Por Flora
Abri os olhos meio perdida sem entender o que aconteceu, e estranhei quando senti o cheiro de meu antigo quarto. Estávamos na sala abraçados e do nada estou aqui em minha antiga cama.
–Flora tá acordada ?— Mahina bate na porta como todos dias para me ajudar a se vestir.
–Pode entrar Mahina — Digo me sentando na cama.
–Bom dia minha menina, dormiu bem?
–Sim, mas o que aconteceu?- pergunto ainda comfusa.
– Estávamos todos na sala e depois da declaração de Derick choramos todos juntos, você se transformou em sua forma lupina. Eu fiquei surpresa e preocupada, mas Derick explicou que você já está preste a fazer dezenove anos e precisa conversar mais com a sua loba. Sabe, você e ela são uma só e você precisa permitir se transformar e isso não está acontecendo, já que a sua loba se apareceu sem sua permissão. Outra coisa muito importante é você começar a se preocupar em encontrar sej compnheiro!
– M.. Mahina , como vou pensar em um companheiro sendo que eu não consigo nem escolher uma roupa sozinha? Como cuidarei de meu companheiro ou de meus filhos? — Me sinto perdida e necessitando de conselhos.— Quando era pequena sempre achei que mesmo cega na forma humana eu iria aprender me virar, mas quando me transformei na forma lupina e vi que também não enxergava, senti o ódio de minha loba mesmo não a culpando por esse ódio, e sei que ela sente o mesmo rancor de mim, eu a entendo, também me odeio por ser cega e principalmente por ela ser também —Me sentei na cama chorando- Semana passada conheci meu primeiro amigo, ele ama desenhar, tem uma voz linda, pelo o tom da voz é mais alto que eu , não sei ao certo como ele é, também não sei como são os desenhos dele, e muito menos se vou encontrá-lo nivalente. Não consigo nem fazer amigos direito Mahina, imagina achar meu companheiro?
–Minha menina, podemos amar de varias formas você sabia? - Mahina me pergunta pegando em minha mão. – Eu por exemplo te amo como amo a Kimura, ele é meu filho biológico, coloquei ele no mundo, passamos tantas coisas pra chegar até aqui nesta alcateia. Saímos do Japão após a guerra que destruiu tudo e principalmente nossa tribo, nunca amei o pai de Kimura por mais que fosse meu predestinado, nunca o amei, mas sempre o respeitei como meu alfa, meu marido e amigo. Nos casamos e percebi que ele também não me amava e o seu coração tinha dona, a filha do beta, braço direito do alfa da tribo. Assim que ele se uniu comigo, ela achou seu predestinado também e seguiu seu caminho, foi para Alemanha, deixando para sempre o Japão. Eu e meu falecido marido éramos muito amigos e sempre conversamos sobre tudo abertamente e sempre fomos o apoio um do outro — Mahina se levanta pega a jarra de água e se serve.- Quando resolvemos ter um filho, foi um ato de amor entre nós, uma noite incrível e linda, apesar de não me amar, ele me respeitava imensamente. Depois de nossa única noite de amor, descobri que ia ter um filho. Quando nasceu, não qual nome daria a ele, meu marido estava com nosso filho em seus braços, cantando uma canção de ninar, eu vi todo amor dele pela sua amada, que estava longe, sendo transferido para o filho que ele fazia ninava. Foi aí que eu olhei e soube que meu filho teria o mesmo nome que o pai, olhei para ele e falei "Kimura " , me olhando intensamente, me entrogoubnosso filho em meus braços e se virou, estava emocionado, Kimura apesar de bondoso era durão demais para chorar em minha frente. Olhei para meu filho dormindo em meu colo e sabia que ele seria exatamente como o pai , um ser de alma linda, que apesar de amar outra mulher jamais fugiu do seu destino e nunca questionou as deusas apenas fez sua parte. Me lembro que veio até mim e me deu um beijo na testa como forma de agradecimento. Tenho certeza que não acharia pesso melhor para meu filho chamar de pai— Diz Mahina se sentando novamente ao meu lado.
– Sabe minha menina, quando perdi meu marido na guerra, tive que pegar meu filho e ser forte por ele, eu era tão nova, mas já era uma mãe, tinha minhas obrigações, meu esposo morreu nós defendendo e como mulher e mãe eu morreria lutando por Kimura. Quando cheguei aqui, estava em carne viva , completamente desnutrida e o Kimura estava com uma febre tremenda, quando vi o alfa da alcateia veio me ajudar, percebi que estava em um bom lugar, foi só ai que desmaie pois sabia que tinha chegado em meu novo lar e estava em segurança.
Percebi que Mahina se levantou foi até uma sacola aonde estava minha roupas que havia trazido de casa .Como sempre, me ajudou a se vestir, penteando meus cabelos ela resolve sair de seu silêncio.
–Fomos acolhido pelo alfa da alcateia em sua própria casa, expliquei minha vida toda para ele e ele me contou que tinha um filho recém nascido e por ser solteiro iria precisa de ajuda em sua criação. E junto ele deixou claro que em troca ele iria me ajudaria a cuidar do meu filho também,não deixaria falta nada tanto para meu menino nem para mim. Chorei emocionada pois fui amparada por ele. De empregada do alfa passei a ser amiga pessoal dele e sua confidente. Os dias e anos foram se passando e os extintos de maternais se afloraram por Derick. E Me lembro como se fosse hoje o dia que você chegou aqui, estava dentro de uma cestinha deitada sobre flores e tinha uma linda coroa de rosas brancas em sua cabeça, a única flor que faltava em sua cesta era o girassol.
Mahina fala como se tivesse em seu passado, sorrindo ela passa a mão com muito carinho em minhas orelhas e percebo que a única flor que faltava tinha ganhado da minha família, assim como o amor.
– Foi então que o Derick ainda moço, te olhou e pegou te colocou em seus braços, sim Derick o supremo, foi o primeiro a te pegar no colo, te olhou para com ternura, jamais tínhamos visto aquele olhar de Derick para alguém, eu e o Benício chegamos a pensar que vocês eram predestinados. Ele te levou até nós, e perguntou se podíamos ficar com vc. Benicio passou às mãos em seus cabelinhos loiro e confirmou que cuidariamos sim de vocês. A noite no jantar estávamos pensando em um nome pra te dar foi quando Derick e Kimura começaram a rivalidade, de sempre, para escolher seu nome, pois Derick dizia que ele era o mais velho dos três e tinha o direito de escolher, Kimura dizia que ele não estava nem ai pra opinião de Derick! Minha nossa eles me davam muito trabalho!- Diz rindo – Quando você começou a chorar o Kimura correu para o quarto e Derick logicamente também, acharam que tinha acontecido algo com você. Derick se abaixou e começou solta dominância para te acalmar e o meu Kimura começou cantar a mesma música que sempre cantei pra ele dormir. Quando eu e Benicio iamos nos aproximar, Derick te chamou pela primeira vez de Flor depois de te ver acalmar. Kimura disse eufórico "FLORA" e ali os dois se abraçaram, e receberam de todo coração sua nova irmã.
Começo chorar e como um filme na minha cabeça lembro da forma carinhosa que Derick me chamou hoje, e penso a anos atrás e as voz são a mesma, rouca e alto muito diferente da voz do meu padrinho. Mas sempre foi Derick o meu irmão mas velho.
— Só permita, minha menina, que eles toquem no seu coração da forma que são! — Mahina diz serena e me abraça
— Vocês são tudo que tenho!— Digo chorando
— E vocês três são minhas vidas, meus filhotes — Diz com lágrimas nos olhos.
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ENCONTRO DE ALMAS (Livro 1 )
RomanceBenjamim, príncipe do clã do lobos do gelo do Norte, que apesar de já possuir dezessetes anos de idade ainda não se encontrou com seu lobo o que torna ele um humano simples perante ao seu povo. Sua frustrações não é apenas por não ter o seu animal...