Poliana
Eu e João já estamos andando a horas e nada de acharmos o tal endereço que estava escrito na carta da professora Débora. Estou começando a desistir e voltar pra casa, mas o caminho seria muito longo e cansativo.
- Poliana. - João quebra o silêncio que estava instalado a horas entre nós.
- O que foi?
- Tu tem certeza que a gente tá no caminho certo?
- Olha, João, certeza absoluta eu não tenho, mas eu conheço São Paulo como a palma da minha mão, dificilmente eu erraria o caminho. Mas eu posso estar enganada também.
- Então bora rever esse endereço. - Ele pega o papel onde está escrito o endereço do lugar que estamos tentando achar da minha mão e começa a analisá-lo.
Começo a olhar em volta. O lugar que estamos não tem uma áurea muito boa, pelo contrário, a energia é completamente negativa. É um lugar cheio de árvores grandes, serviria facilmente como um cenário para filmes de terror. Observo uma luz no fim da floresta.
Espera... é uma casa.
- João. - O cutuco, sem tirar os olhos do casarão.
- Que foi? - Ele me olha e, em seguida, olha para a enorme casa abandonada que eu também estou olhando. - Ih, égua, bora lá! - Antes que ele pudesse dar um segundo passo, eu o puxo pela sua mochila.
- Ei, ficou louco? Pode ser perigoso, e nós não podemos nos desviar do foco que é procurar a tia Luísa, esqueceu disso? - O pergunto retoricamente e solto sua mochila.
- Okay. - Ele também olha em volta do ambiente que estamos. - Que placa é essa? - João vai até a placa suja e empoeirada que estava um pouco a frente da grande casa.
- Me espera! - Digo, sussurrando um pouco. Sigo ele até a placa. Ele limpa a mesma que, como eu disse, estava super suja e, por isso, não era possível ver o que estava escrito. Um sorriso de orelha a orelha se forma em seu rosto ao ler a placa. - O que foi? Por que está sorrindo assim? - Leio a placa. - N-Não acredito...
- Nós achamos! - Falamos em uníssono. Nós comemoramos com uma dancinha por termos encontrado o local de onde o endereço estava indicando.
- E agora? - Eu pergunto, parando de comemorar.
- Agora nós vamos entrar nessa casa e resgatar a tia Luísa.
- Não é tão simples assim, João. Não acha que precisamos de um plano antes de irmos até lá dentro? Débora não está sozinha, se lembra? Está com esse tal Pendleton e o... Afonso. - Me entristeço ao me lembrar que Afonso, ex-noivo da tia Luísa e que eu o considerava como um tio mesmo, está envolvido em um absurdo desses. Nunca imaginei que ele só queria o dinheiro da minha família.
- É verdade. Mas tu tem alguma ideia em mente? - Ele pergunta e eu penso um pouco.
- Por enquanto, o plano é entrar sem fazer nenhum barulho e procurar a tia Luísa, entendeu? - Ele assente e nós vamos até a porta da casa que mais parecia uma mansão. - Vamos pegar nossas lanternas.
- Tá. - Nós pegamos as lanternas para conseguirmos enxergar melhor o caminho.
João encosta sua mão levemente pela maçaneta suja da porta de madeira e, em seguida, ele a abre. O barulho da porta é o único som a ser ouvido naquele ambiente escuro. Nós entramos, com cuidado, dentro da casa. Observo os móveis jogados no chão, a televisão quebrada e o sofá sujo. Vejo a enorme escada que tem após a sala.
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O Sonho e o Futuro (Lucelo)
Fanfic--- Então eu os declaro... --- O padre é interrompido por um barulho estrondoso que parece vir do começo da igreja, perto da porta. De repente, as portas da igreja que antes estavam fechadas foram abertas bruscamente por um homem. --- Eu tenho algo...