JANE - 67

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JANE

E então havíamos chego no pior dia do ano e que tem sido desde que Gabriel passou a frequentar a escola.
Dia dos pais.
Na escola, teria sua apresentação e mesmo que nos outros anos ele tenha sido "maleável" neste não consegui fazê-lo ter vontade de participar.
Ele me fez um desenho, onde tinha uma bonequinha escrito " Super pãe."
Nossa última semana não havia sido boa, o peguei chorando por Michel por várias noites em seu quarto antes de dormir e pensando no quanto aquilo estava acabando com seu psicológico, comecei a levá-lo em uma psicóloga.
De inicio, Suzana sua médica pediu para que eu ficasse mais a mercê dele, pois Gabriel estava com começo de depressão.
O medicou e todos os dias ele relutava para tomar e hoje, era o tal dia.
Na netflix, o catálogo de filmes era relacionado a época dos pais, então preferi não ligá-la nenhum dia para não piorar a situação.
Estava terminando de preparar nosso jantar enquanto ele desenhava em cima da mesa, quando meu celular ao seu lado disparou a tocar.
- Posso atender mãe? - pediu.
- Por favor querido.
- Alô?
E o silêncio pairou.
Virei-me para ver o que estava acontecendo e as lágrimas desceram por seus olhos,  logo ele deixou o celular em cima da mesa e saiu correndo.
- Filho. - chamei.
Fui até o telefone e a pessoa ainda estava na linha.
- Alô...
- Jane.
Mal acreditara no que estava escutando, era Michel do outro lado da linha.
- Michel...
O coração acelerou.
- Por favor, não desliga. Eu preciso saber como vocês estão, estou morto de saudade.
Notei que sua voz estava trêmula o que dava indício de que o mesmo estava chorando.
- Estou bem, o que você quer?
- E Gabriel? Onde ele está, porque não ficou na ligação?
- Gabriel está sofrendo por você, não imaginávamos que ligaria.
- Me passa seu endereço, me deixe vê-lo Jane.
- Você não pode fazer isso. Vai piorar a situação dele Michel.
- Por favor... - pediu.
- Estamos longe, nossos mundos são diferentes Michel, não nos faça sofrer mais uma vez.
- Eu não quero Jane. Eu renuncio a tudo para estar com vocês,  eu te amo... Eu o amo!
Fico em silêncio.
- Jane... - chamou.
Meus olhos estavam cheios de lágrimas e a panela quase queimando, desliguei para evitar acidente.
- Conversamos depois Michel, preciso cuidar de Gabriel agora e estou sem tempo pra conversar contigo.
- Me deixe vê-los...
- Outra hora, boa noite.
E assim, desliguei e fui até o quarto.
- Filho...
- O meu coração. - ele diz entre soluços.  - Ele acelerou ao escutá-lo mãe, eu senti tanta saudade, eu não queria sentir, eu o amo tanto.
E assim eu caminhei até ele e o puxei para um abraço.
- Eu também filho, eu também!
Beijei sua cabeça e lhe fiz carinho.

RECOMEÇO POR AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora