O Rei Dragão - parte 20: África

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How long shall they kill our prophets

While we stand aside and look?

Some say it's just a part of it

We've got to fulfill the Book

Won't you help to sing

These songs of freedom?

Assim que recebeu o recado passado por Nízor ao mensageiro, Alis subiu às pressas a escadaria para a Governança, planejando dizer a Caça Escalpos que poderiam partir e descer novamente para saber de Mutemuia o que África descobrira. O Chefe libertou um suspiro de alívio e desceu junto com ela para exigir suas armas e seu maesel de volta.

- Feliz de sair da minha companhia e estar mais próximo de voltar para sua rainha?

Esse estava longe de ser um comentário apropriado ao momento e mais distante ainda de ser o tipo de conversa que o Chefe entabularia, ele pensou em ignorar, mudou de ideia por consideração a Alis e tudo que já passaram e o restante por vir.

- Desconheço um momento da minha vida em que essa palavra se aplique, sua companhia foi... - colou os lábios nos de Alis mordendo durante o beijo - só que eu preciso estar em alguma missão, rumo ao confronto é quando encontro a paz.

Silenciaram-se e Alis chegara ao limite de reprimir uma antiga curiosidade:

- Como ela é? A rainha! E a sua família? Por que nunca os víamos? Por que se escondem?

Dessa vez Caça Escalpos focou nos degraus e ignorou a pergunta.

Num ímpeto de raiva, Alis o empurrou na parede e exigiu:

- Responda!

Ele abriu a capa para que a mulher visse as unhas ferindo-lhe o peito e não esboçou dor:

- Aprendeu tanto e continua sem entender, Alis! Junte as informações! Poderia jogar na sua cara que sua notável amiga deixou de contá-la os pormenores a respeito da Família Real, porém ela entregou o segredo ao empregá-la na Governança! Pense!

Num lampejo de compreensão levou as mãos ainda com cheiro de suor do Chefe para tapar a própria boca.

- Não!

No pórtico lateral para a área externa da Casa de Rohr, Alis deixou Mauro partir e começou a andar para trás.

- Onde vai, Alis? Temos que providenciar muitas coisas.

- Preciso apenas de um cavalo ou um maesel, todo o resto que precisarei já está certo.

- Vai conversar com ela, correto?

- É viciante! Já sente isso! Está viciado também! - reaproximou-se de Mauro e enlaçou seu pescoço largo, encostando nariz com nariz antes de soltá-lo.

- Viciado no quê?

- Informação!

Foi procurar a Administradora.

***

Após dias de viagem por rio, Tairone não havia se acostumado a ser visto sem estar montando Ava. Inicialmente, Nemo se ofereceu para dar conta da embarcação sozinho, para que o centauro pudesse permanecer isolado na cabine. Ele recusou, teria que abrir mão até da própria cultura se quisesse seguir os passos da criança de Tendas, pois que começasse logo.

Acostumado a vê-lo portentoso sobre a montaria, Nemo observou que o centauro possuía um tronco longo e robusto, com pernas desproporcionais a parte superior do corpo e estatura entre mediana e baixa. Mesmo com um braço faltando-lhe, Tairone mostrou disposição por mais sem sentido que fosse o plano de Nemo e em tudo ajudava, o centauro trabalhou como um marujo comum auxiliaria seu capitão. Subiram todo o Rio Bom até alcançar o delta turbulento, quando o rio dividia-se entre Rio Bom Delta Via Noroeste e Rio Bom Delta Via Nordeste, que era o caminho deles. Navegavam contra a correnteza, e o rio não sobrepujava a capacidade do barco bordes, mesmo assim Nemo estava se coçando de vontade de experimentar o adaptador taórico e o taore que trouxe consigo.

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