Poliana
Ao escutar a porta se fechando, abro um de meus olhos para ter certeza de que não há mais ninguém naquele quarto. Quando tenho certeza que eu e João estamos sozinhos, eu me sento na cama e solto todo o ar que tinha prendido quando Débora apareceu.
— Pode levantar, João. — Digo e ele se senta.
— Quem aquela carne de pescoço pensa que é pra chamar a gente de pirralhos?! Ela vai ver só! — Quando ele faz menção de se levantar, eu seguro seu braço, o impedindo.
— Calma, João! Estamos aqui para resgatar a tia Luísa, esqueceu? Não queremos brigar com ninguém aqui.
— Mas se for preciso...
— João! — Chamo seu nome em um tom repreensivo.
— Tá bom, tá bom, parei. Prometo que vou tentar me comportar. — Sorrio e nego com a cabeça. — Mas o que nós vamos fazer agora?
— Eu não sei. Eles, aparentemente, não nos trancaram aqui dentro.
— Devem ter pensado que estávamos realmente apagados.
— Pois é.
— Mas e então? Nós vamos resgatar a tia Luísa ou não? — Ele pergunta com um sorriso no rosto.
— Não acha arriscado irmos agora? Os capangas da professora Débora devem estar a solta na casa.
— É só a gente tomar cuidado. Se eles aparecerem, a gente foge.
— A gente vai precisar de um plano. Não podemos sair daqui sem sabermos o que temos que fazer.
— Poli, é simples: Não precisamos de plano nenhum, nós só precisamos saber de duas coisas: Não podemos nos separar de forma alguma! E quando um dos capangas perceberem nossa presença, a gente improvisa e dá um jeito de fugir.
— Ah, João, eu não s...
— Você quer ter a tia Luísa de volta? — Ele segura minhas duas mãos e olha em meus olhos. Eu afirmo com a cabeça, respondendo sua pergunta com apenas um gesto. — Então nós vamos ter que sair desse quarto e ir até lá e resgatar a tia Luísa, okay? — Ele me dá um sorriso sem mostrar os dentes.
Meu coração falha uma batida.
Retribuo o sorriso.
— Okay. — Nós vamos de mãos dadas até a porta. Ficamos de frente para a mesma, encarando-a por alguns minutos.
— Tu tá tremendo. — Ele diz. Eu olho para a minha mão e percebo que, realmente, estou tremendo de nervoso.
Não posso negar que estou com medo, mas se essa é a única forma de salvar a tia Luísa, eu faço o sacrifício.
— Tem certeza de que quer ir? — Ele pergunta.
Acho bonito como o João sempre se preocupa comigo. Ele nunca me força a fazer nada que eu não queira.
— Tenho. Vamos salvar a tia Luísa juntos! — Digo com convicção. Seguro sua mão com mais firmeza e dou meu melhor sorriso a ele.
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O Sonho e o Futuro (Lucelo)
Fanfiction--- Então eu os declaro... --- O padre é interrompido por um barulho estrondoso que parece vir do começo da igreja, perto da porta. De repente, as portas da igreja que antes estavam fechadas foram abertas bruscamente por um homem. --- Eu tenho algo...