Capítulo 21

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- Vamos colocar ordem nessa bagunça! Omar, Henry e Nicholas, para a cozinha, agora! Keenan e Aidan, venham comigo.

Tio Brian não era o mesmo que ria de meu pai momentos atrás, quando o romance entre Clark e minha irmã foi revelado. Estava sério e tudo que eu pensava era em deixar as facas longe do alcance dos três homens aborrecidos.

Meus cunhados e eu ocupamos os bancos altos próximos à bancada, enquanto os nossos sogros ficaram do lado oposto, perto da pia. Por alguns instantes, meus olhos fitavam os objetos cortantes ao redor. Fomos tolos em acharmos o café com as mulheres assustador, quando admitimos nossos sentimentos pelas meninas. Estar na companhia de papai e meus tios sim estava soando como um pelotão de fuzilamento.

Seja o que Deus quiser!

- Antes de começar, quero saber se quando nos esbarramos essa madrugada, havia saído do quarto das garotas. O pai de Penelope me perguntou à queima roupa.

Eu não queria mais mentir para tio Brian. Ele não merecia, sempre foi gentil comigo e tinha receio de decepcioná-lo enquanto seu genro. Porém, tia Hazel estava envolvida também, por ter me acobertado, então decidi manter sua versão.

- Não. – Respondi firme. – Estava comendo um sanduíche na cozinha quando tia Hazel surgiu para beber um copo d'água. Eu subi antes dela e nos encontramos no corredor quando o senhor ia ao banheiro.

Meu pai e tio Aidan começaram a rir.

- Qual a graça? Meu sogro perguntou.

- É bem provável que ele esteja mentindo, Scott! – Papai respondeu. – É o que faríamos no seu lugar, seu burro!

As risadas continuaram até tio Brian sugeri-los algo.

- HAHAHA – Ironizou, rindo forçadamente – Se esqueceram de que existem dois outros potenciais mentirosos aqui que, coincidentemente, estão envolvidos com suas filhas? Quem garante que não foi só Omar que foi fazer uma visita a minha garotinha, porém, foi o único a ser pego?

Papai e o sogro de Nicholas fecharam a cara e encararam Henry e Nick, que imediatamente, ao perceberem que estavam na linha de fogo, começaram a negar o que quer que estivesse passando pela cabeça dos homens.

Após nos aterrorizarem um pouco, se juntaram como se estivessem combinando uma jogada de futebol americano e tivemos um breve tempo para trocarmos olhares. De nós três, Clark parecia o mais tranquilo. Nunca vi um pretendente de Ava tão seguro perante as pressões do meu pai. O irmão de Penny não me enganava, estava ansioso e prova disso era o tamborilar nervoso dos dedos no tampo da bancada. E eu? Queria logo que essa conversa acabasse.

- Como disse à mesa, não vou proibir esse relacionamento, filhote de Ed. – Papai cruzou os braços, de frente para Henry e segurei o riso. Que porra de apelido é esse? – Mas terá que ser de acordo com minhas regras e, se os amigos quiserem aproveitar alguma delas, sintam-se a vontade.

De forma instintiva, meus cunhados e eu ajeitamos nossas posturas, preparados para a chuva der recomendações, de exigências.

- Não posso impedir beijos e carinhos, até porque sei bem como é difícil manter os lábios e as mãos longe da mulher que amamos. – Papai tentou continuar, mas foi interrompido pelo pigarrear de tio Brian. Só não sei se por ciúmes da irmã caçula, mesmo que ela seja casada há anos com meu pai ou se achou que ele estava justificando o que fazemos com nossas namoradas. – Entretanto, se é inevitável, que pelo menos não seja na minha frente.

- De acordo. – Tios Brian e Aidan concordaram quase em uníssono.

- Isso inclui nada de passar a noite embaixo do mesmo teto que nós. Já é uma porcaria imaginar que farão isso um dia, se é que já não fizeram, mas ter a certeza é bem pior. – Foi a vez do meu sogro se impor.

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