Capítulo 40 - Aliado

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Marcelo

Sabe aquela péssima sensação que você sente quando vê alguém que você ama sofrendo? Pois é, estou sentindo isso por Luísa agora, e estou desconfiado de que seja por causa do Pendleton.

Eu não consigo confiar naquele cara, não mesmo, e o resto de confiança que eu tinha foi pro ralo a partir do momento em que ele trouxe Luísa na escola...

no carro dele.

Ela ficou estranha quando perguntei sobre ele e, depois disso, ficou estranha o resto do dia. E agora está passando mal.

Por um momento eu cogitei uma gravidez, mas nós nunca fizemos nada juntos, então nem teria como.

Ou seja, se não é isso, é o Pendleton.

Não tem outra explicação.

E eu vou até o fim para saber o porquê ela fica tão incomodada quando eu falo dele.

Ajudo Luísa a se levantar do chão. A guio até a pia do banheiro pra que ela possa lavar o rosto.

— Você quase me matou do coração. — Digo, após suspirar aliviado quando ela parou de vomitar.

— Me desculpa. — Ela diz, enxugando seu rosto com uma toalha. — Acho que foi o calor do dia que me deixou assim. Está bem quente hoje.

— Eu não acho. — Ela me olha, confusa. — De qualquer forma, se sente melhor?

— Aliviada. Mas o enjoô ainda não passou.

— Vem, vou te levar pra casa.

— O quê? Não, não precisa, eu peço um carro pelo aplicat...

— Pelo amor de Deus, Luísa, me deixa cuidar de você! — A interrompo, impaciente com a sua insistência em ir embora sozinha. — Deixa esse seu orgulho de lado e me deixa te ajudar. Sou seu namorado, é o mínimo que devo fazer.

— Olha aqui, eu posso estar passando mal, sim, mas não estou inválida. Sei muito bem me cuidar sozinha. Sempre me cuidei por conta própria. Independência na minha vida é o que não falta. — A olho com incredulidade.

— Você não pode estar falando sério.

— Mas eu estou.

— Será que você não entende que eu me preocupo com você? Poxa! Eu te amo demais pra deixar você ir embora sozinha nesse estado. — Digo, tentando ser o mais sincero possível nas palavras. — Eu sei que é difícil admitir que precisamos de ajuda, principalmente pra você, que o orgulho é maior que si própria. Mas está na cara que você não está bem. Você acha mesmo que eu seria tão insensível a ponto de te deixar ir, simplesmente, embora sozinha, sendo que, a qualquer hora, você pode desmaiar por causa desse mal estar?! — Seus lábios, levemente arroxeados, esboçam um sorriso fraco e seus olhos se enchem de água. Ela se aproxima de mim e me dá um abraço apertado. Se permite chorar ali mesmo.

— D-Desculpa. Eu não sei o que está acontecendo comigo hoje. — Ela soluça. — Você me ajuda com tanto carinho, me dá tanto amor, e eu só retribuo com patadas e coices. Me desculpa, de verdade. — Ela aperta ainda mais a minha cintura.

O Sonho e o Futuro (Lucelo)Onde histórias criam vida. Descubra agora