Capítulo 14 - Sim

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Luísa

Ainda um pouco sonolenta, eu acordo. Tento abrir os olhos, mas sem sucesso, ainda estão um pouco pesados.

Eu poderia facilmente dizer que essa noite de sono foi a melhor que eu já tive! Nunca dormi tão bem, ainda mais nessa cama dura que eu durmo todos os dias.

Um cheiro extremamente bom invade minha narinas. É semelhante a de um perfume... masculino.

Espera.

Masculino?!

Abro os olhos lentamente e vejo Marcelo dormindo. Ele está me abraçando.

"O que tá acontecendo? O QUE FIZEMOS?!" --- Penso.

Minha respiração se torna ofegante e eu rapidamente me levanto. Marcelo resmunga um pouco.

Coloco minhas duas mãos na boca em um ato de incredulidade.

Pego a primeira almofada que vejo na frente e começo a bater em Marcelo.

--- O que... você... está... fazendo... aqui?! --- Falo enquanto "espanco" ele. Ele se encolhe e protege sua cabeça com as mãos.

--- Ei! O que você tá fazendo?!

--- Sai da minha cama! Quem te deu permissão para dormir aqui?! Era pra você cuidar dos meus machucados e ir embora!

--- Mas foi você quem pediu pra eu dormir aqui porque estava com medo de Afonso chegar. --- Fala se sentando na cama com o rosto todo amassado.

--- Eu nunca falaria uma coisa dessas. Sei muito bem me defender.

--- Mas foi o que você disse. --- Esfrega seu próprio rosto. Ele está muito cansado. --- Inclusive você que me abraçou.

--- E você me abraçou de volta?!

--- Sim. --- Olho pra ele revoltada e jogo outra almofada nele. --- Ei!!

--- Você já devia saber que quando estou com sono eu falo coisas sem sentido! Você deveria ter insistido em ir embora! Imagina se Afonso chega aqui e vê a gente dormindo juntos assim? Não, e sem contar que não temos esse tipo de intimidade.

--- Você trancou a porta principal, não tinha como eu ir embora de qualquer maneira ou Afonso chegar de surpresa. --- Faço uma cara de surpresa e vou em direção a porta principal.

Seguro a maçaneta e giro a mesma mas a porta não abre. Tento abrir a porta novamente e várias vezes, mas sem sucesso.

Marcelo chega atrás de mim.

--- Tá trancada.

--- Ah, jura?! --- Viro de frente pra ele, indignada.

--- Ei, relaxa, é só você pegar a chave e destrancar a porta, pronto.

--- Esse é o problema Marcelo! --- Falo e ele parece não entender. --- Eu não lembro onde coloquei a chave! --- Ele arregala os olhos me olhando com desespero.

--- Como assim não lembra?!

--- Eu não lembro, ué.

O Sonho e o Futuro (Lucelo)Onde histórias criam vida. Descubra agora