Capítulo 16 - Razão

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Marcelo

Já é a décima quinta vez que estou relendo todas as mensagens que eu e Luísa trocamos a tarde inteira.

Coloco meu celular em cima do criado mudo perto da minha cama.

Fecho os olhos e dou um largo sorriso bobo. Me jogo na cama e suspiro profundamente.

"Essa mulher é incrível." --- Penso.

Passou-se dezessete anos e, mesmo com todas as coisas ruins que aconteceram, ainda a acho uma mulher extremamente maravilhosa.

Está decidido.

Vou terminar com a Débora.

Meu medo é de que eu a magoe, ou de que Luísa não sinta o mesmo por mim.

O pior é que não vou poder nem fazer nada pra fazer ela sentir o que sentia por mim de novo. O porquê? Por causa do tosco do noivo dela, é claro.

Dou um pulo quando escuto alguém bater fortemente na porta do quarto. Me levanto, vou até a porta e a abro. Vejo Débora desesperada e chorando. Ela me abraça fortemente e eu retribuo.

--- D-Débora? O que houve?!

--- M-Meu pai, Marcelo. --- Diz soluçando.

--- Seu pai? O que houve com ele? --- Pergunto confuso.

--- E-Ele está doente no hospital. --- Arregalo os olhos. --- Ele tem poucos dias de vida.

Luísa

--- Eu garanto. Se fosse eu, ele diria.

--- Óbvio que não né, Luísa! Ele não iria dizer que é você, ainda mais porque você está noiva e ele está com a Débora! --- Cláudia diz.

--- Tá bom então, quais são as chances de eu ser a "outra mulher"? --- Pergunto fazendo aspas com os dedos.

Elas se entreolham

--- Noventa e nove vírgula nove por cento. --- Diz Joana.

--- E o outro um por cento é porque a Debônia gruda mais que chiclete naquele homem. Eu tenho muita dó dele.

--- Debônia? --- Pergunto com o cenho franzido e os olhos cerrados.

--- Não lembra desse apelido na nossa época da escola? --- Pergunta Cláudia, fazendo Joana gritar de rir.

--- Eu lembro desse apelido! Ai, gente, era um pecado fazer isso com ela. --- Joana diz ainda rindo.

--- Pecado nada. Pecado era fazer o que ela fazia com a Luísa e com o Marcelo pra tentar separar os dois. --- Cláudia diz e ficamos apenas por alguns segundos em silêncio. --- Sabe que eu ainda acho que tudo foi armação da Débora?

--- Se eu tivesse visto a Débora beijando ele eu até acreditaria que era armação, mas não, foi uma garota que acho que era do terceiro ano do ensino médio.

--- Ela pode muito bem ter mandado a garota fazer aquilo pra ela. --- Joana diz.

--- É... t-talvez. Isso é passado, sendo verdade ou não eu o perdoei.

O Sonho e o Futuro (Lucelo)Onde histórias criam vida. Descubra agora