Capítulo 37 - Você é um pecado, D'Ávila

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Marcelo

Queria sair a sós com Luísa, fazia um bom tempo que não fazíamos isso, um passeio só nós dois.

Quando a chamei para sair, nem eu sabia exatamente onde queria levá-la, mas, no meio do caminho, eu tive uma ótima ideia. Nunca imaginei que essa ótima ideia fosse levar ela em um parque de diversão.

Luísa sempre gostou de parques de diversão, nunca teve medo de nenhum... a não ser da roda gigante. Ela tem pavor de altura, mas hoje isso irá mudar.

Quero me declarar a ela.

É.

Nunca fiz isso a nenhuma mulher antes, nem mesmo a ela. Quero deixar bem claro a ela que eu quero estar com ela para o resto da minha vida. Quero construir uma família com ela, é ela quem eu quero para ser a mãe dos meus filhos, é do lado dela que eu quero acordar. Eu quero ela.

Em tão pouco tempo, nos tornamos tão dependentes um do outro. Nos tornamos dependentes dos beijos, dos carinhos, dos abraços. Isso é incrível e completamente surreal. Um minuto longe já é tempo suficiente para se tornar uma verdadeira tortura. Nossos corpos gritam por contato e, quando acontece, ainda não é o suficiente. A saudade é insaciável. Dezessete anos longe é muita coisa, não podem nos julgar.

Chegamos na entrada do parque e, por estar de tarde, o parque não está nem um pouco lotado. As pessoas costumam vir aqui a noite.

Vejo Luísa se remexendo. Estava inquieta. Ficava na ponta dos pés  para conseguir enxergar aquele mar de brinquedos eletrônicos. Sorrio com sua animação.

— Animada? — Pergunto a ela mas a mesma mal dá atenção.

— Oi? — Ela pergunta me olhando. Ela se dá conta da pergunta que fiz. — Sim! Faz tanto tempo que não venho em um parque de diversão!

— Eu sabia que era um ótimo lugar para nós irmos. — Meus olhos vão em direção a pequena fila a nossa frente que está andando. Finalmente chega a nossa vez de comprar os ingressos.

— Boa tarde. — Uma mulher, aparentemente da minha idade, diz, simpáticamente. Ela me olha dos pés a cabeça e eu fico claramemte incomodado. — Quantos ingressos vão querer? — Ela solta um sorrisinho para mim. Olho de relance para Luísa que está com olhar fulminante para a mulher.

Já sei o que fazer.

Passo meu braço em volta do pescoço de Luísa e a puxo para mais perto. Ela segura minha cintura.

— Quantos ingressos vamos querer, amor? — Olho para a Luísa e ela sorri.

— Dois. — Ela lança um sorriso cínico para a moça. Faço o mesmo. Prendo a risada quando vejo a mulher revirando os olhos. Ela entrega os ingressos e eu pago. Nós saímos dali. Luísa vai na frente já entrando no parque em passos fortes, parece irritada.

— Ei, espera! — Acelero os passos até ela.

— Você viu como aquela vagabunda estava te olhando?! Ela estava te comendo com os olhos! — Ela para de andar e me olha.

— É mesmo? Nem percebi. — A provoco e ela revira os olhos, logo andando para frente de novo. — Ei, eu estava brincando. — Pego levemente seu braço e a faço virar pra mim.

O Sonho e o Futuro (Lucelo)Onde histórias criam vida. Descubra agora