Capítulo 15

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Entre Tanisha tentar me abordar no luau – sem sucesso, por sinal – e as meninas retornarem à areia, alguns minutos se passaram. Pelo fato delas terem se retirado antes mesmo da minha ex-colega de trabalho ter aparecido para apenas comprarem refrigerantes em um quiosque não muito distante, Henry, Nicholas e eu estranhamos a demora das três. Com a pulga atrás da orelha, decidimos ir ao encontro de nossas garotas.

Para nossa desagradável surpresa, vimos ao longe Ava, Penelope e Isabella sendo impedidas de caminharem por três caras. Elas estavam cercadas pelos desconhecidos, que falavam coisas que, de onde estávamos não conseguíamos ouvir, mas que as deixavam visivelmente desconfortáveis.

- EI! Nick gritou quando um dos sujeitos tentou agarrar Bella.

Corremos na direção delas e o fato do irmão de Penny ter gritado não inibiu a ação dos sujeitos., pois nos demos conta de que o ataque à Bellinha não só prosseguiu, como os outros dois rapazes estavam atracando-se a minha irmã e minha namorada.

Por ter saído na nossa frente, Nicholas foi o primeiro a alcançar o agressor de Isabella.

- LARGA ELA, SEU BABACA! O rapaz finalmente desviou sua atenção da garota e, ao soltá-la, deu espaço para Nick o empurrá-lo, fazendo-o cair meio confuso e de mal jeito, demonstrando estar sob o efeito de álcool ou algum entorpecente. Ele mal conseguia se mexer, levando às mãos às costas.

Clark aplicou uma chave de braço no pescoço do cara que estava segurando Ava à força, e sem forças, o sujeito soltou minha maninha, que tremia de medo e se refugiou atrás do primo, junto com Isabella.

- Me... Solta... – O meliante que recebeu o golpe de Henry quase apagou antes do meu cunhado liberá-lo.

Pessoas se aglomeraram, algumas curiosas, sem entender o que acontecia, outras revoltadas, por testemunharem a tentativa de assédio que culminou na briga.

Meu sangue gelou ao mirar Penelope em meio ao caos. Por um instante, o rapaz mais parecia bêbado e assustado, e tentando tirá-la de perto da confusão que a atacando. Porém, ele assumiu outra postura ao me ver. 

- Você? – Riu sem humor olhando para mim e não o reconheci, entretanto, parecia saber quem eu era. Ele olhou Penelope e a segurou com mais força, fazendo com que minha namorada gemesse de dor – Deve estar acostumado a ter tudo do bom e do melhor, inclusive a loirinha aqui! Só que se quiser a garota, tem que vir pegar!

O miserável puxou Penny para si e, numa atitude desesperada, ela acertou uma cotovelada na costela do agressor, enquanto tentava se desprender dele. Uma vez liberta, me abraçou quando conseguiu correr em minha direção e fui surpreendido por um soco desferido pelo mesmo cara, enquanto tentava entender se a minha garota estava bem.

A dor só me fez ficar com mais raiva e parti para cima dele, atingindo seu nariz com meu punho. Ele foi ao chão como um saco de batatas.

- Seu imbecil! Aprenda a respeitar as mulheres! Bradei pronto para socá-lo mais.

Ouvimos barulhos de sirenes e reparei que os outros dois sujeitos estavam imobilizados e dois homens me seguraram, dizendo que os policiais iam recolhê-los para a delegacia, e que eu deveria parar para não me encrencar, que a situação já havia sido controlada.

Acompanhamos a viatura com nosso carro e descobrimos que bêbados eram menores de idade estavam no bairro para o feriado, desacompanhados dos pais. Durante todo o processo realizado pelos oficiais, me esforcei para recordar aquele que parecia me conhecer, mas não consegui. Como era o único maior de 21 anos dos queixosos, eu quem assinei o termo de denúncia. O policial até tentou me explicar quais seriam os próximos passos, entretanto, confesso que pouco me atentei, principalmente quando ele disse que eu seria notificado em breve sobre isso. Só queria ir para casa e cuidar da minha garota. E pelo semblante de Nicholas e Clark, eles queriam o mesmo.

Hora de aceitarOnde histórias criam vida. Descubra agora