Capítulo 7 - Volta repentina

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Luísa

Estou a um metro da porta, finalmente vou sair daqui!

Mas como eu tenho a proeza de ser azarada em todo momento e em qualquer lugar, uma voz familiar me chama pelo nome.

"Quem será agora?" --- Penso.

Me viro para ver quem é e me deparo com Débora, minha ex-amiga.

No passado, ela defendeu o Marcelo e disse que ele não estava errado, e quem era a errada na história era eu que resolvi acreditar em uma armação ao invés de acreditar em meu próprio namorado.

Marcelo me fez de corna e ainda por cima quem foi acusada de ser a culpada de tudo fui eu! Maravilha.

--- Quanto tempo, Luísa! Tudo bem? --- Débora me rouba um abraço. Santa inconveniência. Obviamente, não retribuo.

--- É, faz tempo mesmo. --- Digo com um sorriso falso.

--- Mas e aí? O que está fazendo aqui na Ruth Goulart?

--- Entrevista de emprego. --- Digo curta e grossa.

Seu rosto que antes era amigável agora se torna uma expressão incomodada e preocupada.

--- Para trabalhar aqui na escola?

--- Sim. Professora de artes.

--- Ah, então você levou esse negócio da arte a sério mesmo, hein. --- Diz ela. Débora no quesito "fingir" é péssima e falha miseravelmente. Dou um sorriso falso pra ela. Agora quem está incomodada sou eu.

--- Bom, então eu já vou indo, tô com pressa. --- Faço menção de sair mas ela interrompe.

--- Espera! Me fala um pouco de você e o que fez nesses últimos dezessete anos, como está sua família. A Poliana e a sua irmã eu já sei como estão, afinal eu dou aula para a menina e já vi a mãe dela em algumas reuniões e já puxei um papinho com ela. --- Ela dá uma risadinha forçada. Como é falsa.

--- É, eu tô bem, muito bem. Minha família também está e eu não fiz nada demais nesses últimos anos.

--- Tá... com alguém?

--- Perdão?

--- Você tá namorando, está casada... ?

--- Ah sim. Bem, eu estou noiva do Afonso.

--- Afonso...?

--- Ele trabalha na casa de carnes aqui do lado, deve conhecer ele.

--- Ah, conheço sim, que legal! Felicidades ao casal então.

--- Obrigada, Débora. --- Resolvo entrar no joguinho dela. --- E me fala de você, como está? Está namorando, está casada...? --- Devolvo sua pergunta para ela mesma em um tom irônico.

--- Eu estou namorando com o Marcelo e temos planos de nos casar. --- Espera... oi?! Marcelo e Débora... juntos. Okay. Informação demais.

--- A-Ah, é mesmo? Que bom então. --- Digo claramente incomodada com o assunto daquela conversa. Ela estava me provocando. Bem o tipinho dela mesmo.

O Sonho e o Futuro (Lucelo)Onde histórias criam vida. Descubra agora