aquele do príncipe I

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Foi uma longa viagem de um dia inteiro, até chegamos em uma tribo nômade onde passaríamos a noite para recuperar as forças e continuarmos a viagem no dia seguinte. Era uma tribo por mim já conhecida. Eles já me receberam aqui antes, quando eu havia saído em uma missão com Ethan e os soldados Suntowrriguêses.
Como de costume, fomos recebidos com um bom e simples banquete, que embora não fosse luxuoso, estava majestoso. E logo depois do jantar fomos conduzidos até uma cabana, na qual passaríamos a noite enquanto os soldados se dividiam em vigília do lado de fora.
O sol mal havia nascido quando ouvir o meu pai alertar a todos de que precisávamos seguir em frente, então rapidamente me pus de pé e peguei o meu cavalo, me pondo na ordem para seguir mais um dia de viagem.

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Depois de muito chão, chegamos a fronteira de Staticaw, capital de Fousvin, o exército Snoctano se aproximava juntamente com o rei George e seu filho herdeiro do trono. Eles se aproximaram de nós e o rei nos lançou um sorriso presunçoso.

— É um prazer te rever, meu antigo camarada. — Disse George ainda com um sorriso presunçoso em seu rosto.

Meu pai o encarou com um olhar mortal, no qual eu desconhecia o motivo. Mas logo se recompôs e forçou um sorriso simpático.

— Sem dúvidas, é um prazer. — Respondeu o meu pai.

— A última vez que nos vimos éramos apenas jovens que disputavam por um reino. — Disse George com um ar nostálgico.

— E agora, nos encontramos novamente pelo mesmo propósito com os nossos filhos, não é fascinante? — Perguntou George com um sorriso presunçoso em seu rosto.

— Você quem disputava por um reino. Eu sempre estive lutando por Grace e você como meu amigo, sabia disso. — Falou meu pai ignorando a pergunta do rei e expressões surpresas enfeitavam o rosto de todos, incluindo o meu.

George deu uma risada controlada e voltou o seu olhar para o horizonte a frente.

— Ah, o amor. Sempre tornando os corações jovens tão corajosos e ao mesmo tempo, tão estúpidos. — Disse ele por fim.

— Grace fora uma boa e linda esposa nos primeiros meses. Mas ela quis seguir seu coração e fugir. Infelizmente não teve sorte e morreu na floresta. — Continuou ele com um tom frio fingindo tristeza e pesar.

— Você a matou! — Disparou o meu pai.

— Como ousa a me difamar dessa maneira?! — Disparou com irritação em resposta, George.

— Todos sabem que há vários bárbaros naquela maldita floresta! — Continuou o mesmo acalmando a voz e se recompondo em admiráveis segundos.

— Grace fez muita falta. Mas os deuses nos abençoou com esse lindo presente. — Disse ele apontando para o filho que se encontrava com o olhar baixo, como se a história da morte de sua mãe fosse um enigma incerto e que lhe machucava.

— Quando os soldados a encontraram sangrando na floresta. Ela pediu em seus últimos suspiros, para que salvassem a vida do nosso filho. — Falou George.

— Ela estava em seu sétimo mês de gestação. E ele sobreviveu por um milagre. — Continuou o rei com uma tristeza duvidosa.

— Mas... Eu vejo que você também se saiu sortudo nessa história. Casou-se com a herdeira do trono de Suntowrrigan. — Disse George com um tom de desdém mudando de assunto.

— Sim. A Charlotte é incrível e eu a amo. — Falou o meu pai enquanto George continuava com o seu sorriso imutável no rosto.

— Vossa Majestade, temos que continuar. — Falou Ethan e o meu pai assentiu.

— Nos veremos em breve, Oliver. E relembramos os nossos velhos tempos no duelo dos nossos filhos. — Disse ele por fim. E meu pai seguiu sem nada a dizer, e vi em seus olhos a raiva borbulhar, coisa que não era comum em se ver em meu pai.

Havia muitas coisas que eu não sabia sobre o meu pai, embora eu o conhecesse muito bem. E essa revelação havia plantado em mim, várias perguntas sobre o seu passado e sobre a sua relação conturbada com o rei George de Snoctum, mas tudo isso foi deixado de lado, eu sabia que não era um bom momento, mas torcia para que tudo acabasse o quanto antes para poder retornamos ao que éramos, apenas pai e filho jogando cartas e conversando até altas horas da noite.
Assim que chegamos em Fousvin, me impressionei com o gigantesco e colorido local, as estações são muito bem definidas aqui, e eles são o único reino com a graça de poder desfrutar das quatro estações do ano, por isso é considerado o reino favorecido pelos deuses. O elemento que eles dominam em Fousvin é o ar e a terra, mas segundo as lendas locais, há aquele escolhido do trono de Fousvin que será capaz de dominar os quatro elementos, porém, até hoje ainda não apareceu.
Em Suntowrrigan nós temos apenas o verão e a primavera. E nosso elemento natural é o fogo. Diferentemente de Snoctum que desfrutam do outono e do inverno, tendo a água como o seu elemento natural.
Quando avistamos o palácio, trombetas foram tocadas e logo mais, fomos recebidos pelo rei Joseph, Carl, o Chefe da Guarda de Staticaw e o Chanceler, e em seguida, fomos conduzidos por uma criada para os nossos quartos, e não demorou muito para que uma outra criada entrasse nos meus aposentos com uma reforçada refeição para que eu recuperasse as forças e descansasse até o pôr do sol, onde seria realizada uma cerimônia em agradecimento aos deuses pela nossa segura jornada até aqui.

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O último badalar do sino da abadia.
Fim da cerimônia.
Me despedir do meu pai, do Samuel e do Ethan, que iriam para o setor no primeiro andar me assistir.
E logo, eu e o príncipe fomos guiados pelos soldados Fousvinês para a entrada da arena e esperaríamos pelo primeiro toque, que anunciaria o início do duelo.
Eu estava prestes a entrar na arena, esperando algum toque ou qualquer sinal para indicar o início do duelo, quando de repente, o que eu ouvir foi euforia e tumulto, que certamente estava vindo das arquibancadas.
Sem saber o que estava acontecendo, eu voltei por onde havia entrado e sair. Logo me deparei com o Ethan, que estava eufórico vindo em minha direção.

— Ah, graças aos deuses. Eu consegui entrar! — Disse Ethan tentando recuperar o fôlego.

— O que está acontecendo, Ethan?! — Perguntei preocupado.

— E por que essas pessoas estão se retirando eufóricas? — Insistir.

— Aconteceu algo horrível. — Responde ele.

— Pois então, fale. — Falei preocupado.

— É a princesa. — Disse ele em respirações ofegantes.

— Maldição, Ethan! Fale de uma vez o que aconteceu! — Perguntei nervoso.

— É a princesa. Ela sumiu. — Respondeu ele e na mesma hora, eu arregalei os olhos em choque.

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