menina e para quem tive que contar? Para Plínio já que no dia do ultrassom, Michel tinha viajado à '' trabalho.''
Comemoramos muito naquele dia, comemos pizza à vontade, Plínio me fez rir, imaginou como seria nossa filha pois eu não o privei de saber e quando fui perceber, era ele quem eu queria ao meu lado sempre, era sua companhia, suas piadas ruins mas engraçadas e Michel não era mais tão importante assim.
E hoje, minha filha tem dois pais, porém só sabe de Michel e ela é tudo para mim, minha cachinhos dourados.
Hoje sustento nosso relacionamento por ela, para não confundir sua cabecinha tão pequenina, mas estou longe dos seus braços, longe da sua companhia que se tornou insuportável nos últimos anos e estou com Plínio, o cara que tanto me faz bem.
Em minha casa, tenho uma informante e soube que Michel está arrastando um caminhão para Jane, a participante do concurso com quem briguei me fazendo de esposa ciumenta.
Segundo Vera, a pessoa que me informa os dois são regados de muita intimidade e que Michel faz questão da companhia do filho dela, o que eu não gosto porque quando minha filha está por perto, ele a evita ao máximo.
Sei que quando voltar, as coisas irão mudar porque Jane é uma ameaça para o fim do nosso relacionamento que já não é mais relacionamento e não posso perder Michel de vista por causa da nossa filha e também por causa do seu dinheiro.
Aqui de onde estou, penso na forma de acabar com ele, porque foi isso que ele fez comigo quando teve oportunidade, acabou com meu psicológico e me fez e ainda é capaz de me fazer extremamente infeliz.
Mas tenho Plínio, o amor suave que tanto almejei para a minha vida e pagar alguém próximo de Michel para roubá-lo, já é meio caminho andado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
RECOMEÇO POR AMOR
RandomO passado de Jane não era algo em que gostava de lembrar, mas o fruto dele, sempre a fazia. Deixada no altar pelo homem que jurava amá-la e ainda por cima grávida, até hoje, após oito anos desde que tudo acontecera, ela ainda relembra com pesar aqu...