Capítulo 29 - Débora

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Luísa

— Meu Deus, que visita maravilhosa! — Digo e a abraço fortemente.

— Que saudade que eu estava de você! Não te via a anos. — Ela retribui o abraço na mesma intensidade que eu.

— Digo o mesmo. — Nos soltamos.

— Já que você não foi me visitar eu mesma vim. Posso entrar?

— Claro, a casa é sua, fica a vontade. — Dou espaço para ela entrar e fecho a porta logo em seguida.

Ela olha o apartamento em volta, provavelmente maravilhada com a decoração.

— Que apartamento lindo! De fato minha nora tem muito bom gosto. — Franzo o cenho e ela me olha. — Perdão, ex-nora. — Dou um sorriso sem graça a ela.

— Se sente, por favor. — Ela se senta no sofá e eu fico de frente a ela, também sentada no sofá. — A que devo a honra da sua ilustre visita?

— Nada especial. Eu queria conversar com você novamente, afinal faz tantos anos que não nos vemos, não é? E, com todo respeito, o tempo só te deixou ainda mais linda do que já era.  Marcelo realmente não estava exagerando. — Minhas bochechas começam a formigar.

— Que nada, são seus olhos. Você também está ótima!

— Não é necessário mentir, Luísa.

— Mas eu estou dizendo a verdade. — Sorrio pra ela. Tinha me esquecido de como Glória era extremamente brincalhona. Ela consegue me arrancar muitas risadas. — Ah, você aceita uma água, um suco ou café?

— Um café, por favor. — Me levanto e vou até a cozinha. Trago o café pra ela. — Mas e então? O que tem feito nesses últimos anos?

— Ah, nada demais. Bom, me formei em artes. — Ela abre um enorme sorriso.

— Sempre soube que você iria dedicar sua vida a pintura. Desde pequena você sabia pintar melhor do que ninguém! Soube que está noiva, certo? — Ela toma um pouco do café.

— Sim, estou. Desculpe a indelicadeza, Glória, mas foi o Marcelo quem te contou isso? — Pergunto.

— Foi sim. Não era para ele ter contado?

— N-Não, não é isso, só achei estranho mesmo.

— Mas me conte. Você e meu filho voltaram a ser amigos? — Ela pergunta e eu estranho.

Desde quando Marcelo começou a contar tudo o que acontecia entre a gente para a própria mãe?

— Perdão, Glória, eu nem sabia que você estava sabendo da nossa reaproximação. Mas nós voltamos a nos falar ontem.

— Ah, que ótimo! Eu sabia que vocês não iriam ficar muito tempo sem se falarem. — Ela sorri sem mostrar os dentes. Eu sorrio sem graça.

— É. Eu tenho que admitir, a amizade com seu filho é muito boa e me faz muito bem, e eu precisava de um conselho vindo de alguém diferente, sabe? Que não fosse a minha irmã ou Joana e Cláudia para me julgarem.

O Sonho e o Futuro (Lucelo)Onde histórias criam vida. Descubra agora