O Rei Dragão - parte 30: Boas Maneiras

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Se você se porta como um homem um homem
Será que você mantém a conduta

Será que segue firme e forte na luta?

O vulto largou Op-Hal e se lançou para dentro do cômodo, fechado a porta.

Uma voz de mulher tentou ameaçar enquanto continha tremendo pavor:

- Vão embora! Eu permito que vá embora! Estou sozinha aqui, eu vivo sozinha nesse palácio! – aumentou o tom de voz ao proferir "sozinha" – Mas acreditem, tenho meios de defesa! Aconselho aproveitarem a oferta!

Silvio fez um sinal positivo para o rapaz, confirmando tratar-se da princesa. Ele murchou, pois o primeiro contato repetidamente idealizado por Eduardo estava arruinado. "Crie uma cabra meio míope e perneta, mas não crie expectativas" disse um colega feirante certa vez.

- Fala com ela, rapaz. Tranquilize, garanta que estará segura, as mulheres gostam de sentir que estão protegidas. – Silvio aconselhou baixinho.

- Abre a porta! – bateu na madeira com os nós dos dedos – Quando eu entrar aí vai ver que não ofereço perigo!

Silvio bateu na própria testa.

- E vai pô-la sentadinha pensando no que fez de errado? Ela não é uma das meninas. – estava decepcionado com a falta de jeito de Eduardo com mulheres adultas.

A mulher fez mais força para manter-se isolada do outro lado.

- Saiam! É a última chance, ou vou acabar com vocês! - engasgou ao lembrar-se da criança – Pode ser que... pode ser que eu tome a criança como criado.

A coisa ia de mal a pior, o Conselheiro teve que utilizar seu dom de intervir com calma em conflitos.

- Majestade, com todo respeito, ninguém pega meu filho como criado. Somos exilados de Dhomini tentando sobreviver em Dorijan. Solicito uma audiência com a princesa para narrar as desventuras que enfrentamos e solicitar abrigo nesse palácio.

Ela respondeu num tom amargo:

- Meu título de princesa foi confiscado há muito tempo. E esse belo palácio de rainha? Bem sabe que não reino aqui.

- A aura de poder herdada de seus antepassados precisa de mais que isso para dissipar. Reinará onde estiver. Pousa o olhar sobre esses recentes chegados então decida o que fazer.

- Fala bem. Excluo que seja da Guarda Real ou aventureiro. Sendo homem nunca poderia ser sacerdotisa do Templo de Taor, em Sargos. É um Conselheiro da Casa de Rohr.

- Fui Conselheiro, hoje sou pai.

- Foge para proteger o menino do dragão Pedra Branca? Desde aquele dia o procuro no céu e não o vejo.

- Ninguém o vê, desapareceu. Como os de sua espécie, sem deixar vestígios.

- Aquele desafortunado Chefe da Guarda derrotou o monstro... – a princesa concluiu.

Eduardo começou desesperadamente a fazer sinais para desviar do assunto Caça Escalpos, Silvio assentiu. Rosa continuou sem dar chance aos homens.

- Aquele Caça Escalpos também era um monstro. Que nunca ouse vir até aqui, teve sorte naquele dia de precisar defender... aquela gente... do ataque do dragão e deixado de vir me trazer. Teria o mesmo fim dos Guardas que vieram. Só eu sobrevivi a fúria imbatível que lançou-se sobre nós. Eles pereceram com mutilações terríveis e fatais. E para Caça Escalpos tal castigo seria pouco... – usando um tom de voz vago, parecia que falava para si mesma. Num repente voltou a dirigir-se aos ouvintes – Esgotaram as advertências, insistem permanecer aqui?

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