Não queria ter vindo novamente em busca dos auxílios da Rainha, dever favores ao buscar ajudas não faz e nem deveria fazer parte do meu feitio. Mas sem ter Clary ao meu lado, eu precisaria conta, nem que seja com uma mínima ajuda de Amará, nome sugestivo que ela mesmo falou para chamá-la mais intimamente, esse deveria ser uma dos seus vários outros nomes. Embora essa ideia me soava um tanto presunçosa da parte dela, por saber que sempre tem interesses por trás das mais mínimas e invisíveis demonstrações de afeto que ela tenta parecer ter, e achar que poderia me enganar com isso. No meu ponto de vista ela é incapaz de sentir qualquer coisa que fosse por alguém a não ser por si mesma.
O lugar estava cheio de fadas, variando entre homens e mulheres, e em um ambiente pacífico, elas dançavam em movimentos lentos e harmoniosos em meio aos pequenos pássaros que voavam por todo o lugar vindos da floresta. E as folhas que caiam das grandes árvores que deixavam suas raízes cobrir boa parte do chão, juntamente com galhos secos e flores e folhas de colorações variadas, decoravam o ambiente como um grande jardim. As fadas que dançavam alegremente, bajula-vam a Rainha sentada em seu trono, ela estava atenta às baixas ondas sonoras vindas da grande harpa, tocada ao seu lado esquerdo, parecia ser o seu show particular matinal. Ela apreciava música lenta enquanto se deliciava com pequenas frutas de cor vermelha predominante escarlate, que estavam servidas em uma larga e arredondada tigela de marfim.
- Jonathan Morgenstern. Acho que está ficando cada vez mais familiarizado com meu Reino, porém mais uma vez, veio sem ser devidamente convidado.
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Ela me anunciou, fazendo dois de seus guardas, que estavam de prontidão sobre o médio palanque de seu trono, ficarem atenciosos a cada movimento que eu fazia a caminhar até chegar bem à sua frente.
- Não acho que seja necessário convite. Você acha?
Assim que cheguei, mais próxima dela puder ver claramente seu sorriso cínico e perverso em seus lábios. Ao mesmo instante em que ele fez um sinal com a mão esquerda, fazendo parar a música.
- O quê acho, é que mais uma vez você precisa de mim.
- Sim, preciso de um pequeno favor.
- E o quê, exatamente eu ganharia com isso? - Sua expressão se tornou desafiadora.
