Capítulo 24 - Amor

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Marcelo

— Ah, que falta de educação da minha parte. Entre, por favor. — Ela dá espaço para que eu entre.

— Obrigado. — Entro na sua casa admirando a mesma. De fato era uma casa incrivelmente linda. Não mais que a Luísa, é claro.

— Pode se sentar nesse sofá mesmo, a casa é sua, fique a vontade. — Me sento no sofá e ela se senta em uma das poltronas que ficam de frente para o sofá. — Mas e então? A que devo a honra dessa visita?

— Que bom que você me reconheceu tão rápido, assim nós poupamos flashback's indesejados. Eu queria esclarecer... algumas coisas com você. No passado nós conversamos apenas uma vez e nunca mais nos falamos.

— Pensei que você nunca mais queria me ver, assim como disse naquele dia. Mudou de ideia, docinho? — Ela me lança um olhar malicioso e eu decido cortar logo o papo que está surgindo.

— Nadine, sejamos objetivos, por favor. — Falo com uma expressão séria. — Nós nunca conversamos direito sobre o que aconteceu no passado. Você gostava de mim?

— O quê? Hahaha! — Nadine começa a gargalhar.

— Não entendi a graça. — Cerro os olhos em sua direção e ela automaticamente para de rir.

— Não é óbvio? Fui mandada a fazer aquilo. E não, eu não gostava de você, é claro que não. — Ela diz com o cenho franzido. Em seguida, ela pega uma garrafa de vinho e coloca um pouco em sua taça. — Aceita?

— N-Não. — Penso um pouco antes de pronunciar qualquer outra coisa. — E quem foi a pessoa que mandou você fazer isso?

— Marcelo, você acha mesmo que eu vou falar? A pessoa me fez jurar segredo, eu ganhei pelo meu silêncio. — Ela toma um pouco do vinho e eu arregalo os olhos.

— A pessoa te pagou para me beijar?!

— Sim.

— Quanto?

— Mil e duzentos, se eu não me engano. A pessoa estava bem desesperada para ter me dado aquela quantia. — Tento imaginar alguém que eu conhecia e que seria capaz de fazer isso. — Se bem que se, na minha adolescência, eu soubesse que estaria rica hoje em dia eu nem teria aceitado. Ganhei mixaria por fazer um trabalho bem feito.

— Tem certeza que você não pode contar quem foi que te pagou para fazer esse absurdo? — Insisto e ela suspira, irritada.

— Você não vai descansar até arrancar qualquer coisa de mim, né? — Não seria a coisa que eu faria, mas faço que "sim" com a cabeça para ela, minha curiosidade diz mais alto nesse momento. — Eu não posso falar quem foi exatamente, mas posso dizer que ela era amiga da Luísa. — Logo me veio na cabeça as amigas mais próximas da Luísa: Joana e Cláudia. Elas não seriam capazes... ou seriam?— Mas me conta de você. Você está solteiro?

— Estou com Débora. — Ela se engasga com o vinho.

— Jura?! Gente, ela conseguiu o que queria mesmo, hein. — Ela diz a última frase mais para si mesma, me impedindo de ouvir.

— Perdão, o que você disse?

— Ah, nada. — Ela coloca a taça já vazia sobre a mesa a sua frente. — Era só isso?

O Sonho e o Futuro (Lucelo)Onde histórias criam vida. Descubra agora