Hora de aceitar

Capítulo 17

Comecei a despertar sem saber se os ocorridos da madrugada teriam sido sonho ou realidade, até que inalei o cheiro de Penelope no meu travesseiro. Como havia dito por mensagem a ela, esse se tornou meu perfume preferido. O jeito como ela lidou com minha virgindade me deixou surpreso, mas também encantado. Penny foi super compreensiva, enquanto meu maior medo era que ela me julgasse como um tremendo bobão. Não por maldade. Entendo que a situação é minimamente inusitada e que minha namorada talvez preferisse alguém mais experiente para conduzi-la em sua primeira vez.

Entretanto, Pe não só me tranquilizou sobre minhas inseguranças, como sugeriu que começássemos aos poucos. E começamos. Céus, o que foi aquilo? Nos tocamos e as expectativas foram superadas. Seus gemidos quase fizeram com que eu perdesse o controle antes mesmo da sua vez de me estimular. Não queria que ela se sentisse obrigada a fazer isso por mim, entretanto, não consegui negar sua tentadora proposta.

Foi uma delícia. Lembrar sua mão macia realizando movimentos repetidas vezes até eu atingir meu ápice era perigoso e, para não correr o risco de me excitar no quarto que dividia com meus dois cunhados, passei a pensar em coisas aleatórias capazes de me acalmar. Abri os olhos aos poucos, com receio de dar de cara novamente com a bunda branca de Nicholas exposta do outro lado do dormitório e, para minha sorte, vislumbrei seu corpo muito bem coberto por um lençol.

Na verdade, ele já estava acordado e digitava algo no celular. Trocamos um "Bom dia" e perguntei sobre Isabella.

- Ela está abalada ainda. Chorou bastante antes de pegar no sono e aquele cretino de uma figa deixou uma marca em seu braço, onde ele a segurou quando partimos para cima deles.

Henry, na cama acima da minha, nos cumprimentou sem que eu o visse. Só ouvia sua voz. Questionei sobre minha irmã.

- Ava, ao contrário de Bellinha, se fechou, porém, em compensação, teve um pesadelo e acordou assustada. Mas nas últimas horas que passamos juntos, ela se demonstrou menos preocupada, mais relaxada.

Mudei minha posição no colchão, ficando de barriga para cima.

- Clark, já falei que não tenho ciúmes de minha maninha, entretanto, pedi que cuidasse bem dela e estou grato por atender meu pedido.

O rapaz então se projetou pela lateral do beliche para que pudéssemos nos olhar.

- Omar, você e Nick conhecem as meninas desde sempre. Comigo e sua irmã foi diferente, Ava acertou meu coração em cheio, de forma rápida e intensa, mas nem por isso é menos real que o que sentem por Penelope e Bella. Acho que me apaixonei por ela na primeira vez que a vi e não tem dois dias que isso aconteceu. Nunca gostei de outra garota assim. No início, fiquei assustado, confesso, porém, é algo tão bom que não sou capaz de ignorar ou fugir. Quero continuar cuidando dela e não me importo com o fato do Senhor Johnson ser um sogro de meter medo em todos os rapazes que se aproximaram antes. Não sou como eles. Sou homem suficiente para aguentar o tranco.

Impressionante como em um curto espaço de tempo Henry passou de um possível rival a um cara que estou aprendendo a admirar.

O irmão de Penny volta a digitar no celular e senta na cama.

- As garotas já acordaram. Conforme esperávamos, ninguém bateu na porta do quarto delas antes ou depois da troca que fizemos. Ele diz e concluo que devia estar falando com Bellinha por mensagens.

Olho para o display do celular e o relógio marca 10h.

- Então podemos fazer o mesmo hoje? Clark desce em um salto da cama e se espreguiça.

- Por mim, tudo bem... Como seria? Fui até a cômoda, onde peguei uma regata que estava na gaveta que me foi designada.

- Hoje, Ava vem para cá e nós dois vamos para o quarto delas. Achamos mais seguro apenas uma menina fora do dormitório original, pois é bem mais fácil de alguém bater na porta delas que na nossa. – Nick começa a dobrar a coberta que usou à noite.