Capítulo 50

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JEONGGUK

- Está sem voz, criança? -Ele riu em sarcasmo.

- O que você quer? -O encarei sério.

- Bem, eu quero conversar com você. -Ele se levantou da poltrona em que estava sentado e então começou a caminhar em minha direção. - Sabe, algo me diz que aquele seu discursinho foi uma grande mentira.

Engoli a seco.

- E Jeongguk, eu acho bom você me contar toda a verdade....

- Se não o que? Vai me matar, Sr. Kim? -Provoquei.

- Se não eu conto para o seu papaizinho sobre essa tatuagem e essa marca ai no seu pescoço. Ainda não sei como Jiyong não viu essas coisas. -Riu novamente em deboche.

Ele tinha algumas características que lembravam o meu alfa, o formato dos olhos, o nariz e principalmente o sorriso quadrado. Fora o humor ácido e o sarcasmo, que eram uma das características mais fortes de Taehyung.

- Faça isso que eu conto para ele que você é o pai do Taehyung. Acredito que ele irá adorar saber que um dos homens que ele mais confia é pai de Kim Taehyung. -Entrei em seu joguinho.

- Touché. -Piscou com um dos olhos para mim. - Acredito que sua estadia com eles não tenha sido como você disse, não é?

Eu não o respondi.

- Qual é garoto, facilite para mim. -Respirou fundo. - Eu sei que você não voltou para essa casa facilmente sem ter algum plano, afinal eu conheço o filho que eu tenho. Ele não deixaria você voltar para cá.

Eu sabia que não deveria confiar nele porque eu não o conhecia muito bem. Não sabia se ele estava ali a mando de Jiyong ou se estava por conta própria.

E então eu escolhi ficar em silêncio, era a melhor opção por enquanto.

- Não vai falar, não é? -O Kim revirou os olhos. - Eu espero que isso faça você mudar de ideia. -E então ele me mostrou a sua tatuagem com o símbolo da Red Fox.

Eu fiquei um pouco surpreso, porque nem meu alfa e nem Seokjin mencionaram que Jiyong já fez parte da matilha. Nem mesmo Chaerin falou algo relacionado a ele, eles sempre agiam como se ele estivesse morto e enterrado.

- E eu não sou o único quem fez parte da Red Fox. -Seu tom de voz estava sério.

- Como assim? -Ele sorriu quando viu que eu me mostrei interessado.

- Jiyong também tem uma.

- Impossível. -Eu neguei.

- É a mais pura verdade. -Ele jogou seu cabelo para trás. - Eu, ele, Chaerin e a sua mãe faziamos parte da Red Fox. Nós éramos amigos, sempre andávamos juntos para todos os lados, éramos os melhores amigos do mundo. Na época eu e Chaerin tínhamos dezoito anos e nesse período o pai dela morreu, foi então que nós dois tivemos que assumir a liderança da matilha. -Joongi começou a contar. - Mas então Jiyong começou a surtar porque ele achava que nós não deveríamos assumir a matilha e sim ele. Brigamos feio e depois nós acabamos o expulsando, sua mãe decidiu ir com ele também. E depois de uns anos eu me separei de Chaerin e segui minha vida na política, e como o universo gosta de brincar com a gente, Jiyong entrou no mesmo partido que eu para poder se candidatar a presidência.

Eu tentava absorver tudo o que ele havia me revelado, mas eu também não podia acreditar cem por cento em suas palavras, afinal eu não sabia o que era verdade e o que não era.

- Por que me contou isso tudo? -O questionei depois um tempo silêncio.

- Para você confiar em mim.

- E o que te faz pensar que eu irei confiar em você? -Arqueei uma de suas sobrancelhas.

- O fato de eu saber um pouco sobre Namjoon estar te ajudando. Ou o que? Achou que eu não reconheceria o marido do meu filho? -Riu incrédulo. - Na verdade eu sempre soube que ele era um homem infiltrado de Taehyung.

- E porque nunca contou para o Jeon?

- Eu não traio minha família. Embora eu não faço mais parte de lá, mas eu levo o código comigo para sempre. -Falou sério.

- Eu acho melhor o senhor ir embora. -Cruzei os braços.

- Só me responda uma coisa... -Eu temia para saber o que era. - O Yugyeom não morreu naquele acidente, não é?

Seus olhos brilhavam, eu não sabia distinguir se brilhava em esperança ou eram lágrimas de tristeza querendo sair.

- Não... -Respondi em um fio de voz. - Mas ele foi assassinado.

O alfa abaixou a cabeça e eu senti uma dor em meu peito.

- Eu sinto muito...

E sem dizer nada ele passou por mim e saiu do quarto.

TAEHYUNG

Era de manhã, eu estava com o meu pequeno em meus braços. Desde que Jeongguk foi em busca de vingança, Aaron está cada vez mais manhoso. Ele sente muita falta da presença do seu outro pai e eu também sinto.

Ainda não sei como eu consegui concordar com essa ideia maluca.

O lado bom de ter marcado Jeongguk era que nós compartilhamos nossos sentimentos, eu sentia que apesar de tudo ele estava bem, estava vivo. E isso era o que importava.

Eu estava sentado na poltrona do quarto do meu filhote, o pequeno sugava o leite da mamadeira que eu havia preparado.

Eu estava tão entretido em assistir o meu bebê se alimentando que eu nem percebi a presença de Yoonoh no quarto. Quando eu o encarei eu pude vê-lo tremer um pouco.

- Algum problema? -O encarei ao que deixava a minha presença mais forte.

- N-Não senhor, eu só- me desculpe. -O Jung falou de forma nervosa.

- Você costuma vir muito no quarto do meu filho, não é? -Ele ficou em silêncio. -Me responda!

- Sim, eu venho. Eu sei que filhotes precisam da presença de um ômega por perto... E ainda mais que ele ainda é um bebezinho e o Sr. Jeon não está mais aqui...

Eu fiquei o analizando por um tempo. Eu não podia falar sobre Jeongguk com os empregados, eles tinham que achar que eu o devolvi para o Jiyong.

- Está insinuando o que? -Questionei ao que eu colocava Aaron para arrotar e em seguida o coloquei no berço.

- Que o seu filho precisa de um pai ômega, oras. -Ele se aproximou de mim e o meu lobo ficou agitado.

- Isso não é da sua conta. -Falei de forma ríspida, ele continuou se aproximando.

- Ah, qual é Sr. Kim, eu não estou errado. -Sua mão encostou em meu peito desnudo e eu observei o seu toque, eu queria saber até onde ele iria. - Sabe, eu posso ser o pai ômega que o Aaron precisa. -Sorriu cinicamente.

Sua mão passeou do meu peito até o meu pescoço, e antes que ele pudesse segurar o meu queixo para sabe se lá que porra ele ia fazer, eu segurei o seu pulso.

- O que pensa que está fazendo? -Rosnei e ele se encolheu.

- Eu achei que-

- Você achou que eu iria cair nesse teu papinho furado. -Eu ri em sarcasmo. - Você acabou de assinar a sua carta de demissão. Pegue suas coisas e saía da minha casa, agora!

Red Fox • taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora