— Cuidado com esse braço, Samuel! — Alertei o menino pela segunda vez quando a minha espada quase causou um corte em seu ombro.
Nós estávamos treinando a horas, e pelos movimentos dele, mostrou que já havíamos concluído mais um dia.
Então me afastei com velocidade e ergui a espada, como um sinal de finalização, logo Samuel parou e entendeu a mensagem.— Finalmente! — Disse ele jogando a espada no chão.
— Os deuses enfim me ouviram. — Continuou o mesmo bebendo um gole de água.
— Aish, deixe de ser dramático. Nem peguei tão pesado assim. — Falei também bebendo um pouco de água.
— Nossa! Eu devo agradecer ao meu maninho por não querer me matar de exaustão? — Perguntou Samuel com ironia.
— Ah, não precisa me agradecer. — Respondi com um sorriso.
— Você é impossível! — Disse ele com raiva e eu rir. Logo mais, um sorriso iluminou o rosto do menino.
De repente a porta se abriu e o Ethan entrou na sala e um semblante de preocupação reluziu em seu rosto.
— Vossa Alteza. — Disse ele fazendo uma reverência.
— O que aconteceu dessa vez, Ethan? — Perguntei curioso.
— O rei quer falar com você. Na câmara pessoal dele. — Respondeu ele.
— Pelos deuses, o que o pai quer uma hora dessas? — Perguntei para mim mesmo.
— Eu não sei. Mas é melhor você ir ver o que ele quer. — Respondeu Samuel despindo de sua armadura. Então eu assenti e fui com o Ethan a caminho da câmara pessoal dele.
Chegando lá me deparei com um homem comum, sem todas aquelas vestimentas reais, sem jóias e nem ouro, apenas com o seu traje de dormir ele deixava de ser rei e tornava-se apenas pai, um homem que joga cartas comigo quase todas as noites. Ele estava sentado, fitando atenciosamente o céu estrelado segurando um papel.
Então me aproximei lentamente.— O senhor mandou me chamar pai? — Perguntei calmo.
— Sim, meu filho. Sente-se aqui. — Disse ele apontando para a cadeira a sua frente e fiz o que pediu.
— O que tem a me dizer? — Perguntei curioso e ele deu uma risada calma.
— Relaxe esse coração, jovem. — Respondeu ele voltando a encarar o céu e eu tentei ver o que ele estava enxergando.
Resolvi olhar além da cidade e tentar me acalmar. Eu sabia o que ele queria.
Um tempo sendo meu pai.
Mas a atitude estranha dele estava me atormentando demais, como se fossem vozes que eu não conseguisse calar.— Pai, conte logo que o está acontecendo. — Falei nervoso quebrando o silêncio.
— Você está doente? — Perguntei preocupado.
— Cruzes! Não. Eu estou bem, filho. — Respondeu ele.
— Então é essa carta. O que tem escrito aí que te deixou tão preocupado? — Insistir e ele me encarou respirando fundo.
— Bem, parece que eu tenho uma missão para você. — Respondeu ele.
— Que missão? — Perguntei.
— O rei Joseph está querendo uma aliança. — Respondeu o meu pai.
— O rei Joseph de Fousvin?! — Perguntei um pouco surpreso e ele assentiu.
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Beyond The Heart
FantasiEm uma atitude ousada, Celestia, a princesa herdeira do trono de Fousvin, foge no dia em que dois príncipes de reinos opostos duelariam por sua mão, e traz consigo consequências perigosas tanto para si quanto para o seu próprio reino. Príncipes e bá...