Marcelo
— Ah, que falta de educação da minha parte. Entre, por favor. — Ela dá espaço para que eu entre.
— Obrigado. — Entro na sua casa admirando a mesma. De fato era uma casa incrivelmente linda. Não mais que a Luísa, é claro.
— Pode se sentar nesse sofá mesmo, a casa é sua, fique a vontade. — Me sento no sofá e ela se senta em uma das poltronas que ficam de frente para o sofá. — Mas e então? A que devo a honra dessa visita?
— Que bom que você me reconheceu tão rápido, assim nós poupamos flashback's indesejados. Eu queria esclarecer... algumas coisas com você. No passado nós conversamos apenas uma vez e nunca mais nos falamos.
— Pensei que você nunca mais queria me ver, assim como disse naquele dia. Mudou de ideia, docinho? — Ela me lança um olhar malicioso e eu decido cortar logo o papo que está surgindo.
— Nadine, sejamos objetivos, por favor. — Falo com uma expressão séria. — Nós nunca conversamos direito sobre o que aconteceu no passado. Você gostava de mim?
— O quê? Hahaha! — Nadine começa a gargalhar.
— Não entendi a graça. — Cerro os olhos em sua direção e ela automaticamente para de rir.
— Não é óbvio? Fui mandada a fazer aquilo. E não, eu não gostava de você, é claro que não. — Ela diz com o cenho franzido. Em seguida, ela pega uma garrafa de vinho e coloca um pouco em sua taça. — Aceita?
— N-Não. — Penso um pouco antes de pronunciar qualquer outra coisa. — E quem foi a pessoa que mandou você fazer isso?
— Marcelo, você acha mesmo que eu vou falar? A pessoa me fez jurar segredo, eu ganhei pelo meu silêncio. — Ela toma um pouco do vinho e eu arregalo os olhos.
— A pessoa te pagou para me beijar?!
— Sim.
— Quanto?
— Mil e duzentos, se eu não me engano. A pessoa estava bem desesperada para ter me dado aquela quantia. — Tento imaginar alguém que eu conhecia e que seria capaz de fazer isso. — Se bem que se, na minha adolescência, eu soubesse que estaria rica hoje em dia eu nem teria aceitado. Ganhei mixaria por fazer um trabalho bem feito.
— Tem certeza que você não pode contar quem foi que te pagou para fazer esse absurdo? — Insisto e ela suspira, irritada.
— Você não vai descansar até arrancar qualquer coisa de mim, né? — Não seria a coisa que eu faria, mas faço que "sim" com a cabeça para ela, minha curiosidade diz mais alto nesse momento. — Eu não posso falar quem foi exatamente, mas posso dizer que ela era amiga da Luísa. — Logo me veio na cabeça as amigas mais próximas da Luísa: Joana e Cláudia. Elas não seriam capazes... ou seriam?— Mas me conta de você. Você está solteiro?
— Estou com Débora. — Ela se engasga com o vinho.
— Jura?! Gente, ela conseguiu o que queria mesmo, hein. — Ela diz a última frase mais para si mesma, me impedindo de ouvir.
— Perdão, o que você disse?
— Ah, nada. — Ela coloca a taça já vazia sobre a mesa a sua frente. — Era só isso?
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O Sonho e o Futuro (Lucelo)
Fanfiction--- Então eu os declaro... --- O padre é interrompido por um barulho estrondoso que parece vir do começo da igreja, perto da porta. De repente, as portas da igreja que antes estavam fechadas foram abertas bruscamente por um homem. --- Eu tenho algo...