Capítulo 6

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JEONGGUK

Uma semana. Hoje completava uma semana e ninguém havia feito nada para me tirar daquela mansão. Sem invasão, sem a CIA, sem FBI, sem nada. Era como se todos tivessem se esquecido de mim.

E tudo piorou com aquele maldito acidente com o caminhão que levava os meus colegas de turma.

Todos morreram.

Depois daquilo, Seokjin me contou que meu pai havia ligado para Taehyung e que ele estava super furioso, e por achar que tudo aquilo fazia parte do plano do Kim, meu pai não daria o território leste para Taehyung.

E isso significava que eu ficaria mais tempo naquela maldita mansão.

Naquele dia em específico a mansão estava silenciosa demais. A única presença que eu sentia era de Taehyung, e cada vez mais ela parecia estar mais forte.

Eu me arrisquei em sair do quarto, e logo quando sai eu vi a porta do escritório do Kim aberta e seu cheiro era mais forte lá. Comecei a caminhar até lá, ideia idiota mas meus instintos me obrigavam a ir para lá. E quando eu cheguei bem perto da porta o Kim saiu dela. Provavelmente ele havia sentido o meu cheiro.

Os primeiros botões de sua camisa social estavam abertos de forma desleixada, assim como o cinto da sua calça; ele estava sem sapatos, apenas de meias. Segurava um copo com whisky.

- O que faz aqui? -Me encarou de cima a baixo.

Eu engoli a seco.

Era estranho vê-lo naquele estado.

- Seu cheiro está forte demais, meu lobo fica agitado. -Fui sincero.

- Me desculpe, hoje não é um bom dia para mim. -Ele entrou no escritório e eu o segui.

E foi então que eu percebi que tudo ali dentro estava destruído. Provavelmente ele fez aquilo em um ataque de fúria.

- O que aconteceu? -Perguntei já temendo a resposta.

- Nada que eu planejo dá certo, não sou mais o mesmo de alguns anos atrás. -Ele se sentou em sua cadeira de couro. - Estou ficando velho. -Riu.

- Quantos anos você tem? -Perguntei.

- Vinte e oito. -Ok, eu estava surpreso. - Viu, é essa cara que todos fazem quando eu digo a minha idade. -Ele apontou para mim.

- É que você não aparenta ter essa idade. -Acabei por me sentar em uma das únicas poltronas que estava inteira.

- Estou cansado demais para continuar com tudo isso. -Murmurou.

- Então desista da tudo.

- Isso não depende só de mim, Jeon. E outra, eu tenho uma honra para seguir. -Suspirou.

- O que o meu pai fez para você? -Eu perguntei.

- Não estou bêbado o suficiente para te contar isso. -Ele riu soprano antes de dar um grande gole em seu whisky. - Só te faço uma pergunta, não acha estranho que ninguém ainda não tentou invadir a porra dessa mansão? Afinal você é o filho do presidente.

Aquela era uma perguntava que rondava a minha cabeça todas as noites quando eu tentava dormir.

- Você precisa me contar, Kim. Eu preciso saber que merda o meu pai fez para você, que agora sou eu quem estou pagando por isso. -Eu me alterei, já estava cansado de tudo aquilo.

Eu precisava ouvir a verdade, mesmo que ela doesse.

Taehyung simplesmente atirou o copo de vidro que antes ele tomava whisky, contra a parede. E então ele se levantou bruscamente e veio na minha direção, eu também me levantei.

- Quer mesmo saber? -Seu tom de voz era alto e seus olhos já ganhavam a coloração vermelha. Eu não tinha forças para dizer nada, então só me limitei em acenar positivamente com a cabeça. - Seu pai te usou como moeda de troca. -Eu senti meu coração acelerar. - Ninguém virá te buscar.

- Não, isso é mentira! Eu não acredito em você, Taehyung. Meus pais nunca fariam isso comigo. -Espalmei minhas mãos contra o seu peito.

- Você não queria saber? Então, essa é a verdade! -Ele segurou os meus braços e me empurrou contra a parede, onde eu bati minhas costas. - Seu pai tinha dívidas altas comigo, coisas do passado que ele nunca me pagou. E então quando eu fui cobra-lo, você deveria ter dezesseis anos na época e ele veio com a proposta de ele me dá você no lugar de pagar as dívidas. -Seu tom de voz era baixo. Eu não conseguia controlar as minhas lágrimas. - Na época eu achei loucura, mas há dois meses atrás ele me procurou e disse que faria isso. Ele livrou a própria vida e em troca me entregou você. -Ele abaixou a cabeça. - Jiyong tinha dívidas com meu tráfico de drogas, ele também havia mandado matar homens do meu bando há muito tempo e eu sempre jurei vingança contra ele. Ele te usou... -Cada vez mais o seu tom de voz se tornava mais baixo. - Hoje de manhã saiu nos jornais que encontraram o seu corpo no meio dos corpos dos estudantes. Ele comprou a sua morte, Jeongguk.

Eu sentia que poderia desmaiar a qualquer momento e Taehyung percebeu isso, tanto que ele me segurou pela minha cintura. Eu chorava feito um bebê; era como se eu tivesse tomado milhares de tiros.

Eu me sentia um idiota, me sentia traído e usado pelo meu próprio pai.

- Sua mãe não sabe de nada disso, ela acha assim como todo mundo, que você morreu. -Ele murmurou.

E então o meu choro aumentou mais ainda. Eu queria ir para casa, queria estar no colo de minha mãe, queria que tudo aquilo fosse uma mentira, um pesadelo, e quando eu acordasse eu estaria no meu quarto.

Mas não.

Aquilo era real, era verdade. E a verdade dói pra caralho.

TAEHYUNG

- O que aconteceu? -Seokjin perguntou assim que me encarou na sala. Ele estava acompanhado de Jimin, Namjoon, Yoongi e Hoseok.

Na mesa de centro havia uma pistola, minhas mãos estavam cobertas de sangue assim como minhas roupas. Eles me olhavam preocupados.

- Jeongguk já sabe da verdade. -Falei de forma calma.

- Onde ele está? -Jimin perguntou.

- Ele está lá em cima. -Falei antes de tragar o meu cigarro.

- O que você fez, Tae? -Hoseok se aproximou.

- Tá falando desse sangue todo? Bem, eu apenas estava esfriando a cabeça.

- Quem você matou? -Yoongi perguntou baixo.

- Agora eu tenho o território leste. -Sorri ladino.

- Como? -Jung me encarou.

- Você sabe como. Eu matei o alfa, oras. -Suas expressões se tornaram assustadas. - Eu matei Choi Minho.

Red Fox • taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora