MICHEL - 59

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MICHEL - 59

Infelizmente eu não tinha mais para onde fugir.

Não comi o dia todo e também não poderia dormir aqui na empresa só para fugir dos paparazzi, então com a cara e a coragem, peguei meu blazer, o joguei por cima dos ombros e desci.

Chegando ao estacionamento da empresa, dei de cara com uma.

— Michel, é verdade que acaba de decretar falência?

Em seguida os flashes que por pouco me cegaram.

Eu poderia explicar, mas não o faria, ao menos não agora. Estava disposto a descobrir quem era o maldito que estava divulgando informações à imprensa.

A afastei com delicadeza para não criarmos mais rumores e entrei no carro dando ré assustando seu fotógrafo.

Não daria satisfações, estava farto disso.

Ao chegar em casa a primeira coisa que fiz foi pegar um drinque, logo minha filha apareceu sorridente.

— Olá papai. - me puxou para um abraço e eu a abracei.

— Oi querida.

— Você pode brincar comigo? - pediu.

— Agora não filha, depois o papai brinca.

Ela já sabia que não estava com paciência e que provavelmente eu não brincaria em nenhum momento, abaixou a cabeça e cabisbaixa deixou-me sozinha.

— Destruindo mais um coração Michel? - Gabriela pergunta entrando na sala.

— Não enche o meu saco Gabriela.

— Ui, chegou nervosinho. Problemas na empresa?

— E desde quando isso importa para você? Nunca pensou nela, você quer é um motivo para me deixar mal.

— Assim como você sempre fez, apenas estou retribuindo o '' deixar mal'' querido.

— Cadê o seu amante desconhecido? A pessoa que tanto te faz bem, porque não está com ele? Se realmente te fizesse bem, você não estaria aqui me torrando a paciência.

— Vai à merda Michel. - disse irritada e saiu dali.

Talvez o tal amante, fosse o seu ponto fraco e eu poderia brincar com isso se tivesse total capacidade.

Enquanto eu fechava os olhos tentando pensar em uma solução para a empresa, a única coisa que me vinha cabeça era Jane e Gabriel, mais nada e isso era uma das coisas que me deixava puto.

Fiquei sozinho por cerca de trinta minutos, tomando a decisão difícil entre ir para o banho ou dormir sem, até que outro pé no saco apareceu, vulgo Vera com cara de cachorro que caiu da mudança.

— Não tenho como te dar aumento de salário agora Vera, por isso desfaça essa cara porque já é feia de natureza.

Ela ficou vermelha.

— Michel, nós podemos conversar?

— Se for pra falar de dinheiro já tem minha resposta.

— Não é sobre dinheiro, é sobre algo que está me incomodando. - olhou para os lados para ver se vinha alguém.

— E desde quando algo te incomoda Vera? Você sempre foi acomodada demais, achei que nada te incomodava.

Ela me encarou séria e então eu me calei.

— Eu vi no noticiário que o senhor está decretando falência.

Revirei os olhos, não a respondi, mas a deixei continuar.

— Antes de qualquer coisa quero que saiba que eu detesto fofocas.

— Já está fazendo Vera.

— Sei que amanhã cedo quando chegar ao trabalho irá convocar uma reunião e não irá se cansar até achar a pessoa que divulgou uma informação sigilosa como a que foi divulgada, mas o senhor precisa saber a verdade, no caso, quem foi que divulgou e eu sei... - se acomodou no sofá.

Quando Vera ia terminar de falar, Gabriela gritou lá de cima.

— Vera, eu preciso de você aqui agora!

E como um cachorrinho, ela pediu licença e foi.

Puta merda.

RECOMEÇO POR AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora