Capítulo Quatorze: Ganhando Espaço.

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Megan Monteiro...

 Levanto da cama e o Menezes ainda dorme tranquilamente, vou até a sala precisando urgentemente pensar em uma solução para o que isso tudo se formou. Não sou do tipo que foge da raia, mas também não posso assumir um relacionamento quando tenho outras prioridades no momento e vamos concordar que o Ricardo não é o melhor para tomar essa posição em minha vida, além de ser galinha e cafajeste, ainda é o meu chefe.

Realmente temos uma química perfeita, nunca foi assim com ninguém nem com Ian, eu sei que não devia estar comparado mais é a verdade. O Ricardo mexe comigo demais, essa quimica makuca e insana que está me deixando ainda mais louca do que eu sou. Sigo para cozinha e vou até a geladeira pegando uma garrafa de água. Não sei como lidar com essa situação. Eu o quero não adianta negar mais, nem pra mim e nem pra ele, mas se envolver com alguém é muito arriscado, principalmente pra mim que aprendi da pior maneira a nunca confiar nos homens.

Infelizmente não foi somente na teoria. Cada um tem seus fantasmas e eu tenho os meus que não importa o que eu faça, onde esteja sempre vão me acompanhar, tem momentos que nos marcam pra sempre, alguns são bons e outros são ruins, verdadeiros pesadelos. Pego o copo colocando o liquido e bebendo tentando achar uma solução, não posso me envolver com ele além do permitido, eu não posso me machucar de novo, por acreditar que pode ser diferente. Limpo a lágrima que escorre por meu rosto e ultimamente ando assim chorosa e sentimental, ou muito estressada, com certeza são sintomas de uma menstruação que se aproxima, até baixei um aplicativo no celular para poder me ajudar na minha irregularidade que devia ter se normalizado já que passei da idade para que meus hormônios se sintam confusos e de confusa aqui basta eu! Preciso pensar nessa loucura com mais calma, vou jogar limpo com ele e principalmente comigo.

Volto para o meu quarto, e olho o Ricardo dormir. Parece um anjo. O lençol está cobrindo apenas do quadril para baixo, o peito nu a mostra, os músculos relaxados e não tem como negar o óbvio o homem é uma obra de arte. Não devia estar secando-o dessa maneira, mas ele está em minha cama. Quem entrou aqui invadindo toda a minha intimidade foi ele, me agarrando e marcando-me como se fosse sua. Eu de fato não sei se consigo acreditar em suas intenções. Acredito que ele me quer, isso está bem nítido, mas o tesão cega e confunde e tudo que eu sei que ele sente por mim é isso, essa necessidade crua, de me ver nua, de transar comigo, tratando-me como um objeto. Mesmo que esteja fazendo o mesmo com ele, não tem como não me sentir suja depois do que aconteceu aqui, por que se parar pra pensar bem estamos nos usando e isso é imundo. Nos usando para sanar um desejo, somente isso.

Sigo para o banheiro e pego minha esponja despejando o meu sabonete liquido e esfregando com força em meu corpo, e volto a chorar, esse furacão de sentimentos está deixando-me zonza sem saber o que fazer, estou sendo arrastada para o passado onde os homens olhavam para o meu corpo de maneira nojenta o que me constrangia, por que de fato acreditava que a culpa era minha pelas roupas que eu vestia, sendo que ainda era uma criança que teve a vida estragada por ter evoluído cedo demais, mas acredito por ter vivido em um lar onde o homem era enaltecido e a mulher não. Servia para ser apenas uma boa submissa a tudo que ele quisesse, que certos tipos de comportamentos é normal no mundo masculino, aliás são homens, mas pra mim essa justificativa sempre foi falha, ainda é. E fui marcada tão profundamente que me sinto suja quando alguém me olha de uma maneira que eu fosse descartável que eu servisse apenas para suprir uma necessidade e depois ser esquecida. Por que eu não posso ser a Megan forte, aquela que aprendeu a lidar com o sexo de uma maneira saudável? Por que meus pensamentos ainda me levam para esse inferno que faz com que duvide de mim mesma, e da pessoa que eu sei que sou.

Pego a toalha secando-me e esperando que essa sensação passe, mas não melhorou em nada, pelo contrário estou ainda mais desgastada, volto para o quarto e ainda de toalha acabo me deitando no curto espaço que sobrou da cama. Eu não quero viver me sentindo dessa forma, eu não posso. Suspiro derrotada sem saber como lidar com toda esse mar de sensações que não me abandonam não importe o que eu faça. Talvez fosse o melhor voltar para minhas seções com a Psicóloga Regiane, ela me ajudou muito e esse era o momento de retornar antes que começasse a enlouquecer de verdade e essas lembranças se tornassem freqüentes novamente.

A.V.A.S.S.A.L.A.D.O.R... Onde histórias criam vida. Descubra agora