Capítulo 43 - O querer possessivo

495 46 10
                                    

Poliana

Eu e João já estamos andando a horas e nada de acharmos o tal endereço que estava escrito na carta da professora Débora. Estou começando a desistir e voltar pra casa, mas o caminho seria muito longo e cansativo.

- Poliana. - João quebra o silêncio que estava instalado a horas entre nós.

- O que foi?

- Tu tem certeza que a gente tá no caminho certo?

- Olha, João, certeza absoluta eu não tenho, mas eu conheço São Paulo como a palma da minha mão, dificilmente eu erraria o caminho. Mas eu posso estar enganada também.

- Então bora rever esse endereço. - Ele pega o papel onde está escrito o endereço do lugar que estamos tentando achar da minha mão e começa a analisá-lo.

Começo a olhar em volta. O lugar que estamos não tem uma áurea muito boa, pelo contrário, a energia é completamente negativa. É um lugar cheio de árvores grandes, serviria facilmente como um cenário para filmes de terror. Observo uma luz no fim da floresta.

Espera... é uma casa.

- João. - O cutuco, sem tirar os olhos do casarão.

- Que foi? - Ele me olha e, em seguida, olha para a enorme casa abandonada que eu também estou olhando. - Ih, égua, bora lá! - Antes que ele pudesse dar um segundo passo, eu o puxo pela sua mochila.

- Ei, ficou louco? Pode ser perigoso, e nós não podemos nos desviar do foco que é procurar a tia Luísa, esqueceu disso? - O pergunto retoricamente e solto sua mochila.

- Okay. - Ele também olha em volta do ambiente que estamos. - Que placa é essa? - João vai até a placa suja e empoeirada que estava um pouco a frente da grande casa.

- Me espera! - Digo, sussurrando um pouco. Sigo ele até a placa. Ele limpa a mesma que, como eu disse, estava super suja e, por isso, não era possível ver o que estava escrito. Um sorriso de orelha a orelha se forma em seu rosto ao ler a placa. - O que foi? Por que está sorrindo assim? - Leio a placa. - N-Não acredito...

- Nós achamos! - Falamos em uníssono. Nós comemoramos com uma dancinha por termos encontrado o local de onde o endereço estava indicando.

- E agora? - Eu pergunto, parando de comemorar.

- Agora nós vamos entrar nessa casa e resgatar a tia Luísa.

- Não é tão simples assim, João. Não acha que precisamos de um plano antes de irmos até lá dentro? Débora não está sozinha, se lembra? Está com esse tal Pendleton e o... Afonso. - Me entristeço ao me lembrar que Afonso, ex-noivo da tia Luísa e que eu o considerava como um tio mesmo, está envolvido em um absurdo desses. Nunca imaginei que ele só queria o dinheiro da minha família.

- É verdade. Mas tu tem alguma ideia em mente? - Ele pergunta e eu penso um pouco.

- Por enquanto, o plano é entrar sem fazer nenhum barulho e procurar a tia Luísa, entendeu? - Ele assente e nós vamos até a porta da casa que mais parecia uma mansão. - Vamos pegar nossas lanternas.

- Tá. - Nós pegamos as lanternas para conseguirmos enxergar melhor o caminho.

João encosta sua mão levemente pela maçaneta suja da porta de madeira e, em seguida, ele a abre. O barulho da porta é o único som a ser ouvido naquele ambiente escuro. Nós entramos, com cuidado, dentro da casa. Observo os móveis jogados no chão, a televisão quebrada e o sofá sujo. Vejo a enorme escada que tem após a sala.

O Sonho e o Futuro (Lucelo)Onde histórias criam vida. Descubra agora