Capítulo 9

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- Como assim cartada final?

Nicholas me seguiu até o quarto e só o respondi quando adentramos no recinto.

- Vou para o tudo ou nada com sua irmã. Estava prestes a desistir, – Peguei o violão que estava no armário e o tirei de sua capa – mas tia Hazel me deu uma ideia que talvez valha a pena tentar.

- Porra, serenata, Omar? Ele coçou a cabeça, espichando o lábio.

- O que? Tem alguma outra sugestão?

Óbvio que ele não tinha. Descemos com ele ainda me seguindo. Deixei meu instrumento repousado no sofá e fui até o lavabo do primeiro piso para lavar o rosto. Olhei-me no espelho demoradamente. Respirei fundo algumas vezes.

- Tudo ou nada. Repeti para mim mesmo a sentença que havia dito antes para Nick.

Ao sair do cômodo, dei de cara com papai e sua esposa, tio Brian e tia Ellen, já arrumados para saírem.

- Garoto, tome conta deles, sobretudo, olhos abertos para o tal Henry! O pai de Penelope ordenou. Mal sabe que o cara tem mais interesse em se tornar meu cunhado que seu genro.

Mas não era o momento de discordar.

- Pode deixar! Fui até o violão e, sentado onde ele estava antes, conferi sua afinação.

- Uau, teremos noite de cantoria? Começo a achar que devemos ficar! Meu pai diz e engulo seco, sem olhar para ele.

- Não, amor! Hoje eu quero sair, dançar, beber, beijar... – Minha madrasta o abraça e antes de tascar um beijo em seu marido, tio Brian interfere.

- Vocês dois: Sosseguem esse facho! Vamos logo! Aidan e Melinda já estão lá. Omar, Bellinha ficará aqui e não esperem por nós acordados.

Simulei bater continência e tia Hazel sorriu confidente para mim.

Fechei os olhos e tentei imaginar que música poderia cantar que dissesse tudo que eu precisava dizer à garota que tanto amo. Como em um estalo, uma canção me veio a mente.

É essa.

Mirei as cordas, dedilhei algumas notas e recordei de um arranjo que poderia executar.

Coragem!

Acessei o quintal, saindo pela porta da cozinha, me deparando com Nick e Bella sentados em banquinhos, em lados opostos, e em um único banco de madeira, de costas para uma grande mesa de mesmo material, Ava, Penelope e Henry.

- Maninho, você vai tocar hoje? Faz tempo que não te ouço cantar! Minha irmã batia palmas como uma criança feliz por ganhar um presente.

- Se me permitirem, sim. – Sorri um pouco nervoso. Todos assentiram e Penny permaneceu quieta.

Abanquei-me em uma cadeira que provavelmente Nicholas posicionou estrategicamente para que eu ficasse de frente para Pe.

Pigarreei.

PARA UMA MELHOR EXPERIÊNCIA DE LEITURA, SE PUDER, DÊ PLAY NO VÍDEO ABAIXO, POIS É A CANÇÃO QUE OMAR ESCOLHEU E HAVERÁ INTERAÇÃO COM A ESCRITA

The whispers in the morning

(Os sussurros na manhã)

Of lovers sleeping tight

(De amantes dormindo abraçados)

Are rolling by like thunder now

(Estão rolando como trovão agora)

Hora de aceitarOnde histórias criam vida. Descubra agora