Capítulo 42

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Penelope's POV

Desde que tive aquele pesadelo em que Omar era ferido, não houve um dia que não me pegasse pensando no quão real foi aquele sonho. E confesso que o fato de ele manter o plano de se encontrar com Warwick não me deixava mais tranquila. Eu torcia para que ele desistisse da ideia, que zelasse por si mesmo, mas fundo, sabia que meu namorado seguiria em frente. Ele estava disposto a ajudar Calvin e só o próprio rapaz poderia impedi-lo de fazer isso.

Meu coração passou a última segunda-feira a ponto de sair pela boca, aguardando por notícias. À noite, Omar me ligou e contou em detalhes – porque claro, fiz questão de que ele relatasse os por menores – seu encontro com o ex-estagiário do estúdio e Senhor Fox. Foi impossível não me sensibilizar com o que meu namorado contou. Pelo o que ouvi e senti na ligação, me senti mais cética que ele sobre a versão de Calvin, porém, só a possibilidade de tudo aquilo ser verdade era de se lastimar.

Dois lados de uma mesma moeda: Tanto Calvin quanto Omar teriam sido incriminados por algo que não fizeram. O primeiro, nutrindo raiva pelo segundo motivado por uma grande mentira. Mas, dava para acreditar mesmo no rapaz?

Talvez houvesse resistência da minha parte em acreditar em Warwick porque não estava lá quando as suas cartas foram colocadas na mesa. Meu namorado deixou claro que viu verdade no garoto. E, possivelmente, meu subconsciente tentava ligar, de alguma forma, o que aconteceu em Coney Island ao meu pesadelo.

Depois de muito pensar, fiz o que estava ao meu alcance no momento: Respirei fundo e decidi confiar nos instintos do homem que amo. Afinal, nem todos os sonhos precisavam fazer sentido. Essa era minha torcida, para que tudo não passasse de significado.

Hoje é sexta-feira e, como todos os dias em que temos matérias juntos, Henry me aguardava na cafeteria.

- Sabe que quando eu começar o estágio, não será sempre que vou segurar seu lugar na fila, certo, preguiçosa? – Olhou-me com deboche, tendo a plena consciência de que tenho dificuldade para acordar cedo e que, se não fosse por ele, teria que me contentar com a água do bebedouro ao invés da bebida quentinha que me anima todas as manhãs.

Sim, sem café pela manhã sou ninguém.

Meu amigo havia se candidatado a uma vaga como estagiário na equipe de marketing do Knicks e, caso passasse no processo seletivo, teria que remanejar seus horários para estar em Manhattan em horário integral algumas vezes durante a semana. O resultado sairia nos próximos dias, mas Clark estava irritantemente confiante e extremamente animado. Pelo o que falou, o departamento era chefiado por uma profissional jovem, considerada uma prodígio no mercado de esportes.

- Jura? Pensei que contaria com se bom coração e que pudesse me esperar aqui antes de pegar a estrada, levando em consideração que graças a mim, você conheceu o amor da sua vida... – Fiz uma expressão dramática, acompanhada de um suspiro teatral.

- Não apela, Scott! – Ele espichou o olho e meneou a cabeça negativamente. Tentou segurar o riso, mas falhou miseravelmente.

- E qual a programação para o final de semana? Vai ver Ava?

- Sim, não fico um fim de semana sequer sem minha baixinha. E você, vai ver meu cunhado?

- Também, mas ele só poderá me buscar amanhã. – Falei entristecida. Omar havia me explicado que hoje seria dia de gravação e que seu carro estava na revisão, tendo a previsão de ser liberado na manhã de sábado. Papai e mamãe tinham um evento do trabalho com tios Keenan e Devon, e achei por bem não incomodá-los pedindo que me buscassem, então preferi me conformar que só veria meu namorado quando ele pudesse me apanhar.

Hora de aceitarOnde histórias criam vida. Descubra agora