MICHEL - 62

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MICHEL - 62


Uma pessoa comum em um dia de semana, procuraria dormir o mais cedo possível para que pudesse ir trabalhar no dia seguinte, mas mesmo sabendo que eu deveria ir trabalhar, fiz questão de esperar Gabriela chegar.

Às quatro da manhã, caindo de bêbada e com a maquiagem totalmente borrada.

Eu sabia que quando bebia, falava demais e aquela era a minha deixa para perguntar o porquê de todo ódio gratuito, mas eu gravaria.

Com o celular em cima da mesa de centro, virado para baixo, a vi fechar a porta.

A sala estava escura e eu acendi a luz no momento em que ela pisou no tapete da sala e trombaria comigo.

Na verdade, ela trombaria em qualquer lugar no estado em que estava.

A me ver de braços cruzados, forçou um sorriso no qual eu não correspondi pois estava puto.

— Essa é a hora de uma mulher casada e ainda por cima bêbada chega em casa Gabriela?

— Não somos mais casados bebê. - disse com a voz embargada.

— Mas você me deve respeito, já não bastasse me trair na maior cara de pau.

Ela riu alto.

— Trai e trairia de novo para você deixar de ser besta. - disse entre risos. — Você merece muito mais do que um simples chifre, Michel.

— Eu estou farto de você Gabriela, farto das tuas maldades.

Ela riu ainda mais.

— E desde quando chifre é maldade?

— Chifre pode não ser, mas mandar falsificar um balancete isso sim, é maldade e ainda por cima crime.

E o sorriso morreu ali.

— Eu não sei do que você está falando.

— Claro que sabe e é por saber que eu quero que você vá embora dessa casa.

Voltou a rir.

— Ir embora dessa casa? Ela é minha Michel, tanto no papel quanto financeiramente, eu a construí e você é apenas um babaca que se apossou.

— Eu vou entrega-la à polícia Gabriela, você pode ter certeza disso. Saiba que você não ficará impune e que eu farei questão de acabar com essa sua reputação de boazinha, eu só queria saber o porquê de você ter se tornado esse monstro e o porquê de usar as pessoas.

— Vera.. - ela diz com raiva.

— O que tem a Vera?

— Eu vou acabar com aquela vagabunda. - diz indo em direção ao quarto de Vera e eu a puxei com força pelo braço.

— Deixe-a em paz, Vera não tem nada a ver com essa história, esse é um assunto a ser tratado entre mim e você Gabriela.

Eu estava com muita raiva, tinha vontade de ser uma mulher só para lhe meter o cacete.

— Eu te odeio Michel. - ela diz socando o meu peito. — Eu odeio você, odeio a minha vida, odeio ser sua esposa porque você em todo esse tempo só soube me trazer infelicidade! Eu vou te odiar pelo resto da minha vida e o meu maior desejo é que você fique na ruína, vire um zero à esquerda como era quando eu fiz a cagada de te encontrar.

O celular gravava aquilo tudo e eu não apagaria, pois sabia que em algum momento teria que usar aqueles áudios.

RECOMEÇO POR AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora