Capítulo 075 - Maratona 8/?

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Christopher Point Of View

"Acordei e abri os olhos vendo o teto de um quarto, cheio de estrelas que estavam brilhando, enquanto eu estava deitado em uma coisa macia e fofa.

Estranhei um pouco e me sentei, descobrindo que eu estava deitado em um tapete macio. Olhei em volta e vi que eu estava em um quarto de criança.

Arregalei os olhos e vi que aquele era o meu antigo quarto. Olhei e volta e vi alguns brinquedos espalhados pelo quarto e quando me levantei, vi que tinha um pequeno corpo deitado na cama, dormindo calmamente.

Com o coração batendo acelerado, me aproximei da cama e me vi deitado ali naquela cama, ainda pequeno e sorri, me achando fofo.

Olhei para o resto do quarto e tudo estava como antes como eu me lembrava, o baú cheio de brinquedos, alguns desenhos pregados na parede, a escrivaninha, a televisão no canto do quarto, e a cama em formato de carro.

Suspirei sentindo saudades daquela época, de quando eu era uma criança inocente e feliz. Mas que teve seus sonhos arrancados pela raiz.

Sai dos meus pensamentos quando vi que em pouco tempo eu ia acordar. E foi isso que aconteceu, a pequena criança acordou e se sentou na cama, com seus cabelos loiros todos bagunçados.

Acompanhei para fora do quarto e achei meio irônico eu estar seguindo a mim mesmo, para a cozinha, onde eu ia beber água e depois roubar um pedaço do bolo de chocolate que a Lupita tinha feito para a sobremesa.

Ri um pouco e vi o meu pequeno eu olhar pra trás, e me olhar antes de dar um sorriso banguela. Me assustei e me perguntei se o meu pequeno eu, podia me ver.

Chegamos na cozinha e as luzes foram acesas, e me sentei na bancada da cozinha, e esperei meu pequeno eu, tomar água e pegar um pedaço de bolo para nós dois.

Logo um pedaço não tão grande de bolo estava na minha frente, e eu observava a pequena criatura comer de forma animada o bolo de chocolate.

Mas a minha observação foi interrompida por Flávio que entrou na cozinha e tomou de mim o pedaço do bolo, me fazendo olhar para ele assustado.

Senti um arrepio na espinha e fechei os olhos já prevendo o que ia acontecer. Primeiro vinha os castigos verbais, depois o castigo físico onde ele me batia.

Agora eu entendia porque eu estava naquele sonho, era como uma corrente que me prendia ao meu passado e me impedia de seguir em frente.

Abri os olhos quando ouvi o barulho de algo caindo no chão e se quebrando. Eu não pude fazer nada, apenas assistir a cena acontecer em minha frente.

Flávio: O que está fazendo acordado a essa hora Christopher?

Ucker: Nada, eu apenas desci para tomar água.

Flávio: Você sabe que me desobedeceu de novo, eu disse que não era pra comer doces porque está gordo e feio.

Ucker: Mas eu estava com fome.

Flávio: Não importa, vamos. Você já sabe o seu castigo.

Ucker: Não por favor, eu não quero voltar pra lá. Eu não gosto de lá, é escuro e frio.

Eu queria gritar, mas era como se a minha voz estivesse sumido. Eu não consiga falar mesmo que tentasse.

Me vi seguindo Flávio e o meu pequeno eu de volta para o meu quarto, e quando entrei, desejo sair dali para não ter que presenciar aquilo novamente.

Amor Por Contrato | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora