Marcelo
--- Tá tudo bem, Débora? --- Pergunto a Débora que olha estranho para o lado de fora da escola.
--- Não, está tudo bem sim, vamos entrar? --- Diz indo em direção a sala dos professores e eu vou pra minha sala.
Chego na sala, coloco minhas coisas em cima da mesa (notebook, papeladas, etc).
"Vamos ver se temos mais alguém disponível para ser nosso professor de artes." --- Penso.
Eu abro a tela do notebook e vou até a caixa de emails da escola. Me assusto ao ver 1.395 emails novos só de currículos para serem professores da Ruth Goulart.
A maior dificuldade é achar um currículo a altura do cargo.
Abro o primeiro currículo que mandaram hoje e... uau! Esse aqui é muito bom, terei que admitir. A pessoa que mandou já é formada em artes! Isso é muito, muito bom mesmo.
Penso e repenso e mando uma mensagem automática dizendo que o currículo foi aprovado e confirmado para uma entrevista cara a cara aqui na escola comigo, e isso vai definir se eu vou contratá-lo ou não. A pessoa tem que me entregar o mesmo currículo que enviou por email no dia da entrevista, caso contrário eu não aceito que a pessoa trabalhe aqui.
Bom, um problema a menos. Aparentemente se eu aprovar só esse currículo vou ter que contratar o dono do mesmo por bem ou por mal.
Dou mais uma olhada em alguns currículos. Aprovo alguns, dispenso outros e acabo de revisar todos os emails, agora não tem mais nenhum pra revisar. Amém, Senhor!
Por agora eu não tinha mais nada pra fazer. Agradeço a Deus todos os dias pelo meu esforço e dedicação mesmo sendo excessivos, mesmo que eu me canse muito trabalhando depois vale a pena, com toda certeza. Coloco minhas duas pernas em cima da mesa e rio do meu próprio gesto. Pego meu celular para checar algumas redes sociais e algumas mensagens.
Escuto duas batidinhas na porta da minha sala que me chamam a atenção.
--- Com licença. --- Diz Iuri, meu grande amigo, entrando na sala.
--- Opa, eaê Iuri? Senta aí. --- Digo para ele se sentar em uma poltrona em frente a minha mesa e ele se senta com uma expressão esquisita. Me conserto na cadeira e me sento normalmente. --- E a que devo a honra dessa ilustre visita? --- Digo irônico e estranho sua expressão séria permanecer em seu rosto e não reagir diante do meu comentário. --- Ué cara, o que foi? Aconteceu alguma coisa?
--- Cara, eu não queria fazer fofoca e nem, sei lá, te deixar talvez preocupado mas eu tava no computador da sala dos professores e escutei, sem querer, a Débora dizendo para a Sophie que tinha visto a Luísa, a tia da Poliana, do lado de fora da escola. Você já me contou um dia da história de vocês dois. Como vocês não se suportam eu achei que você deveria ficar atento.
--- Pouco me importa onde a Luísa está ou o que ela está fazendo, eu não tô nem aí pra ela, quero mais é que ela seja feliz. Quanto mais eu rezo mais assombração me aparece. --- Digo a última frase mais pra mim do que pra Iuri.
--- Foi mal, cara, só achei importante te falar. --- Faz um sinal de rendição com as mãos.
--- Não, a culpa não é sua, é porque dela eu só quero distância e nunca mais ver na minha vida.
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O Sonho e o Futuro (Lucelo)
Fiksi Penggemar--- Então eu os declaro... --- O padre é interrompido por um barulho estrondoso que parece vir do começo da igreja, perto da porta. De repente, as portas da igreja que antes estavam fechadas foram abertas bruscamente por um homem. --- Eu tenho algo...