Desde a última vez que conversei com tio Brian, na companhia de tia Ellen, ele havia se mostrado mais flexível em relação ao meu namoro com Penelope. Não menos tenso, é verdade, e prova disso era a veia saltando do pescoço toda vez que eu me aproximava mais de sua filha. Então, já que ele estava tentando ser mais compreensivo, me esforcei para não provocá-lo, ainda que sem essa intenção.
Não encontrei mais Penny de madrugada desde o dia em que nos agarramos na cozinha. Achamos por bem não nos arriscarmos, principalmente pelo fato de que, mesmo seu pai estando mais brando, os outros não estavam na mesma vibração. Papai e tio Aidan tinham apertado o cerco em volta de Ava e Isabella, respectivamente, e tínhamos certeza que se nós fossemos pegos, eles não hesitariam em contar para meu sogro. Bem, ao menos o pai de Bella sei que me deduraria.
Era sábado de manhã e estávamos prestes a partirmos de Coney Island. Nossos pais e minha madrasta sempre recordavam da primeira viagem deles com ternura e para mim, agora, esse lugar também se tornou parte importante da minha vida, afinal, foi onde finalmente consegui o perdão de Pe e, de quebra, seu coração.
- Meu menino, vocês pegaram tudo? As chaves do carro estão com vocês? – Tia Hazel sempre preocupada e carinhosa.
- Sim! – Respondi mostrando o chaveiro. Como no dia do luau, o meu automóvel ficaria com papai e o dele seria usado por mim, dessa forma, comportando tranquilamente todos os passageiros. No domingo à tarde, meu pai daria carona para meus sogros e tios Aidan e Melinda levariam Devon e Fynn.
- E conseguiu fazer a reserva onde indiquei? – Minha sogra surgiu e logo depois, Ellen atravessou a porta com tio Brian segurando sua mala.
- Está confirmada para sete da noite! – Cochichei, pois minha namorada ainda não sabia o que tinha programado para nosso encontro.
Minha princesinha passou por mim, direcionando-me uma piscadela e ajudou ao pai a acomodar sua bagagem no porta-malas. Meu pai passava outras mil recomendações a Henry, além de outras milhares que já havia indicado. Uma delas era a exigência de se marcar algo entre ele e tia Hazel com os pais de Clark para colocarem os pingos nos is. A expressão de tédio de Ava, ao lado do meu cunhado, era impagável.
O pai de Bellinha estava inquieto, enquanto a mãe ria da aflição do marido que observava à curta distância Nick abraçando Bella já sentados no banco de trás.
- Omar, dirija com cuidado! Meu bem mais precioso está aos seus cuidados! – Tio Brian determinou abraçando sua esposa e papai fez o mesmo, enfim dando descanso aos ouvidos de Clark.
- Pode deixar! – Me despedi deles e tomei a direção, deixando para trás familiares e amigos e lembranças que ficarão guardadas para sempre em minha mente e meu coração. Pegamos a estrada de manhã cedo e, sem grandes dificuldades, chegamos ao Brooklyn. O trânsito estava livre e, por mais que tenhamos pensado em almoçar juntos, fora ou não, optamos por cada grupo ir para as respectivas residências previamente acertadas para descansarmos para a nossa noite. Primeiro, deixei Nicholas e Pe em seu apartamento e subi com eles, deixando Bellinha, Henry e minha irmã no carro. Entreguei a pequena mala de Penelope ao irmão, que entrou em seguida, nos dando privacidade. Ao menos a que estava ao nosso alcance, já que ficamos sozinhos no corredor, a mercê de qualquer vizinho desavisado ou fofoqueiro.
Penny se encostou à parede ao lado da porta e me aproximei, deixando nossos corpos rentes um ao outro. Com as duas mãos em seu pescoço, a beijei de forma doce.
- Eu vou passar aqui às seis e meia. – Falei baixinho, colando nossas testas, roçando nossos narizes.
- O que devo vestir? – Ganhei um selinho estalado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Hora de aceitar
RomanceCriados como primos, sempre foram alvos de brincadeiras de Keenan, pai do rapaz, sobre um possível relacionamento, tudo para tirar o melhor amigo Brian, pai de Penny do sério. O que eles não imaginavam é que as gozações tinham um fundo de verdade: O...