Marcelo
Chego em casa irritado por causa do drama que Débora causou no restaurante. Viemos o caminho inteiro discutindo.
Agora eu entendo perfeitamente o sentimento ruim que estava sentindo antes.
--- Ah, tá, agora a culpa é minha, então! --- Diz Débora, revoltada, entrando em casa.
--- Mas é claro que é, Débora! Pra que fazer aquele papelão todo?!
--- Que papelão, Marcelo? --- Ela se vira pra mim. --- Não tenho culpa se Luísa tem o costume de esconder esse tipo de coisa do próprio noivo. Aliás ela tem o costume de esconder muita coisa.
--- Não se faça de vítima! Você fez tudo aquilo pra provocar a Luísa e pra causar desconforto em nos dois! E além de tudo isso incomodou eles e provavelmente causou um grande desentendimento sem necessidade!
--- Vai defender a Luísa agora?
--- Eu não tô defendendo ninguém. E não é questão de defender, Débora, o que você fez não foi certo e ponto! --- Falo passando as minhas mãos no meu rosto o esfregando em sinal de cansaço. --- Na segunda-feira, eu faço questão que você vá pedir desculpas a ela pessoalmente. Peça a ela para levar o pedido de desculpas até o noivo também. --- Ela me olha com incredulidade.
--- Mas nem morta!
--- Vai sim! Se você não pedir desculpas a ela por bem vai pedir por mal! --- Ela bufa e me lança um olhar ameaçador antes de subir irritada para o quarto.
Suspiro, cansado, e me sento no sofá, apoiando minhas mãos por cima dos bolsos laterais da minha calça.
Dou uma remexida neles e sinto falta da minha carteira.
Ótimo. Consegui a proeza de esquecer minha carteira no restaurante.
Subo as escadas e bato na porta do meu quarto.
--- Que é?! --- Responde Débora.
--- Eu vou ter que voltar no restaurante, esqueci minha carteira lá. Depois vou aproveitar para buscar o João na casa da Alice. --- Falo e não faço questão de uma resposta dela.
Desço as escadas, pego a chave do carro e saio de casa, novamente. Entro no carro, ligo o mesmo e vou em direção ao restaurante.
Depois de mais ou menos 55 minutos eu finalmente chego no restaurante. Por sorte ele ainda não fechou. Estaciono o carro do outro lado da rua e vou em direção a entrada do restaurante.
Me distraio com um barulho vindo do outro lado do estabelecimento.
"Parece um... choro." --- Penso.
Vou para a parte de trás do restaurante e vejo uma mulher com um vestido vermelho, sentada no chão. Ela parece quase pegar no sono. Ela ainda soluça baixinho por causa do choro.
--- M-Moça? Tá tudo bem? O que houve? Precisa de alguma ajuda? --- Me agacho para conseguir ver o seu rosto. Levo um susto ao ver Luísa com olheiras enormes e a cara vermelha por causa do choro. Um sentimento ruim me invade. Sinto um aperto no coração ao ver ela naquele estado. --- L-Luísa?! Ei, o que você está fazendo aqui? Cadê seu noivo? --- Pergunto a ela segurando levemente seu queixo para que ela olhe pra mim.
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O Sonho e o Futuro (Lucelo)
Fanfiction--- Então eu os declaro... --- O padre é interrompido por um barulho estrondoso que parece vir do começo da igreja, perto da porta. De repente, as portas da igreja que antes estavam fechadas foram abertas bruscamente por um homem. --- Eu tenho algo...