Capítulo 58

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POV TAYLA

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POV TAYLA

Você já foi tão apaixonada por uma pessoa que parecia não conseguir pensar direito perto dela? É assim quando estou perto da Olivia, sempre foi assim, desde a primeira vez que a vi, a primeira vez que esbarrei com ela nos corredores da faculdade, era algo novo pra mim, porque eu sempre fui direta, focada, eloquente, muito controladora e assumo que algumas vezes prepotente, e a imaturidade fez com que lidássemos com isso da única forma que eu consegui que era odiá-la, provoca-la o tempo todo, me irritava ela discordar o tempo todo de mim, fazendo eu me sentir idiota, mas o que me irritava mais era eu não ter o controle de nada quando ela estava por perto.

A primeira vez que a beijei foi como estar no céu e no inferno ao mesmo tempo, porque foi o ápice do meu descontrole, onde eu percebi que quando se tratava da Olivia eu não podia confiar nem em mim! E eu amava o Pedro, pareço hipócrita em dizer isso, mas eu o amava, ele era seguro, bom, engraçado, adorava e até via as coisas como eu via, acho que víamos a Olivia da mesma forma também, eu não demorei muito pra descobrir que ele gostava dela, era meio obvio na verdade, geralmente essas coisas são sempre obvias pra todo mundo, mas eu já amava demais o que tínhamos pra ir embora além da atração esquisita que eu tinha por ela também.

Se você me perguntasse agora aonde eu acho que errei nessa historia toda, eu diria em tudo, mas com certeza não teria me envolvido com o garoto engraçado e que parecia nunca pentear o cabelo na faculdade e com a amiga dele que parecia estar sempre irritada, provavelmente assim ele estaria vivo hoje, a Vick com o irmão por perto, a Olivia formada em música e eu... quem se importa?

— Tayla você já achou aquele contrato que pedi pra você? — Meu pai perguntou entrando de novo sem bater na minha sala.

— Achei! — peguei o envelope pardo em cima da mesa e estendi pra ele, que pegou, mas não foi embora como eu queria.

— O Denis disse que você o mandou buscar os arquivos do caso Fernandes! — Ele parou e esperou eu responder algo, mas viu que eu não diria nada — Pra que?

— Pra eu revisar, vocês tiveram a audiência e não me mandaram nada! — eu disse com cara de poucos amigos.

— Porque não tinha o que resolver! — ele disse cruzando as pernas — Acabou!

— Não! Ele matou uma criança atropelada e você só conseguiu homicídio doloso? — Cuspi as palavras com nojo.

— Não tínhamos provas...

— A mãe daquela criança nos pagou pra mais que isso! — eu bati na mesa — Ele fugiu do local sem prestar socorros!

— Se estava tão interessada nesse caso devia ter ficado aqui! — disse com descaso.

— Realmente! — concordei a contragosto — Só achei que você faria o que foi pago pra fazer sem levar em consideração que conhece o cara e ele tem dinheiro.

— Já chega Tayla! — disse sem nem alterar a voz — Esse caso era meu, foi resolvido e encerrado, a mãe da criança já recebeu uma boa indenização!

— Mas a criança não vai voltar!

— Nem o Pedro!

Me virei com a cadeira pro lado, olhei para a janela visivelmente irritada.

— Não vamos brigar por isso certo? — ele disse calmo.

— Não! Mas eu vou rever o caso!

— Você é impassível! — não sei dizer se ele estava desapontado ou orgulhoso. — Por isso é bom você por aqui, mas a ideia de expansão do escritório não é ruim!

— Não tenho mais certeza sobre isso! — eu coloquei a mão no queixo e respirei fundo.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não! — Me virei novamente pra mesa — É só isso? Eu preciso voltar a trabalhar! — o cortei.

— Era! — ele levantou e abotoou o terno — Mais tarde tem a reunião, não se atrase!

—Okay! — Eu disse e ele saiu com o contrato na mão.

Já era de conhecimento do escritório inteiro que todos os casos envolvendo acidentes de transito eu tinha certo interesse, então eu sempre pegava esses casos exceto quando era pra defender o réu, mas nesse caso especifico meu pai teve um certo interesse que foi bom pra mim já que estava como louca procurando a Olivia na cidade, até estranhei ele ter aceitado minhas férias tão tranquilamente, até descobrir que o réu no caso era um "amigo" muito influente dele, o que fez as minhas férias cair como uma luva pra ele.

Quando voltei falei animadamente sobre abrir o escritório na cidade onde Oli morava, ele ficou de analisarmos a ideia juntos, mas eu já não tinha muita certeza disso por três fatos, primeiro porque era um passo importante demais, se mudar por causa de alguém é sempre arriscado, segundo por causa do meu surto de manhã, sempre tive pesadelos com o acidente do Pedro e com a Olivia me deixando sozinha, noites e noites eu passava acordada com medo de dormir e ter esses pesadelos, e quando eu acordei e não a vi, senti que tudo estava acontecendo de novo, de novo meu chão ruindo, de novo minhas certezas sendo destruídas, e de novo eu perdendo o controle, eu sei que ela prometeu não fazer mais aquilo de sumir, mas era bem possível se levarmos em consideração o terceiro fato que a Olivia é apaixonada por uma das melhores amigas dela, porque como eu disse, sempre fica obvio pra quem está de fora.

A pergunta é se eu estou preparada pra apostar tão alto em nós já que se eu cair, eu vou cair sozinha.

Tay nesse limbo chamado Olivia...

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