Capítulo 35 - Sensações

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Marcelo

— Vamos, tia, por favor! Só um pouquinho! — Poliana continua insistindo mas não faz efeito em Luísa.

— Já disse que não, Poliana. Essa água tá muito gelada. — Ela diz e coloca seus óculos de sol novamente.

— Deixa, Poli. Não vamos conseguir convencer sua tia. — Digo a ela.

— Mas, Marcelo! - Poliana reclama e eu pisco pra ela. — Ah. Tá bom, então! Tchauzinho! — A menina diz sorridente e depois vai até a piscina e pula na mesma. Luísa se senta na espreguiçadeira e franze o cenho.

— O que deu nela?

— Deve ter desistido. — Sorrio e também me sento na espreguiçadeira.

O clube que estamos também é de posse do dono do parque que estávamos fazendo o piquenique. Cláudia explicou que esse clube é para alugar, ou seja, não é aberto para todo mundo. As crianças ficaram indignadas ao saberem que o clube não ficava dentro do parque como Cláudia tinha dito, ou seja, tivemos que sair do parque para ir até o clube. Ela disse que se não tivesse mentido ninguém iria querer ir.

Agora estou descansando um pouco. Perdi a conta de quantas vezes já pulei na piscina. Estou exausto.

O lugar é agradável e arejado. Em frente a grande piscina, tem um pequeno lugar onde podemos comprar comida. Ao lado, tem um lindo jardim com alguns brinquedos e uma árvore enorme. Definitivamente esse lugar é maravilhoso.

Só estou esperando eu recuperar minhas energias para poder jogar Luísa na piscina. Se ela não quer entrar por bem, vai entrar por mal.

— Você não acha que tá muito calor pra você ficar usando essas roupas? — Pergunto a ela. A mesma está de short jeans e uma blusa rosa.

— Não. Pelo contrário, está bem fresco. E você? Não acha que está muito despido, não? — Ela levanta o seu óculos de sol para me olhar. Rio com sua pergunta e me dou conta de que estou apenas de sunga.

— Sabe que não? — Ironizo e Luísa revira os olhos. — Que foi? Tá com medo de alguma mulher reparar no meu corpo?

— Perdeu a noção do juízo? Só tem minha família e nossos amigos aqui.

— Tem as funcionárias que trabalham naquele bar ali. — Olho para o bar do clube e depois volto a olhar Luísa.

— Quer saber? Vou me trocar que eu ganho mais. — Ela se levanta e sai. Rio sozinho ao me lembrar de suas palavras.

Estou muito feliz por estar com Luísa, mas triste por ter que esconder esse amor de todo mundo. Queria mostrar para todos o quanto eu amo ela e, finalmente, poder dizer que é minha. Vou respeitar sua decisão, mas não garanto que sempre terei a devida paciência para esperar que ela conte. É difícil não demonstrar que eu a amo o tempo todo, muito difícil. Acho até que as outras pessoas já sabem, em vista do carinho excessivo que tenho dado a ela. Sua irmã, então, com certeza já sabe, mesmo que Luísa nem tenha contado a ela. É inevitável esconder nossos sentimentos um pelo outro. São fortes demais, mais fortes do que a gente. Não podemos controlá-los.

Desperto dos meus pensamentos ao ver Luísa incrivelmente maravilhosa com um maiô simples preto e uma saída de praia por cima. Meus olhos como imãs seguem seus movimentos e a observa se sentando novamente na espreguiçadeira. Ela percebe que estou a encarando e um sorriso convencido se forma no rosto.

O Sonho e o Futuro (Lucelo)Onde histórias criam vida. Descubra agora