aquele das revelações

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Acordei ouvindo algumas vozes. Eram de mulheres que conversavam entre si.
Assustadas, curiosas e ao mesmo tempo, preocupadas.
Haviam mais de três, porém, não sabia com exatidão quantas eram, mas eu precisava saber quem eram, e com certeza, sinto que devo agradecê-las.
Me sentei lentamente, pressionando delicadamente a mão na cabeça e então elas me olharam com uma expressão aliviada.

— Ah, graças aos deuses! Você acordou! — Disse a mulher mais velha.

— Como está se sentindo? — Perguntou-me uma menina ruiva.

— Bem, obrigada. — Respondi confusa e elas respiraram aliviadas.

— Por quanto tempo eu estive inconsciente? — Perguntei preocupada ainda me recompondo.

— Não se preocupe. Não foi por muito tempo. — Respondeu a menina ruiva.

— Você esteve apagada por apenas algumas horas. — Continuou a mesma e então respirei aliviada.

— Você sofreu uma reação pelo excesso de sol. Foi um milagre você ter aguentado até Crivel. — Disse a morena.

Sem dúvida a estação verão foi a parte mais complicada da nossa viagem. Além de ser um longo caminho, o sol nada colaborou.
Até eu acredito no fato de ter sido um grande milagre que eu tenha conseguido chegar em Crivel com o meu cansaço, dor e tontura.
Será que os deuses já me perdoaram pelos meus péssimos atos?

— Onde está a Jaquelyn? — Perguntei passando o olhar pelo quarto procurando-a.

— Ela foi atrás do nosso irmão. Mas logo ela voltará. — Respondeu a morena e eu assenti.

— Eu sou Jenna, mas pode me chamar de Jen. — Disse ela com um sorriso simpático no rosto.

— E eu sou Hermana, também conhecida como Emma.  — Apressou-se a ruiva com um tom brincalhão e eu sorrir.

— Essa é Adelaide. Comumente nomeada, Adele. Ela é a mulher mais maravilhosa e guerreira que eu conheço. Também conhecida como minha mãe. — Continuou ela a mulher sorriu sem jeito.

— E aquela é Ivyna, também conhecida como Evie. — Concluiu ela apontando para uma menina loira que me encarava séria.

— Tudo bem, Evie é assim desconfiada mesmo. Um pouco bruta as vezes. Mas é uma boa pessoa. — Disse Emma fazendo todas rirem, menos a própria Evie que revirava os olhos.

Ela me contara que são as irmãs de Jaquelyn. Porém Emma falou que nem ela e nem Evie são irmãs de sangue de Jaquelyn. Ela me disse que Adelaide as encontraram sujas e assustadas na frente da sua casa e então ela pegou-as para criar.
Elas moravam em uma casinha simples e vizinha daqui com o seu pai e seu irmão mais velho, eles moravam aqui desde a morte da sua mãe. Mas que com a desastrosa e violenta morte do seu pai que elas testemunharam, elas foram levadas para um orfanato, do qual fugiram assustadas a poucos dias depois.
Ela também contou que no dia da morte do seu pai, o seu irmão saiu para a floresta com um enorme desejo de vingança pela morte do seu pai, e que nunca mais foi visto.

— Eu ainda acredito que ele esteja vivo. Embora Evie insista em dizer que ele está morto, devido aos perigos contidos nessa sombria floresta. — Disse a menina e eu fitei o chão surpresa com a sua história.

— E você, qual é o seu nome? — Perguntou a mesma tentando quebrar o clima.

— Lessy. — Respondi.

— De onde você conhece a Jaquelyn? — Perguntou Jenna.

No mesmo instante eu travei. Eu não sabia que mentira contar, eu estava tão cansada quando cheguei em Crivel que nem pensei direto na minha identidade falsa. E quando eu abri a minha boca para responde-la, Jaquelyn nos surpreende entrando no quarto.

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