O Rei Dragão - parte 22: Silvio

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I'm hunting shadows in the dark

In steaming jungles of the world

Either to kill or to be killed

By creatures never named or heard

Após pernoitarem na cabana durante a tempestade, foi a vez de Sabrina ficar doente, com gripe, então Mênia ajudou Eduardo a tratar da pequena. Beatriz passou esse período junto com Op-Hal, sob a vigilância do pai.

Sabrina se recuperava rapidamente, mas os pais de Op-Hal nunca o viram tão feliz quanto no tempo que teve Beatriz só para ele. Puxava-a para todos os lados e mal conseguiam fazer que ele parasse de tagarelar, foi o paraíso depois de tanto esforço para se aproximar da menina. Claro que a todo o momento, Beatriz perguntava pela gêmea e sentia falta dela nas brincadeiras.

Na manhã que Sabrina acordou bem e disposta, Mênia encorajou Eduardo a permitir que ela saísse para brincar com os outros. O rapaz autorizou, mas foi atrás avisando que se tossisse ou espirrasse a arrastaria para dentro outra vez.

- Olha quem saiu para brincar com você, magrela! – anunciou Eduardo na entrada da cabana.

- Bina! – e correu para abraçar e cobrir a irmã de beijos.

Op-Hal veio andando arrastado, com medo de ser posto de escanteio, Beatriz puxou-o pela gola da blusa para o abraço em trio e ficaram embolados pulando e rindo muito. O único medo que sobrou no miudinho foi de ser amassado nesse abraço das duas "gemalucas".

Eduardo sentou perto do maesel branco e se entregou ao seu segundo momento de relaxamento no Espinheiro. Pensava que apesar do primeiro contato traumático, tudo dera certo entre eles e a família de Mênia, principalmente para as crianças. Os pais de Op-Hal idolatravam o menino e não faltou carinho para as meninas. "Talvez eu possa deixá-las aqui e arriscar pelos caminhos do Espinheiro, ou mesmo tentar retornar a Tendas para ver como andam as coisas."

Aí, reparou algo curioso na brincadeira das crianças, um por um se desafiaram a abrir a porta da casa que ficava na frente da cabana e saíam correndo gesticulando como se tivesse um cheiro ruim. E realmente, logo um cheiro podre de morte alcançou Eduardo, que se levantou horrorizado. No início chegou a se perguntar por que a família vivia numa cabana pequena tendo uma casa bem melhor estruturada logo na frente, e enfim abandonou a curiosidade que já o havia encrencado demais. Susso chegou a mencionar que fazia parte do disfarce da casa, como Eduardo não insistiu e o homem tinha claro desconforto com o assunto, este ficou abafado.

Porém esse cheiro ativou a necessidade de investigar, Eduardo foi direto à porta e abriu.

Viu a mesma cena que as meninas conheceram no interior da casa, um homem havia sido enforcado, seu corpo já decomposto caiu e virou um montinho no chão. A podridão no ar fez seu estômago revirar, saiu gritando entre alguns palavrões:

- O que é aquilo?

Os maesel ficaram agitados com o escândalo, principalmente Abelha que se colocou entre Eduardo e as gêmeas que começaram a chorar indecisas entre correr para junto do rapaz que sempre as protegeu ou corriam dele por estar em pleno surto. Esse conflito, ele nem viu, pois vociferava para os adultos dentro da cabana.

Mênia veio correndo mandando-o parar de gritar senão assustaria as crianças. Puxou Op-Hal para seu colo e ao tentar tirar as meninas do maesel Eduardo se interpôs.

- Vai ter que explicar o que é aquilo, tem um morto ali dentro! Com uma roupa do Consenso! O que vocês fizeram?

Mênia tremia e tentava balbuciar uma resposta quando o marido veio aparentando calma e disse:

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