Capítulo 13

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Posso dizer que não me lembro de dormir tão bem assim antes. Passei muito tempo reprimindo o amor que tenho em meu coração, e depois mais quatro anos tentando sufocar de vez meus sentimentos por Penelope e tudo isso me tirava o sono e o sossego. Outras noites mal dormidas vieram após eu tomar conhecimento do erro que cometi ao me afastar dela e do quanto a fiz sofrer, porque a garota dos meus sonhos me amou durante todo esse período em que tive atitudes impensadas. O cenário não era dos melhores e não consigo mensurar o que representa para mim o fato de ela ter me dado uma chance de prová-la que podemos dar certo juntos. E esse peso retirado das minhas costas e do meu peito certamente me fez repousar como um bebê.

Acordei com um baita sorriso no rosto. Pena que ele só durou até eu me virar de lado no colchão e abrir os olhos.

- NICK, SEU ESCROTO! COBRE ESSA BUNDA BRANCA! – Gritei, jogando meu chinelo nas costas de Nicholas que, deitado do lado oposto do quarto, de costas para mim e com parte do corpo descoberto, exibia seu traseiro enquanto roncava.

- Ai, cara, enlouqueceu? – Ele esfregava a parte atingida e, para meu desespero, ainda sem cobrir as nádegas. Que visão do inferno! – E queria que minha bunda fosse azul?

- Respondo por mim e Omar quando afirmo que nos contentaríamos se ela não estivesse exposta, independente da cor. Só então ouvimos a voz de Henry, que dividia a beliche comigo, ocupando a cama de cima.

- Quanto exagero! – Disse, para nosso alívio, finalmente ajeitando o lençol. – Tenho o costume de dormir nu...

- Quando não durmo apenas de cueca, também tenho esse costume, mas na minha casa, não dividindo um quarto com dois marmanjos. Até porque, gosto de vocês, não os humilharia... – Concluí em tom zombeteiro e eles começaram a gargalhar.

Sem nos levantarmos, conversamos sobre a noite anterior. Fiquei sabendo que também foram flagrados, Clark por tia Hazel, Nicholas por sua mãe e disseram que não tiveram acesso às mensagens que enviei, notificando a chegada de nossas famílias. O primeiro garantiu que, apesar de ainda não ter falado com minha irmã sobre o assunto, pretende namorá-la, mesmo encontrando resistência do meu pai. E irá encontrar. O segundo, está aflito porque se declarou para Isabella e logo em seguida, foram pegos por tia Ellen, não permitindo que ele tivesse uma resposta a sua declaração.

Ouvimos batidas na porta.

- Acordem, seus preguiçosos! O café está servido, mas vamos retirar a mesa em breve! – Era minha madrasta.

- Já vamos descer! Respondi.

Nicholas se vestiu embaixo da coberta, como se estivesse em um reality show e nos encaminhamos para a sala de jantar. No caminho para a escada, encontramos as meninas saindo de seu dormitório. Henry e eu trocamos selinhos com Ava e Penny, respectivamente. Nick tentou uma aproximação com Bella, que escapuliu antes que ele a alcançasse. É, Belllinha não dará mole para ele mesmo.

Pe sentou-se ao meu lado, minha irmã ao de Clark. Nicholas acomodou-se perto da irmã e Bella foi para o outro extremo da mesa, próxima ao que estava pleiteando a vaga para meu cunhado.

Tínhamos a nossa disposição vários tipos de pães e frutas, café, leite, cereais, manteiga de amendoim, geleias...

- Isso está parecendo uma última refeição antes do fuzilamento. – Minha maninha disse entre os dentes.

- Deixa de ser exagerada! Cochichei, enquanto tias Ellen e Hazel sentaram-se de frente para nós.

Eis que de repente, outra mulher sai da cozinha e se abanca junto das outras.

- Fodeu! – O irmão de Penelope sussurra.

- Quem é essa? Henry perguntou em voz baixa, com o cenho franzido.

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