O Rei Dragão - parte 31: Grades de Ouro nas Janelas

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Dorijan pareceu satisfeito.

- Isso é ótimo! Verdade. Eu e mamãe brincávamos de esconde-esconde quando chegaram, gostariam de participar da diversão?

Mênia estranhou as crianças deixarem de responder a proposta, principalmente Op-Hal ter ficado quieto. "Será que também acharam Dorijan anormal?" pensou. Respondeu por eles:

- Precisamos descansar um pouco, caminhamos muito até aqui.

- A gente veio da praia... – contou Sabrina.

Rosa sorriu e ajoelhou diante da menina. Arrumou a franja de lado e o restante do cabelo para trás das orelhas.

- É? Que máximo! Eu nunca fui à praia, como é?

- É bonito... a gente nadou um monte de vezes e tinha um dragão deitado.

- Que legal! Você é bonita e simpática, pode me dar um beijo? – indicou com a unha rosada uma das faces, Sabrina deu-lhe o beijo. – Vou arrumar excelentes acomodações para todos.

Todos seguiram Rosa que atravessou o salão iluminado em linha reta e adentraram outro salão. Havia claridade entrando por inúmeros vitrais na parede da direita, enquanto na oposta fizeram uma fonte escorrendo água incessantemente. No meio, havia uma passarela e de cada lado um espelho d'água com um mosaico de rosa no fundo, o símbolo de Elise. Por todo o ambiente, diversas plantas, o hobby da Rainha, no foco central do ambiente o trono parecia inserido em plena floresta. Seu talhe de madeira era recoberto por camadas de peles deixando-o macio. Construído para o tamanho de Elise, comportava no mínimo, cinco adultos deitados bem à vontade.

- Eu descanso aqui, as gêmeas podem ficar comigo. Vou mostrar o resto. – Rosa convidou a contornarem a "ilha" onde ficava o trono. Na parte detrás subia uma escada, consistia apenas em tábuas de madeira encaixadas em espiral num eixo vertical, sem corrimão.

No andar superior outro cômodo branco, bem iluminado, com um banco no tamanho de Elise, repleto de peles macias e alguns assentos de madeira característicos de residências humanas. Fora isso, inexistiam outras decorações, foi o espaço mais simplório que viram na excursão pelo palácio.

- Aqui fica Dorijan. Você e o menino podem dividir o ambiente com ele. – disse para o rapaz.

- Hã... meu nome é Eduardo.

Limpou a mão na calça e estendeu para Rosa que ficou olhando um tempo, estranhando o cumprimento informal. A moça arregaçou um pouco da manga da blusa e pôs seu braço de pele bem clara ao lado do braço do feirante para comparar as cores.

- Cor de gente saudável e trabalhadora. – comentou.

O contato fez os pelos do braço do rapaz eriçaram e ele ficou envergonhado, continuou as apresentações para disfarçar. Pelo menos fizera a princesa sorrir, mas não se enganava, Rosa ria dele, não para ele.

– Este é Op-Hal, essas são Beatriz e Sabrina.

- Sou Mênia e ele Silvio.

- Espero que sintam-se bem comigo e Dorijan. Nesta saleta Elise recebia humanos, na época estavam estabelecendo ainda a vida em residências e desenhavam-se rascunhos dos povos como conhecemos atualmente. A rusticidade vista aqui, representava luxo naquele primitivismo. Imaginem como deve ser o salão correspondente a esse no Palácio da Rainha Gil, ela conviveu com hominídeos.

- Parece que os recebia com extrema cautela e sob sua vigilância. – comentou Silvio.

- Mas oferecia conforto, veja aquilo.

Disfarçada na parede branca, havia uma porta, com maçaneta de ouro e chave. Rosa destrancou e fez sinal para entrarem.

- Nesse cômodo encontrarão quase tudo que uma residência humana pode oferecer. Garanti que ficariam confortáveis. Pode guardar a chave.

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