Capítulo 34

144 25 33
                                    

Penelope's POV

Fechei a porta atrás de mim e permaneci encostada na superfície de madeira por longos segundos, com a consciência do quanto idiota estava minha expressão de felicidade. Os últimos dias, no geral, haviam sido maravilhosos. E o motivo tinha nome: Omar. A viagem que fizemos foi intensa, começando com minha inútil esperança de me manter distante dele, passando por nossas pazes, por assumirmos nosso namoro junto aos nossos pais e todas as experiências que compartilhamos, criando cada vez mais intimidade. Como se não fosse o suficiente, ele me deu um encontro dos sonhos ao retornarmos ao Brooklyn e fizemos amor não só pela primeira, mas por muitas outras vezes no fim de semana.

- Falta pouco para seu sorriso ultrapassar as linhas do seu rosto e isso me assusta! XXX disse aos risos e só então lembrei que não estava sozinha.

Minha colega de quarto me trouxe à realidade. Peguei as coisas que ainda não tinha acabado de organizar e tratei de colocá-las no armário.

- Sério, que bom para vocês que as coisas estão dando certo. Devo dizer que estou surpresa, porque pensei que mais cedo ou mais tarde, ficaria com Clark, mesmo jurando serem apenas amigos. Mas está de parabéns, seu namorado é lindo, com todo o respeito.

Sua voz era melosa e, ao olhá-la de rabo de olho, a vi sorrindo, um sorriso sacana. Soltei uma lufada de ar.

- Mandy, desculpe-me, mas, por mais que diga que está sendo respeitosa, sua postura combina em nada com suas palavras. Aliás, - me virei para ela, que me olhava com certo espanto. – até as escolhas delas são falhas. Primeiro, me pediu permissão para dizer que ele era mais bonito pessoalmente, sendo que não há um pingo de intimidade entre nós para esse tipo de elogio rasgado que, notoriamente, me incomodou e o deixou constrangido. Agora, isso de falar que ele é lindo e sorrir lascivamente. Ainda não entendi aonde você quer chegar, porém, aconselho que você dê meia volta e retorne para onde quer que estivesse antes. Se estiver fantasiando tudo isso que observei e quiser apenas se aproximar, te digo que está fazendo de forma errada.

Tornei a dar atenção aos meus pertences.

Nunca fomos íntimas. Não posso negar que tentou uma aproximação em diversas ocasiões, porém, sempre me mantive em alerta. Não me julgo ciumenta, ao menos não do tipo descompensada, porém, prefiro uma rival declarada como a tal Tanisha que alguém que possa me atingir de onde não espero como foi com Pamela Morris.

Considerava Pam uma grande amiga e tudo mudou porque um garoto, de quem ela gostava, se interessou por mim, quando éramos mais jovens. Não retribui as intenções do menino e deixei isso bem claro para Pamela, o que não fez diferença para a garota. Além de fazer um inferno com a minha vida após esse episódio, fomentando fofocas e criando situações que faziam com que eu me sentisse excluída por algumas meninas na escola, estragou em vários níveis a minha festa de 16 anos junto de Justin Harper, aquele com quem eu ficaria naquela noite. Da descoberta de que se relacionavam e falavam de mim pelas costas, até o mal entendido que me afastou de Omar após a primeira vez que nos beijamos.

Graças ao meu namorado, que não desistiu de nós, hoje acredito que se não tivesse me deparado com aqueles dois, teria quem sabe tido uma relação séria com Harper talvez não tivéssemos a oportunidade de viver nossa história de amor. Entretanto, isso não diminui a sensação de traição que tive quando aquela que um dia já disse ter amizade por mim fez algo premeditadamente para me magoar.

- Nossa, não precisa ficar tão na defensiva, Scott! – Ergueu os braços em sinal de redenção. – Perdão se te chateei com minhas colocações! Mas gostei de ver, subiu no meu conceito. Não lembra em nada a ideia que tinha de você ser uma dondoca, frágil e sem voz.

Hora de aceitarOnde histórias criam vida. Descubra agora