Capítulo 57

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— Foi mesmo! — ela concordou ainda me abraçando — mas eu não fui atrás também, a gente ia acabar brigando!

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— Foi mesmo! — ela concordou ainda me abraçando — mas eu não fui atrás também, a gente ia acabar brigando!

— Provavelmente.

A gente foi pra dentro ela pediu uma pizza, assistimos um filme e dormimos juntas, eu acordei mais cedo que ela, resolvi ir no cemitério já que eu estava com o carro da minha mãe, me troquei tentando não acorda-la, e fui, estacionei na frente, fui andando entre os túmulos sabendo exatamente onde estava o dele.

E lá estava a foto dele, uma simples foto que não mostrava nenhuma das qualidades dele, nenhum defeito ou emoção ou sentimento, ou seus medos. Olhei a lápide com o nome dele escrito, senti uma dor diferente da última vez que eu estive ali, eu estava ali atrás do perdão por não ter visto seus sentimentos, por pensar só nos meus, por ser uma amiga horrível, por ser tão menos do que ele merecia, todas as outras vezes que eu estive ali eu não queria perdão, eu sempre soube que não havia perdão pra mim, por que buscar algo que você não merece? Mas hoje... eu queria pelo menos me perdoar.

— Oi estranho! — sorri fraco enquanto agachava já sentindo meus olhos marejarem, toda a emoção que eu estava segurando depois de terminar o diário dele, toda aquela culpa, nem me deixei chorar pela correntinha perdida, ali, na frente da lápide dele eu me deixei chorar por tudo aquilo — Por que você nunca me disse hein Pê? Porque você não me fez ver? Eu diria que você era louco, ia achar que era brincadeira, eu sei que ia te machucar, mas..., mas depois você seria livre... Livre e vivo.

— Ele era livre! — me assustei e me virei automaticamente pra onde vinha a voz, era a mãe dele.

 — Me desculpa, eu não quis te assustar! — Sorriu docemente. — Mas ele era livre, ele sabia que você não podia ama-lo da forma que ele te amava!

— A senhora sabia? — fiquei em pé de frente pra ela enxugando o rosto com as mãos, era claro que ela sabia, sabia antes dele mesmo saber. Era notável como ela envelheceu todos esses anos que eu estive fora, pequenas rugas embaixo dos olhos, mas aquele jeito doce de olhar ainda estava lá, aquele olhar doce que o Pedro também tinha.

— Era difícil não saber, era só ver o jeito que ele olhava pra você, o jeito que ele falava de você, eu sei que ele não se iludiu, ele sabia muito bem sobre sua sexualidade, mas a Tayla jogar os sentimentos dele na cara dele o assustou!

— Você... Como?

— Vamos sair daqui? Quer tomar um café comigo? A gente pode conversar! — Olhei pra lápide, Rose seguiu meus olhos — Acho que ele pode esperar! — eu assenti.

Fomos andando em silencio até um café que tinha há umas três esquinas de lá, me sentei de frente pra ela, ela pediu dois cafés com açúcar, perguntou se estava bom pra mim, só assenti.

— Então... Onde estávamos? Você foi em casa né? A Vitória me disse!

— Como você sabe que a Tayla... — eu perguntei sem me importar muito com o que ela disse.

A PROVA D' ÁGUA ROMANCE LÉSBICOOnde histórias criam vida. Descubra agora