Penelope's POV
Não esperei ele alcançar o elevador e bati a porta, me escorando atrás dela.
- O que houve Penny? Você está pálida? Está se sentindo mal? Papai me perguntou preocupado, passando por mim.
- Talvez ela esteja se sentindo bem até demais, pai! Nick me provocou, sentado no sofá, mexendo no celular, com um sorriso idiota nos lábios.
- Cala a boca, sua peste!
- É, parece que está melhor! Papai riu do berro que dei com meu irmão.
Não demorou muito para os tios Keenan e Hazel e Ava irem embora. Fui para meu quarto, tranquei a porta e fiquei na companhia dos meus pensamentos. E eles pertenciam a uma só pessoa: Omar.
Óbvio que ainda estava magoada com sua postura no passado. Claro que fiquei insatisfeita por ele ter tido acesso a sua foto e ter lido o que havia escrito em seu verso. Mas era inegável que minha tática de dizer que sentia mais nada por ele estava desmoronando como um castelo de cartas. A verdade é que seria bem mais fácil ignorá-lo se ele não tivesse se declarado hoje.
O que acontece é que não sei se posso confiar nele. Ele já fugiu duas vezes de mim e se afastou por tanto tempo que quase me convenci de que havia algo de errado comigo para que ele não tentasse uma aproximação. Como posso acreditar que não vou me magoar novamente?
Jogada na cama, lembrei-me dele me prensando contra a janela. Meu Deus, o que foi aquilo? Minhas pernas pareciam gelatina, não sei como não cai. No momento em que ele me puxou contra seu corpo, pude sentir sua excitação e, nossa, se Nicholas não nos interrompe, teria perdido totalmente meu autocontrole.
Nossa, até subiu um calor por pensar nisso!
Definitivamente eu preciso de ajuda. Estiquei-me e peguei o celular que estava no criado mudo.
Chamada de vídeo para Henry Clark... Chamando...
A tela piscava em tentativas e nada do meu amigo atender. Já estava quase desistindo quando ele finalmente deu o ar da graça.
- Não consegue ficar um fim de semana sem me ver, é? Isso se chama vício! — Surgiu sorrindo, mas logo ficou sério quando leu "desespero" em meu olhar. — Que cara é essa? Aconteceu alguma coisa?
Henry é uma ótima pessoa. Estava no segundo ano da faculdade quando o conheci. Ele estava atrasado para seu primeiro dia de aula e tentou passar por mim correndo no campus da Pace University. Claro que voaram livros e papéis para tudo que é lado. Ao me ajudar a recolher meu material, disse que gostaria de pedir desculpas me convidando para um café. Aceitei o convite, pois algo me dizia que dali podia nascer uma grande amizade. E nasceu. Nossos cursos são da mesma área, marketing, só que ele estuda MKT esportivo e, eu, relações públicas. Sempre tentamos nos inscrever para as mesmas oficinas e eventos extraclasse e, como moramos em dormitórios da faculdade de segunda a sexta, sempre fazemos programas juntos durante a semana. Todos que nos conhecem juram que temos algo. Em uma festa da universidade, participamos de um jogo idiota e acabamos nos beijando por conta de uma prenda, mas chegamos à conclusão de que não havia química. Quando beijei Omar, por exemplo, foi como se fogos de artifícios estourassem dentro do meu peito. Senti nada ao beijar Clark. Ele é lindo, um fofo e extremamente charmoso, só não surte efeito romântico em mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Hora de aceitar
RomansaCriados como primos, sempre foram alvos de brincadeiras de Keenan, pai do rapaz, sobre um possível relacionamento, tudo para tirar o melhor amigo Brian, pai de Penny do sério. O que eles não imaginavam é que as gozações tinham um fundo de verdade: O...